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Pirenópolis: paraíso e sossego ao alcance de todos

Gerson Nogueira – especial para o DOL A impressão inicial é de um lugarejo perdido no tempo. Pirenópolis, encravada no cerrado e berço de águas límpidas, tornou-se a menina dos olhos do turismo do Estado de Goiás ao completar quase três séculos de existê

Gerson Nogueira – especial para o DOL

A impressão inicial é de um lugarejo perdido no tempo. Pirenópolis, encravada no cerrado e berço de águas límpidas, tornou-se a menina dos olhos do turismo do Estado de Goiás ao completar quase três séculos de existência conseguindo ser cosmopolita sem perder a rica essência barroca.

O charme não se resume ao amplo e preservado centro histórico com casario colonial que harmoniza residências de nativos com o comércio voltado para turistas. As fachadas dos sobrados, o permanente azul do céu, a culinária ímpar e a hospitalidade dos nativos fazem de Pirenópolis um recanto realmente especial.

Para o turista sobram atrações de todo tipo, dos passeios às 96 cachoeiras à gastronomia variada e ao artesanato, além de variados programas culturais semanais. A despeito da simplicidade nos detalhes e do jeitão interiorano, Piri – como dizem os mais íntimos – é para todos: por isso se tornou palco de mais de 15 festivais nacionais e internacionais, onde tribos de diversas partes do Brasil e do mundo confraternizam.

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Apesar da obrigatória comparação com outras cidades seculares, como Ouro Preto (MG) ou Paraty (RJ), Pirenópolis vai além. Consegue ser bonita mesmo castigada por meses de seca sob um sol de 40º. De suas nascentes escoam águas que formam cachoeiras e lagos para banho. E ainda tem o rio das Almas, que corta a cidade.

Piri é também um case nacional de sustentabilidade ecológica. Na cidade, de 26 mil habitantes, já existe aterro sanitário e está em construção um grande galpão para coleta seletiva de lixo. E a gestão municipal bloqueou esgotos clandestinos que eram despejados no leito do rio. O conceito de fossa ecológica – na qual o esgoto é absorvido pela terra – nunca foi tão divulgado e implantado. Isso permite ver crianças a idosos tomando banho sob a chamada “meia ponte”, que liga as duas pontas do centro histórico.

Visitantes do mundo inteiro

Segundo dados do Ministério do Turismo, apenas ano passado a cidade foi visitada por mais de seis mil turistas estrangeiros – os brasileiros são pelo menos 20 vezes mais – que registram presença nas 120 pousadas, das mais simples, que oferecem quartos, até as mais luxuosas, dentro e fora do centro urbano. O preço da diária oscila muito, indo de R$ 40,00 (nas mais populares) a R$ 480,00 (nos hotéis de luxo).

Pousadas e hotéis estão equipados para acomodar turistas do circuito local e os oriundos de Abadiânia, a 50 quilômetros de Piri, cidade muito visitada por quem procura o médium João de Deus, na Casa Don Ignácio.

Mesmo com o ar sossegado e brejeiro do interior, Piri não para. Principal estância turística da rota Brasília-Anápolis-Goiânia, recebe visitantes todos os dias. Na Copa do Mundo de 2014, centenas de sul-americanos descobriram a cidade. Gente que vinha de ônibus, táxi e até motor-home. E foi ficando, até por um mês inteiro. A facilidade de acesso contribui muito.

Pirenópolis fica a apenas 120 quilômetros de Goiânia e a 150 quilômetros de Brasília, e a apenas 50 quilômetros de Anápolis, um dos pólos industriais e de agronegócios que mais se desenvolvem no país. Por isso, tornou-se destino de descanso e passeio para todas as classes sociais.

No fim de semana de 15 a 18 de setembro, Pirenópolis recebeu um grupo de jornalistas de 13 veículos de 10 capitais para o 5º Enecob, foi sede também da nova edição do Slow Film – o festival internacional de cinema e gastronomia. O sotaque hispânico e inglês que tomou as principais ruas do centro sintonizou-se ao goianês.

