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Ações do Governo norueguês, investidor da Hydro, são incoerentes

Segundo maior acionista da Hydro Norsk, maior empresa de produção de alumínio da América Latina e reponsável por contaminar cerca de 24 localidades em Barcarena, nordeste paraense. Maior investidor no Fundo Amazônia, que cobra ações efetivas do Brasil no

Segundo maior acionista da Hydro Norsk, maior empresa de produção de alumínio da América Latina e reponsável por contaminar cerca de 24 localidades em Barcarena, nordeste paraense. Maior investidor no Fundo Amazônia, que cobra ações efetivas do Brasil no combate a danos ambientais, em especial desmatamento. Este é o Governo norueguês, que, na base do "faça o que eu digo, não faça o que eu faço", possui um protagonismo curioso e incoerente em relação ao meio ambiente e sua utilização na região e, mais especificamente, no Pará.

Os recentes danos ambientais e sociais causados pela Hydro e denunciados pela população da cidade e pelo advogado Ismael Moraes ao DOL e ao DIÁRIO ajudam a mostrar não somente as contradições da empresa, como também do governo do país escandinavo. Os posicionamentos "confusos", que podem impactar toda a região amazônica, já haviam sido tema de reportagem da BBC Brasil em junho do ano passado e foram destacados novamente neste domingo (18) no portal Exame.

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A reportagem é taxativa ao resumir a situação afirmando que "o governo norueguês, dono de 34,3% da Hydro Alunorte, é um dos mais rigorosos do planeta no respeito a normais ambientais. A empresa também é reconhecida por sua preocupação com sustentabilidade, com apoio a projetos sociais e investimentos em meios inovadores de manejo dos dejetos. Mas sua postura na investigação em curso tem intrigado autoridade e especialistas brasileiros".

As contradições não são recentes. Em junho de 2017, enquanto o Governo norueguês investia na Hydro, fazia também duras críticas às políticas ambientais brasileiras, lamentando que quase 8.000 km² foram desmatados em 2016, o pior índice desde 2008. Como punição, foi feito o corte de R$166 milhões, que seriam doados ao Fundo Amazônia. A medida foi alardeada sem constrangimento pelo ministro norueguês do Meio Ambiente, Vidar Hegelsen, como punição ao Brasil por não conseguir manter o alcance das metas ambientais.

(Ilustração/DOL)

Por falar em punição, exatamente na mesmo época, a Hydro já havia sido alvo de mais de 30 ações judiciais e denúncias do Ministério Público Federal (MPF) por danos ao meio ambiente. Entre as acusações que pesam contra a empresa, está a contaminação de rios e expansão da extração de bauxita para territórios quilombolas, como destacou reportagem da Agência Brasil naquele período, mostrando a amplitude dos problemas causados pela mineradora. No total, as multas que a empresa recebeu já totalizam R$17,1 milhões e não foram pagas até o momento, denuncia a Exame.

Atualmente, em especial após o vazamento de resíduos que deveriam ter sido contidos pelos Depósitos de Resíduos Sólidos (DRS 1 e DRS 2) no local nos dias 17 e 18 de fevereiro, quando fortes chuvas atingiram a região.

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Uma delas, a mais dura contra a empresa até o momento, é a ação judicial com pedido de liminar com tutela de urgência da Associação dos Caboclos, Indígenas e Quilombolas da Amazônia (Cainquiama), protocolada por Ismael Moraes na última sexta-feira (16). A ação pede que a Hydro se responsabilize por mais de 20 mil exames clínicos para avaliar as condições de saúde da comunidade do entorno de sua planta industrial em Barcarena.

TRAJETÓRIA DE DANOS

A reportagem da Exame também destaca a trajetória de problemas ambientais e sociais provocados pela Alunorte antes mesmo de ser comprada pela Hydro. "Quando adquirida pela companhia norueguesa, em 2015, a refinaria Alunorte já tinha um histórico de irregularidades e de acidentes ambientais. Em 2005 e 2009, a Alunorte foi responsabilizada por dois acidentes ambientais na região. Segundo o Ibama, em 2009, três autos de infração já tinham sido aplicados contra a Alunorte em decorrência de poluição pelo lançamento de bauxita no rio Murucupi. O evento ocorreu durante processo de beneficiamento de bauxita, que provocou vazamento de uma barragem de rejeitos pertencente à empresa em Barcarena", diz a reportagem.

(Ilustração/DOL)

É ainda o portal da revista que informa que nos próximos dias o Ministério Público vai publicar o relatório em que avalia o cumprimento ou não da vedação do segundo duto não autorizado. Este pode ser apenas o começo de uma série de investigações sobre a empresa, tanto no aspecto civil quanto no criminal, com avaliações ambientais e a respeito do cumprimento dos acordos (como a vedação e a paralisação das atividades).

(Enderson Oliveira/DOL)

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