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Os desafios e a emoção de ser mãe na pandemia

Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), entre janeiro de 2020 e fevereiro deste ano, mais de 145 mil crianças nasceram nos hospitais públicos do Estado Pará.

Imagem ilustrativa da notícia Os desafios e a emoção de ser mãe na pandemia camera A farmacêutica Fernanda Sanches com a filha Eva. | Arquivo pessoal

Há menos de um ano, em junho de 2020, logo após o Dia das Mães, a farmacêutica Fernanda Sanches descobriu que iria ter uma nova e apaixonante missão: ser mãe. Poucos meses antes, em março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tinha declarado a pandemia devido à doença Covid-19.

Grávida da primeira filha com o marido Melchior Sanches, ela se viu no desafio de estar gestante em plena uma pandemia mundial. Um mês antes da descoberta, ela também tinha testado positiva para o novo coronavírus. “Eu testei positivo para a Covid-19 no início de maio. Passei o Dia das mães do ano passado isolada. Logo depois que me recuperei, encontrei meu marido e engravidei. Em junho, confirmei a gravidez e foi um susto, pois não tinha sido planejado e fui tudo muito diferente do que sempre pensei, pois, devido à pandemia, tive que ficar isolada, pois tinha muito medo de contrair a doença novamente”, explica.

Passado o susto, Fernanda começou a curtir o momento e planejar como levaria uma gravidez segura durante a pandemia. “Eu não saia de casa. Tinha muito medo de ir pra lugar que tivesse mais gente. Então foram nove meses saindo de casa apenas para o essencial. Eu queria muito poder ter tido chá revelação, chá de fralda, reunir com os familiares e amigos para receber todo o carinho pela chegada da nossa filha, mas não pude ter nada disso, tudo pensando na minha segurança e da minha filha. Quando eu ainda estava grávida, eu e meu marido também formalizamos nossa união, mas só fizemos o casamento no civil, com a presença de nossos pais e as testemunhas. Não pudemos fazer festa, reunir o resto da família e os amigos”, completa.

A farmacêutica Fernanda e o marido Melchior Sanches com a filha Eva.
📷 A farmacêutica Fernanda e o marido Melchior Sanches com a filha Eva. |Arquivo pessoal

Hoje, com apenas dois meses, Eva é o xodó da família. Primeira filha do casal e primeira neta dos avós maternos e paternos, a família segue isolada e mantendo todos os cuidados. “Até hoje nossos amigos e familiares não conhecem pessoalmente a Eva. Tudo é só por chamada de vídeo, fotos. Nos mesários, só participam eu e meu marido, meus sogros e meus pais. Estamos aproveitando muito a chegada a nossa filha e, principalmente, por ela, mantendo todos os cuidados”.

Esse será o primeiro Dia das Mães de Fernanda e ela conta que a emoção é muito grande. “Já estou imaginando como vai ser e tenho certeza que será lindo. Esse vai ser o primeiro Dia das Mães que eu realmente vou saber o que é a data, com ela nos meus braços. É uma sensação muito boa de se viver, apesar da pandemia. E, mais feliz ainda, fico que poderei passar essa data com a minha mãe e com minha filha. É um sentimento único”, conta.

A pandemia também marcou a vida da estudante Ediany Batalha de duas formas extremas: a perda de um tio vítima da Covid-19, e o nascimento da filha. Quando estava com cinco meses de gestação, em maio de 2020, ela recebeu a triste notícia do falecimento de um tio muito próximo, vítima da Covid-19.

“Eu descobri a gravidez no início de janeiro do ano passado. Já sabíamos da existência do vírus, mas ainda não tinha chegado no Brasil. Chegamos a viajar logo em seguida e depois a pandemia foi confirmada no Brasil. Em maio perdi meu tio para o vírus, que me apoiava e me dava muita força. Lembro quando ele estava no hospital, que me mandava mensagem dizendo que estava ansioso pela chegada da minha bebê, mas ele faleceu antes que esse dia chegasse”, lamenta.

