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SABOR E ECONOMIA

Comida de rua segue tradicional e rentável em Belém

Belém faz jus ao título de cidade da gastronomia criativa, com pratos tradicionais que dão água na boca tanto em quem vive aqui quanto nos que visitam a capital. E os cardápios fazem nossa economia girar

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Imagem ilustrativa da notícia Comida de rua segue tradicional e rentável em Belém camera Cena comum nas esquinas de Belém: todos se deliciando com os mais variados pratos. | Fotos: Wagner Almeida/Diário do Pará

Ao andar pelas ruas de Belém, é impossível não se deparar com algum carrinho oferecendo as famosas comidas típicas da região, que abrangem desde um delicioso vatapá, passando pela maniçoba e terminando em um dos pratos mais apreciados, o tacacá. Quase sempre esses pontos estão lotados, o que mostra um hábito que mistura tradição e memórias afetivas de quem mora no Pará.

Conhecida no Brasil por ser a cidade da gastronomia criativa, os insumos para o preparo das iguarias são facilmente encontrados em Belém, em específico no Ver-o-Peso, considerado a maior feira aberta da América Latina. De lá, vários comerciantes, cada um com suas habilidades, oferecem os ingredientes que serão preparados para serem vendidos em diversas ruas espalhadas pela capital.

O vaivém de pessoas na rua Treze de Maio, no bairro da Campina, se mistura com os aromas que saem da Barraca da Fafá e tomam conta de toda a extensão da via. Por lá é possível encontrar uma paleta de sabores, mas para que tudo fique pronto ainda nas primeiras horas do dia, os trabalhos começam antes mesmo do sol aparecer e só termina à noite.

Quem prepara tudo é a Maria de Fátima de Araújo, mais conhecida como Fafá, uma empreendedora que aposta nos temperos amazônicos para fazer a economia girar em Belém. De acordo com ela, o dom de misturar os ingredientes até chegar no ponto certo vem de gerações da família, uma tradição de mulheres craques na cozinha e que foi passando de mãe para filha.

Segundo Fafá, um dos segredos para manter o sabor tradicional das refeições está no modo de preparo. “Não vou revelar tudo”, brincou. “No caso da minha maniçoba, eu gosto de deixar as folhas bem cozidas, até mais tempo do que é para ficar. Em relação ao tacacá, começo na escolha minuciosa do tucupi e do camarão, que deve ser sempre bem fresquinho”, detalhou a comerciante.

“O jambu é um dos itens especiais da nossa terra e um dos mais famosos, pois é conhecido pelo sabor marcante e pela tremedeira que causa na boca, famosa nas músicas da Dona Onete. No entanto, esses itens não fazem milagre, pois não adianta só misturar e fazer de qualquer jeito… é preciso fazer com amor, como se você estivesse fazendo para você”, completou dona Fátima.

Mais que uma fonte de renda, um trabalho que traz lembranças de entes queridos

Max Pompeu, de 60 anos, cresceu brincando na cozinha da mãe, uma cozinheira de mão cheia e que inspirou o comerciante a trabalhar com a venda de comidas pelas ruas de Belém. Dono de um carrinho que fica localizado na avenida Nazaré, próximo à travessa Quintino Bocaiúva, Pompeu lembrou que até hoje, o cheiro do tucupi e da maniva é de saudade.

O comerciante recorda que o gosto pela culinária paraense começou ainda na adolescência e já dura 49 anos. “Minha mãe acordava cedo para deixar tudo pronto e oferecer o que há de melhor no nosso Pará. Com a partida dela, quem faz tudo sou eu agora… acordo 4 da manhã e só fecho no final da tarde, quando o movimento começa a enfraquecer”, afirmou Max.

Do outro lado da cidade, Nilson Mendes Cardoso é o taca cazeiro mais famoso do bairro do Canudos, aliás, são 31 anos trabalhando com esse tipo de prato. De acordo com o empresário, com o passar do tempo o espaço incrementou outras delícias no cardápio, passando a oferecer tortas salgadas e doces, lasanha, arroz paraense, pudim, bolo, entre outros.

Nilson contou que o volume de vendas é tão grande que a cozinha funciona 24 horas. “Começamos a receber a clientela a partir das 17 horas, no entanto, oferecemos muitas opções, além de que a procura acaba sendo grande. Para se ter uma ideia, o nosso fogão fica aceso o tempo todo, pois para a maniva ficar pronta precisa de um cozimento constante”, disse.

Qualidade e ótimo preparo garantem clientes fiéis

Entre um ponto e outro, sempre há clientes que não abrem mão de parar e degustar um prato de vatapá, maniçoba ou tacacá. Aí os complementos dependem da criatividade e do gosto de cada um: há quem prefira algumas gotas de pimenta ou até mesmo uma porção generosa de farinha crocante, combinações que somam no sabor de cada prato consumido.

Pelo menos uma vez por semana, Odair Junior, 27, escolhe um dos pratos da Barraca da Fafá. O vendedor, que trabalha no Centro Comercial de Belém, informou que o preferido é a maniçoba, com bastante farinha. “Algumas pessoas me encarnam, pois eu gosto do pirão mesmo. Sempre falo nas rodas de amigos que ‘deve ser triste não ser paraense’, pois não tem isso em outro lugar”.

No tacacá do Nilson a clientela também é grande e, quando se fala de tradição, a advogada Rebeka Vieira, 32, volta ao passado. “Lembro do meu pai, quando ele queria fazer eu comer maniçoba e eu odiava. Com o tempo o perdi e, de forma nada intencional, passei a consumir maniçoba e achar uma das melhores comidas da minha vida. Toda vez penso nele”.

Para ela, ao observar o contexto geral, não importa se o prato é completo ou misturado, o importante é se sentir bem ao ter como herança essas riquezas gastronômicas. “Podem passar gerações e gerações, mas nossa tradição será eterna e conhecida cada vez mais, pois não é à toa que temos a melhor culinária do país”, concluiu Rebeka.

PARA ENTENDER

Empreendimentos

Hoje, São mais de 2.868 empreendimentos dedicados exclusivamente para este ramo em Belém, é o que afirma a Secretaria Municipal de Finanças (Sefin).

Outro detalhe é que diante da qualidade no preparo, a culinária local se tornou destaque internacional e representa uma fatia considerável do mercado de restaurantes da cidade, devido ao turismo e ao consumo da população.

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