Na agenda cultural há festas tradicionais. A do Divino, todo mês de maio, é voltada para os nativos. São tributos aos hábitos cristãos da cidade – o canto das Pastorinhas, o sapateado da Catira, a roda de viola e a representação da batalha entre mouros e cristãos sobre cavalos, na qual animais e cavalheiros são paramentados com cores fortes, desfilando em recinto próprio, logo à entrada do município.

Outra festividade atraente para turistas é o Canto da Primavera, que leva cantores do circuito nacional e internacional a Piri. O deste ano será em outubro, e a programação será divulgada em breve no www.pirenopolis.com.br.

Ruas sem fios elétricos expostos

As tradições cristãs constituem a riqueza do folclore de Pirenópolis. A cidadela ergueu a primeira igreja católica do Centro-Oeste, a matriz Nossa Senhora do Rosário, quando os bandeirantes por ali passavam atrás de ouro. Foi reformada em 2002, após incêndio causado por um curto-circuito.

Outro ponto de visitação é a Igreja do Bonfim, que surge aos olhos de quem sobe a rua rumo à rota de cachoeiras, adornada por duas palmeiras imperiais. É ali e na matriz que o povo de Piri se reúne para rezar.

É possível encontrar por todo o centro histórico dezenas de vilas e becos da época colonial, com muros peculiares – erguia-se com adobe, pedra preta e fezes de boi misturadas a areia. Há centenas deles, protegendo os quintais das casas.

Acostumados aos grandes centros urbanos, muitos visitantes não notam uma das maiores preciosidades: no centro histórico tombado pelo Iphan não há fiação exposta – é toda subterrânea, deixando à mostra apenas postes que lembram os antigos lampiões.

O ponto alto da visitação em Piri é a combinação da rota das cachoeiras com o centro histórico. Para quem fica na cidade durante o dia há lazer para gostos variados. Concentra-se especialmente no triângulo de ruas: a do Rosário (chamada “do Lazer”), a Rui Barbosa – informalmente a “rua das Lojinhas” – e a Rua Aurora, para quem desce da rota das cachoeiras. Esta, aliás, está virando o novo point da cidade.

De dois anos para cá, surgiram cafeterias – destaque para Pé di Café e Florinda Comidinhas – e a cervejaria Santa Dica, recém-inaugurada e que chama a atenção pelo tom forte da bebida. Como a via tem ampla calçada, mesas e cadeiras dão um ar de boulevard chique à rua em seus quase 300 metros.

Embora existam boas casas de comida regional em vários pontos do centro histórico, os mais badalados restaurantes estão na rua do Lazer. Culinária típica do cerrado (a maioria), crepes, churros, churrasco e até culinária mediterrânea. Há pubs e pequenas galerias de arte. Vale provar o cardápio italiano do Maiale. Outros, como Empório do Cerrado e a cachaçaria do Dil (mais de 3 mil garrafas na prateleira), trazem a marca inconfundível das tradições goianas.

O fascínio do circuito das águas

São 96 cachoeiras catalogadas em fazendas que abrem as quedas d’água e trilhas belíssimas ao público, oferecendo guias, restaurantes e regras rígidas. O pirenopolino sabe cuidar da cidade, das riquezas naturais e não gosta de lixo no mato. Na rota, destaque para as cachoeiras do Abade e Santa Maria (onde foram gravadas duas novelas da Globo), Bonsucesso (que tem sete quedas), Lázaro, Usina Velha e Meia Lua.

Os que curtem turismo de aventura encontram a 10 quilômetros da cidade uma ótima opção: o Santuário Vagafogo, com circuito de arvorismo, tirolesa e trilhas com mata preservada. O dono, Evandro Ayer, faz questão de acompanhar os visitantes e orientar sobre os segredos do santuário, auxiliado pelo filho, Uirá.

Referência do turismo ecológico, Vagafogo foi criado em parceria com ONGs internacionais e inaugurado nos anos 90 pelo duque de Edimburgo, o príncipe Phillip, marido da rainha Elizabeth II. O passeio inclui um reforçado “brunch”, com 70% dos itens produzidos na própria fazenda e direito a explicações detalhadas de Uirá sobre a forma de preparo.

