plus
plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Edição do Dia
Previsão do Tempo 27°
cotação atual R$


home
NOTÍCIAS PARÁ

BRT custou mais de R$ 320 mi e quase ninguém usa

Com capacidade para 49 passageiros sentados e 84 em pé, o ônibus articulado do BRT saiu do Terminal de Integração do Mangueirão, na avenida Augusto Montenegro, em Belém, com apenas 5 passageiros, na manhã de ontem. No percurso que vai apenas até a Estação

twitter Google News

Com capacidade para 49 passageiros sentados e 84 em pé, o ônibus articulado do BRT saiu do Terminal de Integração do Mangueirão, na avenida Augusto Montenegro, em Belém, com apenas 5 passageiros, na manhã de ontem. No percurso que vai apenas até a Estação da travessa Antônio Baena, na avenida Almirante Barroso, o que chama a atenção é o contraste com os ônibus comuns, que circulavam lotados de passageiros.

Quando o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, fez a viagem inaugural dos ônibus do BRT, em julho do ano passado, já tinham sido contratados cerca de R$ 320 milhões, segundo o Portal da Transparência municipal. Ontem, diante dos poucos passageiros, a primeira impressão sentida ao chegar ao Terminal de Integração é a de que o serviço está inoperante. Ao perguntar aos funcionários, porém, constata-se que a atividade é mantida. Na bilheteria, as passagens são vendidas por R$3,10. Apenas com as escadas comuns funcionando – as rolantes estavam interditadas durante a manhã -, o Terminal mantinha os corredores praticamente vazios.

Moisés Freitas no Terminal de Integração do Mangueirão praticamente vazio (Foto: Marcos Santos)

O autônomo Moisés Freire, 56 anos, tentava usar o serviço pela 1ª vez. Porém, como o seu destino era o bairro de São Brás, ele teve de pegar um ônibus expresso comum. “O BRT não serve para mim. Eu acredito que o ideal seria que ele se estendesse até São Brás”. Na plataforma de onde saem os ônibus articulados, o BRT que saiu às 9h abrigava 5 passageiros.

Ao seguir pela Augusto Montenegro, uma única pessoa subiu na Estação próxima à Unidade de Saúde da Marambaia. Na Almirante Barroso, mais uma parada ocorreu em uma Estação próxima da passagem Santa Matilde. Porém, nenhum passageiro entrou. Com esta lotação mínima, o ônibus seguiu até a parada final, na Antônio Baena.

CONTRADIÇÃO

Diante da parada lotada no bairro de São Brás, onde esperava um ônibus comum, a universitária Simeire Andrade, 39, tinha a resposta para a grande diferença entre a quantidade de passageiros que circulam no BRT e nos ônibus comuns. “Do jeito que está o BRT tem pouca utilidade”, destacou. “Eu moro em Águas Lindas e preciso vir até São Brás. Não tem sentido descer na Augusto Montenegro para pegar o BRT e ainda ter de descer distante de São Brás”. A Estação que receberia os passageiros do BRT em São Brás continua interditada. Quando as obras começaram, em julho de 2016, a previsão era de que ficassem prontas em 5 meses.

Oito meses depois do início, porém, as paradas não estão em funcionamento. Com isso, os ônibus do BRT não conseguem atender aos passageiros que esperam coletivo em São Brás. A Prefeitura de Belém afirma que as estações do BRT da Almirante Barroso - como a de São Brás - e Augusto Montenegro começarão a funcionar após a conclusão das obras de edificação e dos ajustes. Diz que estão funcionando as estações Marambaia, Júlio César, Antônio Baena/Curuzu e o Terminal Mangueirão.

Para o garçom Aroldo Freitas, 22 anos, o ideal seria que os ônibus articulados parassem em todas as paradas instaladas ao longo do percurso, até São Brás. Porém, não é isso que ocorre. Desde a Augusto Montenegro até o cruzamento da Almirante Barroso com a Antônio Baena, o ônibus articulado passou por cerca de 7 paradas de ônibus, sendo muitas ainda em construção. Porém, parou apenas em duas. “Assim não resolve o problema do trânsito. Para mim mesmo não serve esse ônibus”, desabafa.

Para o garçom Aroldo Freitas, 22 anos, o ideal seria que os ônibus articulados parassem em todas as paradas instaladas ao longo do percurso, até São Brás. Porém, não é isso que ocorre. Desde a Augusto Montenegro até o cruzamento da Almirante Barroso com a Antônio Baena, o ônibus articulado passou por cerca de 7 paradas de ônibus, sendo muitas ainda em construção. Porém, parou apenas em duas. “Assim não resolve o problema do trânsito. Para mim mesmo não serve esse ônibus”, desabafa. (Foto: Marcos Santos)

Morador o de Ananindeua, o empreiteiro Robson Carlos, 32 anos, nunca usou os serviços do BRT e até que gostaria de aproveitar a agilidade proporcionada pela pista expressa, mas o serviço não cumpre um dos objetivos, que é o de interligar a Região Metropolitana de Belém. “Esse BRT só é viável para quem mora na Augusto Montenegro e quer vir para a Antônio Baena”, diz. “Para quem mora em Ananindeua, que é o perímetro com mais engarrafamento, não tem serventia”. (Foto: Marcos Santos)

PREFEITO DIZ QUE NÃO VAI TERMINAR OBRA ATÉ O FIM DO SEU MANDATO

Para piorar a situação, as obras do BRT não têm data para acabar. Em entrevista a um telejornal local, na sexta-feira (10), o prefeito de Belém Zenaldo Coutinho admitiu que não entregará o BRT pronto até o fim
de seu mandato.

Perguntado se as obras seriam finalizadas até o fim de seu mandato, o prefeito respondeu: “Não toda a obra”. Questionado sobre o que poderia ser entregue, continuou: “É muito difícil eu tentar anunciar em um momento de profunda recessão”. Zenaldo afirma que apenas o trecho até Icoaraci deve ser entregue no seu
mandato.

(Diário do Pará)

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

    Mais em Notícias Pará

    Leia mais notícias de Notícias Pará. Clique aqui!

    Últimas Notícias