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Mortes de PMs estão atreladas a expansão de facções criminosas, diz especialista

Não há mais dúvida: a inércia do Governo do Estado fez o Pará perder a guerra para as facções criminosas que - seja de dentro do presídio ou fora dos muros das casas penais - tem comandado um verdadeiro “extermínio de policiais militares”. Dois especialis

Não há mais dúvida: a inércia do Governo do Estado fez o Pará perder a guerra para as facções criminosas que - seja de dentro do presídio ou fora dos muros das casas penais - tem comandado um verdadeiro “extermínio de policiais militares”. Dois especialistas em Segurança Pública ouvidos pelo DIÁRIO apontam que as baixas que a PM tem sofrido é reflexo da expansão das áreas dominadas pelo tráfico de drogas. Isto tem sido mais forte em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, onde o Comando Vermelho já se instalou e executa o processo de aumento de territórios. Não por coincidência, a cidade é a que apresenta o maior número de PMs mortos este ano. Somente até o fechamento dessa edição, 27 policiais militares haviam sido assassinatos no Pará.

“Essa guerra por espaços de poder do tráfico acaba fazendo vítimas e, muitas vezes, o alvo preferencial são os policiais de baixa patente (cabo, soldado e sargento) que moram em áreas periféricas”, destacou o pesquisador Henrique Sauma. Ele chamou a atenção para a superlotação dos presídios do Estado.

“As casas penais estão superlotadas por facções e nessas unidades não tem controle de entrada de armas e telefones celulares”, enfatiza o especialista ao demonstrar que mesmo presos, as lideranças de facções criminosas e outros traficantes de drogas conseguem atuar em áreas ausentes de políticas públicas. “Onde o Estado não age é o traficante que comanda toda a rede de proteção que caberia ao Estado garantir”, ressalta Sauma, que também é professor universitário.

SOBREVIVÊNCIA

Uma vez dentro de uma unidade penal, o preso precisa se aliar a alguma facção criminosa para sobreviver no presídio. Essa proteção tem um preço e, quando o sujeito recebe a liberdade, sai do presídio devendo favores aos líderes da facção que o protegeram. “Ele vai sair e vai cumprir ordens. Ele vai precisar matar e muitas vezes o alvo a ser morto é um policial”, lamentou Henrique, ao enfatizar que não existe políticas de prevenção a criminalidade no Estado do Pará.

Para o especialista, a iniciativa do governo do Estado de pedir empréstimo para garantir a construção de 500 moradias para policiais militares não é suficiente para evitar a morte de mais policiais. “A imensa maioria dos policiais mora em áreas de risco e possui baixa renda”, comentou. “Se não tiver uma rede de proteção aliada a uma política de prevenção à criminalidade que beneficie a sociedade como um todo, incluindo policiais, nada será resolvido”, pontuou.

BANDOS CRIMINOSOS DOMINAM CONJUNTOS HABITACIONAIS

Para quem ainda tinha dúvidas se o Comando Vermelho ainda não exercia força e influência no estado do Pará, basta olhar o atual cenário de violência que existe na Região Metropolitana de Belém, onde a facção se instalou em Ananindeua e começa a expandir a sua área de atuação.

Um segundo especialista em Segurança Pública e pesquisador ouvido pelo DIÁRIO e questionado sobre a que se atribui a tantas mortes de policiais no Estado, a resposta dele também destaca a territorialização feita por facções. O pesquisador pediu para não ter a identidade revelada, mas apontou que o Comando Vermelho é o maior exemplo que podemos ter do domínio de áreas pelo tráfico de drogas. “Têm condomínios e conjuntos habitacionais em Ananindeua que são controlados por lideranças do tráfico”, pontuou. “O Comando Vermelho entrou (na Região Metropolitana de Belém) por Ananindeua”, frisou.

Ao ser questionado se essa expansão influencia nos assassinatos de policiais a resposta é rápida. “Para entrar no CV (Comando Vermelho), a pessoa tem de roubar a arma de policial. Por isso, toda semana praticamente eles matam algum policial, vigilante e até atentam contra militares das Forças Armadas”, frisou.

A fala dele se completa quando se lembra de ocasiões em que as autoridades já informaram em diversas entrevistas, inclusive ao DIÁRIO, que existe um escalonamento no universo do crime em que o indivíduo que rouba, mata e apresenta a arma do policial alcança maiores pontuações e respeito entre os comparsas. “Tem muita gente empolgada com o CV”, frisa o especialista.

O DIÁRIO já publicou diversas reportagens que denunciaram as pichações que demarcam supostas áreas dominadas pelo Comando Vermelho e Família do Norte. Nestas áreas, geralmente existe o aviso de que está proibido roubar naquela comunidade.

(Diário do Pará)

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