A rota das cachoeiras, sinuosa e em estrada de terra batida, é bem sinalizada. No centro histórico, agências especializadas oferecem passeios individuais ou em grupo em veículos próprios, além de guias autônomos, ao custo médio individual de R$ 60,00, incluindo lanche ou refeição. A prefeitura mantém o Centro de Atendimento ao Turista, com dicas e fotos sobre todas as cachoeiras abertas ao público. Não há como se perder.

Serras, museus e algumas ameaças

No parque estadual Reserva dos Pireneus, na serra, há a Cidade da Pedra, com formações rochosas milenares, e o pico dos Pireneus permite contemplar o mais bonito pôr do sol da região. Aconselha-se também uma visita à histórica Fazenda Babilônia, a 35 quilômetros da cidade, que serve desjejum de produtos da região e um almoço ou jantar tranquilo na Venda do Bento, próximo ao aeroporto.

Três outros museus constituem paradas obrigatórias. O do Divino, na antiga cadeia pública, que mostra os acervos das Cavalhadas e conta a história da Festa de maio. Do outro lado da ponte, o Museu de Arte Sacra exibe objetos da tradição católica, dentro de uma antiga igreja. E, por fim, o Museu Rodas do Tempo, com o mais completo acervo de bicicletas e motos do continente. Há preciosidades, como réplicas das bicicletas primitivas e uma coleção de Harley-Davidson.

Obviamente, nem tudo é apenas encanto no município goiano. Há uma luta antiga para conscientizar turistas e principalmente moradores sobre a destinação do lixo.

Com seus festivais, belezas naturais e a proximidade de duas grandes capitais, Piri virou também alvo de especulação imobiliária. Há no momento dois grandes empreendimentos em construção. Em ambos, serão quase 300 apartamentos.

Um deles dentro do centro histórico (ao lado da Igreja do Bonfim) tem indignado moradores, ambientalistas e comerciantes locais, em especial por ser time share (cada unidade poderá ter até 12 proprietários). O receio é de que, dentro de dois anos, a cidade esteja no pico de sua lotação com estes investimentos, tornando-se caótica e barulhenta.

Outra preocupação é com o consumo de energia. Atualmente, a companhia geradora Celg não dá conta de atender a demanda costuma haver queda de luz em dias de maior movimento na cidade. O cuidado com esgoto também inquieta a população. Os investidores do novo condomínio garantem que haverá uma estação de tratamento, mas não convencem ninguém.

Os moradores citam com orgulho que Piri é a terra natal de Zezé di Camargo e Luciano, que mantêm na região seus laços familiares, e berço do cantor Leo Jaime. É onde os globais Wolf Maia e Glória Pires mantêm sítios e costumam descansar. Também virou reduto preferencial de diplomatas e embaixadores – o atual embaixador do Brasil em Washington (EUA), Sérgio Amaral, tem casa na Rua Aurora. (Com pesquisa e informações de Primo Stotani)

ONDE FICAR

Pouso do Sô Vigário – (62) 3331-1206

Pousada Walkeriana – (62) 3331-1260

Pouso do Frade – (62) 3331-1046

Pousada dos Pirineus – (62) 3331-1570

Villa do Comendador – (62) 3331-2424

ONDE COMER

Restaurante Venda do Bento

Restaurante do Serra

Empório do Cerrado

Restaurante do Brisola

Forneria Pirineus

CAFETERIAS

Pé di Café

Florinda

PASSEIOS

Santuário Vagafogo de Vida Silvestre – (62) 3335-8515

Fazenda Babilônia – (62) 99294-1805

Fazenda Refúgio Avalon – (62) 3331-3715

Cachoeiras do Abade – (62) 98145-9597

Cachoeira Meia Lua – (62) 3331-1299

Parque Pico dos Pirineus – (62) 3265-1320

Cidade da Pedra

(*) O jornalista viajou a convite do Enecob (Encontro Nacional de Editores, Colunistas, Repórteres e Blogueiros) e com apoio da Souza Cruz, Ministério do Turismo, Prefeitura de Pirenópolis e Governo de Goiás. Agradecimento: Pouso do Sô Vigário.

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