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Esquema com cheque moradia se espalha pelo Pará

De Ponta de Pedras a Ananindeua: recibos do Cheque Moradia levantados pelo DIÁRIO mostram beneficiários de Ponta de Pedras recebendo material de construção de uma loja em Ananindeua e outros citam a própria prefeitura como fornecedora de material para

De Ponta de Pedras a Ananindeua: recibos do Cheque Moradia levantados pelo DIÁRIO mostram beneficiários de Ponta de Pedras recebendo material de construção de uma loja em Ananindeua e outros citam a própria prefeitura como fornecedora de material para construção, numa prova dos desmandos e dos desvios dos benefícios para fins eleitoreiros.
Denúncias de irregularidades em Ponta de Pedras, no Marajó, mostram como desvios no programa alcançam vários municípios: em troca de votos, improbidades imperam
DA REDAÇÃO

O uso eleitoreiro do Cheque Moradia, que deveria ser um meio de melhorar a vida das pessoas através da construção, ampliação ou melhoria das casas dos beneficiários, contaminou por completo o programa. No interior do Estado, além de funcionar como máquina de compra de votos em favor da recandidatura do governador Simão Jatene, o programa vem ludibriando centenas de famílias e frustrando o sonho da tão desejada casa própria. No caso do município marajoara de Ponta de Pedras, a vida das famílias contempladas mudou para pior.

O governador Simão Jatene juntou-se à sua correligionária e prefeita de Pontas de Pedras, Consuelo Castro (PSDB), para anunciar a entrega de dezenas de Cheques Moradia a famílias carentes da cidade, num investimento de R$ 846 mil, segundo o próprio Jatene. Hoje, seis meses depois, a dona-de-casa Sônia Ferreira denuncia uma série de irregularidades cometidas pelo governo do Estado, através da Companhia de Habitação do Pará (Cohab) - que, além de não construir e reformar, ainda sumiu com a maior parte do material que deveria ser utilizado nas obras das residências.

Em maio passado, o governador esteve no município em campanha e entregou simbolicamente cinco Cheques Moradia no valor de R$ 7,8 mil cada. No dia seguinte, Consuelo Castro mandou recolhê-los sob a alegação que todos teriam que ser distribuídos juntos. “Nós assinamos o cheque e aí em seguida a prefeita Consuelo entrou em ação falando que tínhamos 30 dias para utilizar. Caso contrário eles perderiam a validade e pagaríamos uma multa grande para a Cohab”, revela.

Assustados, os beneficiários entregaram os cheques a um homem chamado Erivélton, que se comprometeu a trocá-los - já que, segundo ele, em Ponta de Pedras não existiam estabelecimentos cadastrados no programa da Cohab. Na verdade, o intermediário repassou novamente os cheques para a prefeitura, que foi quem acabou fornecendo o material, conforme mostra cópia do recibo assinado por Sônia Ferreira (ver ao lado), afirmando que recebeu da prefeitura de Ponta de Pedras “R$ 7.800 devidamente convertidos em material de construção do Programa Cheque Moradia”.

No recibo, um quadro discrimina os materiais: pá, enxada, enxadeco, baldes, carrinho de mão, quatro treliças, balde impermeabilizante, dois quilos de pregos e 179 sacas de cimento. O documento ressalta que, no ato da assinatura, foram entregues 100 sacas de cimento e que as outras 79 sacas “serão entregues impreterivelmente até o dia 20 de agosto de 2014”, o que não aconteceu. O recibo foi emitido pela empresa Quaresma Construções e Comércio, localizada na Estrada da Providência, na Cidade Nova II, em Ananindeua, e está assinado por Ana Maria Quaresma, proprietária do estabelecimento.

Fica a pergunta: quem afinal forneceu o material foi a prefeitura de Ponta de Pedras ou a empresa de Belém? Se o beneficiário tem a prerrogativa de escolher onde comprar o material, como o cheque de Sônia foi parar num estabelecimento de Ananindeua? A mesma situação com a dona de casa Rosa Maria Pantoja do Espírito Santo, o que demonstra o direcionamento feito pela prefeitura para a loja da Cidade Nova.

Ana Cláudia Tavares, funcionária da prefeitura de Ponta de Pedras, é a coordenadora do programa no município e se comprometeu a agilizar as construções com os beneficiários. “Quando eu fui cobrar dela o que ela prometeu, ela foi ao Ministério Público dar queixa de agressão contra mim, mas eu nunca a agredi. Fui apenas cobrar o meu cheque, que eu assinei e veio em meu nome e até agora nada. Assinei tudo que me pediram e não recebi o material combinado”, revela Sônia.

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(Diário do Pará)

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