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Pará já teve mais mortes violentas que o Rio de Janeiro este ano

Janeiro de 2018 entra para a história do Pará como o mês mais sangrento já registrado. Foram 434 mortes violentas, sendo 370 homicídios (130 na Região Metropolitana de Belém e 240 no interior), 14 latrocínios, uma lesão corporal seguida de morte e 49 mort

Janeiro de 2018 entra para a história do Pará como o mês mais sangrento já registrado. Foram 434 mortes violentas, sendo 370 homicídios (130 na Região Metropolitana de Belém e 240 no interior), 14 latrocínios, uma lesão corporal seguida de morte e 49 mortes por intervenção policial. No mesmo período, o Estado do Rio de Janeiro teve 178 mortes violentas. Os dados conseguidos com exclusividade pelo DIÁRIO são do Sistema Integrado de Segurança Pública do Pará (Sisp) e da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro.

Em Belém, foram registrados 69 homicídios. Em Ananindeua, 42. O restante da Região Metropolitana de Belém ficou assim: Marituba, com 8; Benevides, com 9; e Santa Izabel, com 2 registros. Com cerca de 14 mortes por dia, janeiro de 2018 bateu todos os recordes de violência, conseguindo superar outubro de 2016, até então o mês com o maior número de mortes violentas, com 423 registros.

Os homicídios também bateram recordes, com 370 registros, superando outubro de 2016, que havia registrado 362 homicídios. Para o antropólogo Marcilio Gama Siqueira, que tem tese sobre violência urbana e rural no Brasil, os dados do Pará no último ano de 2017 e os de janeiro deste ano são dignos de grandes conflitos humanitários. “Até mesmo o Rio de Janeiro, Estado onde facções criminosas são extremamente organizadas, não tem índices tão acentuados como os do Pará. São números de guerra, com certeza.”

“Os estratosféricos números da violência no Pará retratam o fracasso da gestão governamental na área da segurança pública. Não há planejamento. Só há improviso nas ações dos órgãos que compõem o sistema”, diz uma fonte interna da Secretaria de Estado de Segurança Pública inconformada com a política de segurança pública. “Enquanto o Estado é banhado de sangue, o governador Simão Jatene anda pelo estado cantarolando musiquinhas alegres. Uma tristeza, isso sim!”, afirma.

DESATENÇÃO

O antropólogo Marcilio Gama diz que é tamanha a desatenção com a área de segurança no Pará que beira a irresponsabilidade jurídica do governo. Para demonstrar isso, ele aponta que, em 2017, São Paulo teve 3.503 homicídios (população de 45.094.866) e o Pará 3.782 (população de 8.366.628). Ou seja, o Pará, em 2017, teve 279 homicídios a mais que o Estado de São Paulo, mesmo com uma população 4 vezes menor do que a paulista.

Em 2017, a taxa de homicídios do Estado de São Paulo, por 100 mil habitantes, ficou em 8,7. No Pará, a taxa dos homicídios, por 100 mil habitantes, ficou em 45,3. “Os números do Pará são vergonhosos em qualquer contexto. Não se trata de discurso político, mas de estatísticas que representam o medo que a população vive cotidianamente”, argumenta o antropólogo.

965 mortes violentas em Belém

Nem precisa comparar os dados do Pará todo e de Belém com grandes centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro. Enquanto São Luís, capital do vizinho Estado do Maranhão, em 2017, teve a taxa de 44,2 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) por cada 100 mil habitantes, Belém ficou com 66,4 mortes violentas por cada 100 mil habitantes.

VIOLÊNCIA

Foram 965 mortes violentas, em 2017, na capital paraense, sendo 856 homicídios, 40 latrocínios, 14 lesões corporais seguidas de morte e 55 mortes por intervenção policial.

Uma média de 3 pessoas assassinadas por dia, em 2017, na capital paraense, ou seja, em média, uma a cada 8 horas. Esses números querem dizer que, em Belém, em 2017, matou-se 22 pessoas a mais do que São Luís, por cada 100 mil habitantes. “Os índices de São Luís mostram que o discurso de violência nacional não passa de desculpa do governo. O Pará e sua capital, Belém, ficaram com taxas altíssimas em 2017. Muito acima de estados vizinhos”, diz Marcilio Gama Siqueira.

PARÁ TEVE QUASE 130 MIL ROUBOS EM 2017

- Não bastasse o número absurdo de mortes violenta s ocorridas em todo o Pará, ainda foram registrados no SISP 107 mortes a esclarecer com indícios de crime e 1.390 tentativas de homicídios.

- Foram registrados também 129.683 roubos em geral, dos quais 11.423 foram roubos de veículos. Na RMB ocorreram 81.506 roubos em geral, dos quais 3.948 foram de veículos. Em Belém foram registrados 55.750 roubos em geral, sendo 2.307 de veículos.

- Foram registradas 647 mortes no trânsito em todo o Estado. As regiões de Carajás (114 registros), Guamá (91) e Lago de Tucuruí (64), foram os locais com os maiores números de ocorrência. Na RMB foram 40 mortes no trânsito, sendo 40 em Belém.

(Mauro Neto)

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