Acompanhe ao vivo a acareação de provas da poluição da Hydro em Barcarena

A acareação convocada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga os danos ambientais causados pela Hydro e outras empresas em Barcarena, no nordeste paraense, segue sendo realizada nesta quinta-feira (27).

A sessão confronta o trabalho dos pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA), do Instituto Evandro Chagas (IEC), do Centro de Perícia Renato Chaves (CPRC) e dos representantes da empresa SGW Services, contratada pela mineradora para fazer um laudo próprio, que nega a contaminação em Barcarena.

INVESTIGAÇÕES

Os deputados solicitaram a acareação alegando flagrantes contradições entre as versões de pesquisadores de institutos e os da empresa privada. Originalmente agendada para o dia 8 e depois para o dia 20, foi transferida pela terceira vez após a retomada das sessões plenárias em dois dias na semana, terças e quartas, e também por impedimento de pesquisadores da SGW de comparecer na semana passada.

Em depoimento hoje, representante da SGW disse que a Hydro dispensou os participantes da acareação, inicialmente marcada para dia 8, quando eles já estavam na Alepa para prestar depoimento. Esse mesmo representante negou que a SGW não presta mais serviço pra Hydro e garante que não houve desligamento.

O IEC se comprometeu em elaborar um terceiro relatório ainda mais completo e com análises mais aprofundadas, sem data para entrega.

Todos os convocados a depor, a pesquisadora e doutora Simone Pereira – Laboratório de Química Analítica Ambiental (LAQUANAN); doutores Marcelo Lima, Antônio Marcos Miranda, e Bruno Carneiro, representando o IEC; o diretor do CPRC, José Edmilson Lobato Junior, acompanhado dos técnicos responsáveis pela perícia ambiental feita na Hydro; e ainda nomeados pela SGW que tenham conhecimento dos estudos, relatórios e análises pertinentes à empresa Alunorte estão sendo ouvidos.

RELEMBRE O CASO

Em fevereiro deste ano o Instituto Evandro Chagas (IEC) apresentou um laudo confirmando a contaminação de Barcarena, no nordeste paraense, após bacias de rejeitos da Hydro transbordarem no município.

O caso ficou conhecido após moradores da cidade denunciarem a criação mais de vinte bacias na área para receberem rejeitos químicos, em especial de bauxita. As estruturas romperam, causando o vazamento do líquido.

Segundo o IEC, as amostras de água coletadas em Barcarena apresentaram números elevados de diversas substâncias nocivas, como fósforo total, alumínio, nitrato e sódio, além da elevação da alcalinidade da águas, atestando uma situação de dano ambiental ao ecosistema local.

Depois que o Diário do Pará denunciou com exclusividade em sua edição do dia 11 de março que a Hydro Alunorte despejava, através de um canal antigo, resíduos não tratados da sua refinaria de bauxita no rio Pará, que banha Belém, o presidente e CEO da Hydro, Svein Richard Brandtzæg, comunicou em nota oficial que a empresa norueguesa, de fato, vem contaminando o rio Pará com resíduos não tratados do beneficiamento de bauxita em sua planta industrial em Barcarena

• CPI irá fazer acareação sobre laudos de crime ambiental
• Acareação de provas do caso Hydro será realizada nesta quinta-feira (28)
• Hydro confessa jogar rejeitos no rio Pará depois de denúncia do DIÁRIO
• Hydro oferece água imprópria às comunidades, denuncia MPE

Acompanhe ao vivo pela TV Alepa:

(DOL com informações de Carolina Menezes/Diário do Pará)