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Indígenas venezuelanos já chegam a Belém

Em busca de dinheiro para financiar comida e medicamentos a seus parentes na Venezuela, indígenas da etnia warao estão deixando abrigos em Manaus para se arriscar pelas principais cidades do Pará. Em Belém, onde começaram a chegar em junho, cerca de 70 wa

Em busca de dinheiro para financiar comida e medicamentos a seus parentes na Venezuela, indígenas da etnia warao estão deixando abrigos em Manaus para se arriscar pelas principais cidades do Pará. Em Belém, onde começaram a chegar em junho, cerca de 70 waraos estão acampados no mercado Ver-o-Peso, no centro. Ali, passam o dia sob as árvores e à noite dormem sob as barracas fechadas. Um bebê morreu depois de contrair pneumonia.

Há também 42 waraos em Santarém (PA), onde estão em um espaço cedido pela Igreja Católica.

Por outro lado, há atualmente 237 waraos em Manaus –em meados do ano, o número chegou a cerca de 600.

"É necessário que o poder público tome uma atitude urgente. Estão em situação de rua, e está se agravando", diz a antropóloga Marlise Rosa, doutoranda da Universidade Federal do Rio Janeiro.

Rosa, que está em Belém, afirma que os waraos têm sido vítimas de roubos frequentes e de ofensas xenófobas. A região tem considerável população de rua e à noite é ponto de consumo de drogas. Segundo waraos ouvidos pela reportagem em Manaus, o motivo da ida é que, ao mesmo tempo que as condições melhoraram em Manaus, ficou mais difícil arrecadar dinheiro para levar ajuda a familiares, principalmente pela diminuição das doações.

"Aqui tem comida três vezes ao dia, medicamento", diz Freddy Cardona, 30, que vive em um grande abrigo do governo estadual com capacidade para 300 pessoas, onde atualmente há 128. "O problema é que, antes, muita gente dava ajuda. Isso acabou", diz Cardona ao explicar por que sua mãe, cunhada e dois primos foram de Manaus a Belém de barco, uma viagem de cinco dias.

No início do ano, os waraos estavam acampados ao lado da rodoviária de Manaus, sob um grande viaduto, e em casas semiabandonadas no centro da cidade. Na época, cinco indígenas morreram, dos quais três crianças. As condições precárias comoveram os moradores da cidade. Muitos paravam ali para deixar alimentos, dinheiro e roupas. Com a mudança para os abrigos e a percepção de que o problema foi resolvido, essa ajuda minguou.

FOME E VIOLÊNCIA

Os waraos afirmam que a situação das comunidades na Venezuela está cada vez mais crítica devido ao desabastecimento, ao custo dos alimentos e à falta de remédios. Estimados em 49 mil pessoas, vêm do Delta Amaduro (nordeste do país, a cerca de 1.800 km de Manaus por estrada).

Em 22 de setembro, dois waraos foram mortos a tiros pela polícia estadual de Delta Amacuro, governado por uma aliada do ditador Nicolás Maduro, durante um protesto por comida. Outros três saíram feridos a bala. Nesta sexta (20), dez policiais foram presos, acusados de homicídio por motivo fútil. Para ajudar parentes que ficaram, muitos waraos viajam de Boa Vista, Manaus e Belém até suas comunidades, onde deixam comida, roupas e remédios, e voltam com peças de artesanato ou fibra de buriti para produzi-las.

(FolhaPress)

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