Internauta registra índices preocupantes da poluição em Belém

A "misteriosa fumaça" que segue dominando Belém nas últimas semanas ainda está dando o que falar entre a população de Belém, que passou a perceber cada vez mais os efeitos da poluição na capital paraense. E essa percepção não ficou apenas no olho, não. Um internauta conseguiu captar com equipamentos dados sobre o nível de poluição no centro da cidade, que apresentava números preocupantes.

O registro foi feito pelo funcionário público Sandro Mendonça, que há pouco menos de um ano passou a monitorar os níveis de poluição de Belém com um sensor de material micro particulado. "Eu gosto de andar de bicicleta pela cidade, e fui percebendo o crescente nível de poluição. Queria comprovar na prática, muito por curiosidade, e comprei o equipamento. Desde então, nesta quarta-feira (6) registrei os maiores dados", afirmou.

O internauta chegou a registrar o índice de 106, valor considerado de risco para pessoas sensíveis. (Foto: reprodução)

O equipamento registra o índice de qualidade do ar. Segundo a organização My Health, que realiza pesquisas de poluição pelo mundo, o valor aceitavel do índice de poluição é de até 50. A partir de 101, o ar já passa a ser considerado "não-seguro" para grupos sensíveis. Nesta quarta-feira, o equipamento do servidor registrou valores de até 106 pontos, na avenida Almirante Barroso.

"A Almirante Barroso é o pior ponto da cidade, sem dúvida", continua Sandro. "Geralmente, os níveis são mais baixos, pouco acima de 50. Mas nos últimos dias, em que não tem chuvido e tem feito essa fumaça na cidade, a poluição está grande, e chegou a esse nível absurdo".

O site Aqicn.org apresenta um acompanhamento em tempo real dos índices pelo mundo. Nesta quarta-feira, Belém apresentava números superiores à cidades da Região Metropolitana de São Paulo, e mesmo de vizinhos latinos, como Bogotá, na Colômbia. "Ainda estamos melhor que Pequim (na China), mas atrás de uma cidade do porte imenso de São Paulo", completa Sandro. "A preocupação é grande. Temos visto um excesso de queimadas, e a situação de poluição está cada vez pior".

(DOL)