A estudante Ediany Batalha com a filha Liz, de 8 meses.
📷 A estudante Ediany Batalha com a filha Liz, de 8 meses. |Arquivo pessoal

A pequena Liz nasceu no dia 3 de setembro, quando os casos de Covid-19 estavam em queda no Brasil, porém, ainda eram (assim como até os dias de hoje) necessários muitos cuidados. Mesmo com uma gravidez não planejada, Ediany Batalha e o marido Lucas Aragão, ficaram extremamente felizes com a chegada da filha.

“No início deu aquele medo, mas depois foi só alegria. Ter toda a minha gestação na pandemia foi muito difícil e desafiador. Eu acompanhei a gestação de primas e amigas e vi que comigo, devido à pandemia, foi tudo muito diferente. Eu só saia de casa para os exames, consultas. Eu fiz todo meu enxoval comprando pelo internet. Uma situação que me marcou muito foi quando a Liz nasceu, que minha tia e minhas primas vieram na minha casa e eu estava no quarto com a bebê e elas ficaram do lado de fora, olhando a gente só pela janela de vidro. E, naquele momento, eu vi o quanto tudo ia ser diferente de tudo que já tinha visto”, conta.

Ediany Batalha conta que ser mãe transformou sua vida. “É aquela história, a gente só sabe quando é mãe. É um amor que não tem explicação. Esse vai ser o meu primeiro Dia das Mães com ela comigo, fora da barriga. E eu agradeço por essa data tão especial, que vou poder com minha filha, minha mãe e minha vó, todos com saúde e muito amor”, finaliza.

Mãe falece de Covid-19 e deixa quatro filhas

O Dia das Mães será um dia marcado de muita saudade para a família das pequenas Maria Eduarda, 6 anos, Kethleen Heloá, 4 , Helena Pietra, 2, e Hagata Valentina, de 4 meses. A mãe, Jéssica Rosário, faleceu em abril deste ano, vítima da Covid-19, anos 28 anos.

As pequenas Maria Eduarda, Kethleen Heloá, Helena Pietra e Hagata Valentina,com a mãe, Jéssica Rosário, que faleceu em abril deste ano, vítima da Covid-19.
📷 As pequenas Maria Eduarda, Kethleen Heloá, Helena Pietra e Hagata Valentina,com a mãe, Jéssica Rosário, que faleceu em abril deste ano, vítima da Covid-19. |Arquivo pessoal

Reinaldo Nascimento, pai das crianças, conta que a partida repentina da esposa é muito difícil. “As crianças ficam perguntando pela mãe, acordam de madrugada e querem ela. Eu tive que explicar que o papai do céu foi lá no hospital onde ela estava internada e a levou. Que agora ela é um estrela que brilha lá no céu. Todas as noites eu mostra pra elas, que a mamãe está abençoando elas lá de cima”, diz emocionado. Reinaldo e Jéssica eram casados há nove anos.

Reinaldo Nascimento com a esposa  Jéssica Rosário, que faleceu em abril deste ano.
📷 Reinaldo Nascimento com a esposa Jéssica Rosário, que faleceu em abril deste ano. |Arquivo pessoal

Ele completa contando que conta com a ajuda de familiares para cuidar das crianças. “Eu estou muito abalado com o falecimento dela, dói muito. Minha mãe e meu pai, minhas irmãs e sobrinhas são fundamentais e estão me ajudando muito nesse momento tão difícil, seja ajudando reparar elas, nas atividades da escola, e confortando também, mas sei que o papel materno é fundamental na vida das crianças e vou tentar dar o meu melhor sempre para elas”. Jéssica Rosário sofria de pressão alta e faleceu 11 dias após sentir os primeiros sintomas da Covid-19.

Durante com a pandemia, muitas mulheres engravidaram. Algumas, de forma planejada. Outras não. Entre janeiro de 2020 e fevereiro deste ano, mais de 145 mil crianças nasceram nos hospitais públicos do Estado Pará, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Os dados não incluem os nascimentos em hospitais particulares.

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