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Famílias sofrem com distribuição de alimentos e água em Barcarena

É com indignação e revolta que a agricultora Maria Salistiana Cardoso, 69, mostra a água que pegou do rio que banha a comunidade do Bom Futuro, em Barcarena. Armazenado numa garrafa pet, o líquido mais parece uma lama e de imediato já indica que não é rec

É com indignação e revolta que a agricultora Maria Salistiana Cardoso, 69, mostra a água que pegou do rio que banha a comunidade do Bom Futuro, em Barcarena. Armazenado numa garrafa pet, o líquido mais parece uma lama e de imediato já indica que não é recomendado para o consumo.

Porém, desde o vazamento de rejeitos de bauxita da Hydro Alunorte, é essa água que milhares de pessoas têm bebido. “O meu poço que fica ao lado do igarapé está comprometido. Foi condenado. E a água que ficaram de distribuir na comunidade só foi dada uma vez”, contou Salistiana.

A queixa da idosa se une às de vários outros moradores das comunidades do Burajuba, Vila Nova e Bom Futuro, as três mais prejudicadas pelo vazamento no município. Os moradores de Burajuba e do Bom Futuro culpam a própria Hydro Alunorte pelo mau fornecimento de água e alimentos. “A empresa mandou um caminhão-pipa para cá, mas só fez isso uma vez e o volume de água não chegou a abastecer nem a metade do bairro”, criticou a agritulcora Maria Salistiana.

IDOSA ADOECEU POR CAUSA DO VAZAMENTO

Além da falta de água potável, Maria Salistiana enfrenta outras consequências provocadas pelo vazamento de bauxita da Hydro nos rios Murucupi e Burajuba. Há uma semana, a idosa sofre com doenças gastrointestinais. As dores no estômago foram tão fortes que ela precisou ir para a emergência, há três dias. “A Hydro tirou de mim o bem mais precioso que eu tinha, que era a saúde”, desabafou a agricultora, enquanto mostrava a receita de medicamentos que terá de comprar. “Não tem no posto. Disseram que iam comprar, mas até agora nada”, acrescentou.

Maria Salistiana, 69 anos, enfrenta doenças gastrointestinais. (Foto: Mauro Ângelo/Diário do Pará)

A reportagem do DIÁRIO foi à Unidade de Saúde do Jardim Cabano, no bairro ao lado das comunidades do Burajuba e Bom Futuro. O posto estava lotado. Os pacientes relataram que procuraram a unidade depois de apresentar quadros de diarreia. Algumas crianças apresentavam manchas na pele, outras coceira, que, aliás, teria começado depois do contato que tiveram com as águas contaminadas.

Em uma conversa informal, o diretor da unidade disse que, antes do acidente, o posto tinha apenas um clínico geral, mas, devido ao vazamento, o governo enviou um dermatologista e um gastrologista para reforçar o atendimento.

A Secretaria Municipal de Saúde de Barcarena (Semusb) informou que 600 atendimentos já foram realizados nas unidades de saúde do Jardim Cabano e Vila Nova, que recebem os pacientes das redondezas.

SEM SOLUÇÃO

O acidente ambiental está às vésperas de completar um mês e até agora não há uma solução concreta para o problema. Por força judicial, a empresa está com atividades parcialmente suspensas desde 28 de fevereiro. Uma das medidas de urgência é a distribuição água potável e cestas básicas pela Hydro e Prefeitura de Barcarena às centenas de famílias prejudicadas. O Ministério da Integração Nacional repassou à gestão municipal, somente no último dia 26 de fevereiro, 17.650 galões de águas.

EXPLICAÇÕES

A Hydro Alunorte disse que colabora com as comunidades de Burajuba, Bom Futuro e Vila Nova na distribuição de água potável e atendimento médico.

Segundo a empresa, a metodologia usada para a distribuição de água segue o padrão daONU, que considera o número de pessoasde cada residência.

A Hydro disse, ainda, que tem mantido diálogo com as comunidades e também colaborana busca por soluções que proporcionem o acesso permanenteà água potável.

Com relação aos casos de doenças provocadas pela água contaminada, a Hydro informou que está oferecendo atendimento médico itinerante.

O serviço dispõe de médicos contratados pela Hydro e o trabalho está sendo acompanhado pela Cruz Vermelha Nacional.

A Prefeitura de Barcarena vai apurar o possível atraso na distribuição de água para as famílias prejudicadas.

(Denilson D'Almeida/Diário do Pará)

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