Mato e lixo dominam uma das principais avenidas de Belém

O estado da avenida 25 de Setembro é de completo abandono e descaso do poder público. Concentrada em uma área bastante movimentada da cidade, onde se encontram construções e estabelecimentos comerciais em bairros como Marco e São Brás, a via está totalmente esquecida pela atual gestão municipal.

O mato está alto em quase toda a extensão da via, uma vez que, segundo comerciantes e moradores locais, a manutenção não é periódica. O canteiro central, também tomado por mato, fica mais evidente na altura da travessa Mauriti e ainda na travessa Vileta.

De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, estacionar sobre o canteiro é infração grave, que gera cinco pontos na carteira, multa de R$ 195,23 e remoção, mas os carros são vistos aos montes pela via, destruindo essa área de vegetação e transformando o espaço em um verdadeiro estacionamento.

Em nota, a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) garante que fiscaliza o local com frequência, mas não foram vistos agentes do órgão nos locais citados no período da tarde, horário em que a reportagem do DIÁRIO esteve por lá. À noite, a escuridão toma conta da rua, já que muitos postes de iluminação estão sem lâmpadas. As que têm não funcionam.

"Antigamente, a praça era cheia de crianças e agora está sempre vazia. Tem brinquedos, mas não são cuidados, tem espaço de lazer, mas não tem manutenção”, Carlos Monteiro, ambulante (Foto: Wagner Santana)

LIMPEZA

Cansados de esperar pelo poder público, os comerciantes locais fazem o trabalho de capinação e de limpeza na via. É o que afirma o taxista Sérgio Ferreira, 53. “O poder público precisa atuar mais para melhoria do espaço público”, critica.

Sérgio é filho da proprietária de uma barraca de lanches e de comidas típicas da avenida. O espaço está cercado por mato. “Estou até querendo pagar A alguém para limpar todo esse mato daqui”, adianta.

Como se já não bastasse o mato, as pessoas também são obrigadas a conviver com o lixo, que fica jogado próximo de um muro, na Mauriti. A atendente de lanchonete, Simone Cruz, 50, também se sente prejudicada com a situação. “O lixo atrai pombos e a gente tem de ficar espantando os animais pra ficarem longe dos clientes, mas é difícil conviver com isso”, reclama.

Brinquedos da praça servem de abrigo para moradores de rua (Foto: Wagner Santana)

Precárias, as poucas áreas de lazer afastam a população

Em um parque próximo à travessa Humaitá, a situação se agrava. Os brinquedos, além de serem poucos, estão quebrados. As correntes dos balanços estão deterioradas; moradores de rua dormem na casinha de madeira do escorregador. O parquinho possui muitas estruturas metálicas e outras de alvenaria. Há partes pichadas e ainda as que estão tomadas por lodo. É visível o estado de precariedade do local.

A área construída para proporcionar diversão e lazer não tem tido muita graça para a população, como observa o vendedor de bombons Carlos Monteiro, 37. “Antigamente, a praça era cheia de crianças e agora está sempre vazia. Tem brinquedos, mas não são cuidados, tem espaço de lazer, mas não tem manutenção”, lamenta.

Até do lado de fora do parquinho, quem caminha nas calçadas deve redobrar a atenção para o piso que está quebrado.

Para o taxista Rosivaldo Barreto, 49, essa é só mais uma parte da cidade que está abandonada. “A cidade toda é esquecida pelo poder público. Em qualquer lugar a gente se sente inseguro”, afirma.

O que diz a Sesan: Serviços? Onde?

- Embora a Prefeitura de Belém tenha informado, em nota, que a Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) está atuando na avenida Rômulo Maiorana com serviços de roçagem e limpeza geral, não foram presenciadas equipes da prefeitura no local.

- As ações, segundo o órgão, começaram pelo trecho próximo da rua Antônio Baena e seguem no sentido da avenida Dr. Freitas.

(Wal Sarges/Diário do Pará)