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Lixão do Aurá: o problema permanece

A densa cortina cinza que cobria ruas e prédios de Belém, na manhã de ontem, até parecia neblina. Não era. E o péssimo odor denunciava isso. Em vez de partículas de água, a fumaça era uma mistura de gases provenientes da queima do metano, reação química q

A densa cortina cinza que cobria ruas e prédios de Belém, na manhã de ontem, até parecia neblina. Não era. E o péssimo odor denunciava isso. Em vez de partículas de água, a fumaça era uma mistura de gases provenientes da queima do metano, reação química que ocorre sem cessar dentro do maior lixão a céu aberto do Pará, o Aurá, na Região Metropolitana de Belém (RMB). Essa é a segunda vez, em menos de um mês, que a fumaça decorrente da queima de resíduos sólidos no lixão do Aurá invadiu bairros de Belém e Ananindeua. A situação, considerada inusitada na capital do Estado, é uma constante na maioria dos municípios paraenses, que ainda descartam seus resíduos em lixões a céu aberto.

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Dos 144 municípios paraenses, 128 ainda destinam os resíduos sólidos para lixões, segundo estudo do Instituto Nacional de Políticas Públicas, de 2014. O Estado possui apenas um aterro sanitário registrado e licenciado em funcionamento: a Central de Tratamento e Processamento de Resíduos (CTPR), empreendimento gerido pela firma Guamá Tratamento de Resíduos Ltda., pertencente ao grupo Solvi, e construído para receber o lixo da RMB. As obras da CTPR começaram em outubro de 2013 e o aterro começou a funcionar no primeiro semestre deste ano. De acordo com a empresa, o local está apto a receber e processar cerca de 1.800 toneladas por dia de resíduos do tipo 2A (lixo doméstico e alguns tipos de resíduos de grandes geradores, como material orgânico).

Algumas diferenças entre o modelo do aterro sanitário e o lixão são a existência do controle de entrada do material qualitativo, a presença de balanças eletrônicas, que fazem a pesagem dos resíduos, e posterior triagem do que entra ou não no local, os drenos verticais que servem para captar o biogás gerado pelos resíduos e os drenos horizontais que realizam a captação do chorume. “Dentro do aterro sanitário, temos todo o cuidado com a segurança do trabalho e uma logística de proteção ao próprio trabalhador”, diz Paulo Leal, gerente operacional do empreendimento. “Nos lixões, há a situação dos catadores expostos a riscos como seringas, materiais hospitalares e sem nenhuma proteção.”

DANOS AMBIENTAIS

A forte fumaça que saía do lixão do Aurá, na manhã de ontem, é uma prova de que apenas encerrar as atividades dos locais não resolve os problemas ambientais acumulados com o tempo. “A área onde existe o lixão vira um passivo ambiental. Se pararmos de jogar lixo naquele local, ele não deixará de poluir o meio ambiente”, explica a professora de geofísica da Universidade Federal do Pará (UFPA), Maria Gomes. “É preciso criar mecanismos para, ao menos, minimizar os problemas que já são produzidos.”

É o caso do gás metano, que gerou a fumaça vista pela população de Belém. “Uma vez que algo no lixão é incinerado, o metano que já está no solo é ativado. Aquela fumaça vai queimar constantemente. Com a chuva, isso vai sumir do ar. Mas, por baixo, continua queimando, porque o metano é um fogo invisível”, destaca o pesquisador Paulo Wilson, coordenador da ONG Noolhar. Ele explica que a canalização e a incineração do metano é uma das soluções utilizadas nos aterros controlados. “No aterro controlado, o metano será canalizado, em tubulações, e incinerado. Não é o ideal. Mas, a partir do momento em que você queima o metano, emite-se menos gás natural. O impacto ao meio ambiente é menor”, diz Wilson.

Soluções distantes para municípios longínquos.

(Hélio Granado/DOL)

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