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Educação de Belém é uma das piores do Brasil

Há uma semana, alunos do colégio Dom Pedro I no conjunto Marex, bairro Val-de-Cans, em Belém, estão sem aula. Parte do teto de um dos blocos desabou, deixando várias salas ao relento. O prédio foi fechado para reforma em pleno ano letivo. O desabamento fo

Há uma semana, alunos do colégio Dom Pedro I no conjunto Marex, bairro Val-de-Cans, em Belém, estão sem aula. Parte do teto de um dos blocos desabou, deixando várias salas ao relento. O prédio foi fechado para reforma em pleno ano letivo. O desabamento foi mais um capítulo de uma longa história de abandono. Com mais de 4 décadas, o tradicional colégio estadual do Marex vem sofrendo com alagamentos, a quadra de esportes está abandonada e tomada pelo mato. Problemas elétricos são constantes. “Às vezes, o professor dava um jeito (na falta de energia), em outras a gente era dispensado”, conta o aluno Winston Asafe, 15 anos, aluno do 2º ano.

Mesmo sem aulas ele e parte dos colegas não abandonaram os estudos. Integrantes de um grupo de leitura, organizam uma gincana de literatura. Emile Ferreira, 15 anos, conta que está lendo “Batuque”, de Bruno de Menezes, um dos ícones da literatura paraense. Tímida, pede que a reportagem registre seu elogio aos professores.

“A equipe é muito boa. Nosso problema é de infraestrutura. Podiam começar capinando o terreno. O mato está tomando conta de tudo”, argumenta. A reportagem do DIÁRIO não foi autorizada a entrar no prédio, mas a informação é de que as aulas serão retomadas amanhã (8).

Do outro lado da cidade, área central da capital paraense, alunos do tradicional Paes de Carvalho, que já foi uma espécie de berço da intelectualidade paraense enfrentam o mesmo drama. No último dia 27, os estudantes chegaram a interditar o trânsito em protesto contra as condições da escola.

A chuva ajuda a destruir o prédio da escola de Educação Infantil Primeiro de Maio (Foto: Ney Marcondes)

Escolas quebradas, ensino sucateado (Foto: Elcimar Neves/Arquivo)

Winston e Emile deram de cara com o aviso de fechamento da escola Dom Pedro I (Foto: Fernando Araújo )

Ainda no Cordeiro de Farias, paredes pichadas com símbolos de organizações criminosas (Foto: Maycon Nunes)

TERRA ARRASADA

“O cenário é de terra arrasada”, diz o deputado Carlos Bordalo (PT) que fez uma diligência no local. “Um ambiente escolar limpo e organizado faz o aluno se sentir acolhido, disposto a usufruir o que o espaço oferece e empenhado em aprender. A realidade das escolas paraenses, vai na contramão de tudo isso”, afirma o parlamentar.

Casos como esse se repetem na maioria das escolas públicas da capital e do interior e ilustram os índices que reiteradamente colocam Belém e o Pará entre os últimos lugares dos rankings que medem a qualidade da educação e de vida. “Também somos mães e nos sentimos responsáveis por essas crianças, mas a realidade é muito difícil”, diz uma professora que prefere não ser identificada. “Se a gente fala, acaba sendo punido. Não adianta mandar documentos,
pedir ajuda”, reclama.

No Pará inteiro, o cenário também é desanimador

O estudo mais recente expondo o nosso vergonhoso descaso com a educação foi publicado pela revista Exame, especializada em economia e negócios. Elaborado pela consultoria Macroplan, aponta Belém como a 4ª pior capital do País, a partir da análise de 4 setores essenciais para a qualidade de vida das pessoas: saúde, educação e cultura, saneamento e sustentabilidade, além do setor de segurança pública. Na área da educação, o estudo foi elaborado a partir de índices como o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), o Pisa que mede a habilidade dos alunos em matemática, Ciências e Leitura e dados sobre investimentos.

As piores colocações de Belém aparecem justamente nos quesitos educação e saneamento. Entre 26 capitais avaliadas, a paraense aparece em 23º lugar nestas áreas. O índice da capital em educação é de 0,369. Os dados não chegam a surpreender. Há muito, Belém e o Pará ocupam vergonhosos últimos lugares quando o assunto é educação. Um dos Índices mais importantes para medir a qualidade de ensino é Ideb. O dado mais recente, referente ao ano de 2013 aponta o Pará com vexatórios 3.6 pontos em uma escola que vai até 6 e abaixo da média nacional que é de 4.2. “Estamos no meio do caminho”, diz o doutor em Educação e professor da Universidade de Brasília, Luiz Araújo.

Ranking das capitais

A consultoria analisou indicadores de cidades com mais de 266 mil habitantes. Foram analisados 16 itens em quatro áreas e gerado um índice que vai de 0 a 1 – quanto mais próximo de zero, pior é a condição de vida no local. A capital do Amapá, Macapá, ficou com um índice de 0,434 e é apontada como a pior capital do País. Curitiba, capital do Paraná, foi considerada a melhor capital. Belém só fica à frente de Macapá, Porto Velho (Acre) e Maceió (Alagoas).

(Diário do Pará)

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