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Pará ocupa o 3º lugar no ranking do uso  de remédios

O Estado ocupa o terceiro lugar no uso desenfreado de Vitamina D, Nitazoxanida e Ibuprofeno. No caso da Ivermectina, que compõe o chamado “kit covid”, entre abril de 2020 e março de 2021, o consumo aumentou 434%

Imagem ilustrativa da notícia Pará ocupa o 3º lugar no ranking do uso  de remédios camera A automedicação é uma prática perigosa, mas comum no Brasil | Freepik

Medicamento é a principal causa de intoxicação no país. São pelo menos 3 vítimas a cada hora no Brasil, afetando principalmente as crianças. Dentro desse contexto, o Pará vem se mostrando como um dos principais consumidores de medicamentos, alguns vinculados à Covid-19. Em alguns momentos o Estado chega a ocupar o terceiro lugar no ranking nacional no uso desenfreado de Vitamina D, Nitazoxanida e Ibuprofeno. As informações são do Conselho Federal de Farmácia (CFF).

O caso da Ivermectina ilustra bem essa realidade: entre os meses de abril de 2020 e março de 2021, segundo o CFF, o consumo do medicamento passou de 590.358 para 3.155.437 cápsulas no Pará, representando um incremento no consumo na ordem de 434%.

A automedicação é uma prática perigosa, mas comum no Brasil. A ingestão inadequada traz riscos à saúde e reações adversas como dependência, intoxicação e até a morte. No último dia 5 foi realizado o Dia Nacional do Uso de Medicamentos, quando várias entidades ligadas ao tema no país alertaram sobre os riscos dessa prática.

Romeu Cordeiro
📷 Romeu Cordeiro |Divulgação

A pandemia de Covid-19 deflagrou um aumento de uso irracional de medicamentos. Conforme apurado pelo Conselho Federal de Farmácia, com dados da consultoria IQVIA, nos 12 meses subsequentes ao registro do primeiro caso da doença no país, as vendas de alguns fármacos vinculados à prevenção ou cura da doença, mesmo sem a comprovação de que sejam eficazes para esse fim, chegaram a aumentar 857%, caso da Ivermectina.

Para Romeu Cordeiro, presidente interino do Conselho Regional de Farmácia do Pará (CRF-PA) a falta de informação e o desconhecimento sobre o tema são os principais fatores que contribuem para prática da automedicação.

“Antes de comprar e tomar qualquer medicamento a pessoa deve primeiro fazer uma consulta médica e, de posse da receita, sempre procurar o profissional farmacêutico na farmácia para receber orientação. A informação de qualidade é a principal arma para mudar essa realidade”, ressalta.

Com a pandemia, o uso indiscriminado de medicamentos ganhou um novo contexto envolvendo um suposto tratamento precoce envolvendo medicamentos como Hidroxicloroquina e Ivermectina que não possuem eficácia comprovada pela comunidade científica no combate ao vírus da Covid-19.

O presidente do CRF-PA ressalta que a automedicação para tratar Covid-19 pode piorar a situação. “Dependendo da fase da doença algumas drogas são contraindicadas e podem agravar ainda mais o quadro clínico do paciente”. Por isso, mais do que nunca, torna-se importante a divulgação das campanhas de conscientização para que possam ser viabilizados não apenas a diminuição do uso desses medicamentos, mas também todos os impactos decorrentes. “Usar medicamento por contra própria ou sem a indicação de um profissional de saúde pode ser muito perigoso. Os medicamentos devem ser usados na forma que foram prescritos, nos horários corretos e pelo tempo indicado pelo médico. E medicamentos vencidos nunca devem ser ingeridos”.

Pará ocupa o 3º lugar no ranking do uso  de remédios
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As principais reações adversas de cada item do chamado kit covid

- Hidroxicloroquina – Pode causar dores abdominais, diarreia, náusea e vômitos, lesão hepática aguda, miopatia, vertigem, reações extrapiramidais, convulsões (principalmente em pacientes com histórico prévio), taquicardia, prolongamento do intervalo QT, entre vários outros efeitos adversos, sendo os cardiovasculares aqueles que mais suscitam preocupações.

- Ivermectina – Pode causar diarreia, dor abdominal, anorexia, constipação e vômitos; febre; taquicardia; dor de cabeça, tontura, sonolência, vertigem e tremor; inchaço nos membros (braços, mãos, pernas e pés); hipotensão; além de prurido, coceira e erupções cutâneas.

- Nitazoxanida – Pode causar náusea, diarreia, vômito e dor abdominal; dor de cabeça; reação alérgica; taquicardia; mudanças na coloração dos olhos, urina e esperma; e, ainda, vermelhidão, coceira e erupções na pele.

- Vitamina D – Pode causar secura da boca, cefaleia, perda de apetite, náuseas, fadiga, sensação de fraqueza, dor muscular, prurido e perda de peso. O consumo excessivo pode causar constipação, fraqueza muscular, vômitos, irritabilidade e desidratação. Além disso, o excesso de vitamina D, por períodos prolongados, pode resultar em alterações endócrinas e metabólicas, como proteinúria, disfunção renal, hipertensão, arritmias, piora dos sintomas gastrintestinais, pancreatite, psicose.

- Vitamina C – A administração de altas doses, por tempo prolongado, pode causar escorbuto de rebote, distúrbios digestivos, eritema, cefaleia, aumento da diurese e litíase em pacientes com insuficiência renal e naqueles predispostos a cálculos renais. Além disso, é importante lembrar que todos esses medicamentos apresentam contraindicações e podem alterar os efeitos de outros medicamentos já em uso pelo paciente.

Medicamentos só devem ser utilizados após serem prescritos por médicos

A infectologista Marília Xavier ressalta que medicamentos só devem ser utilizados quando necessário e apenas prescritos por médicos a partir do diagnóstico realizado no paciente. “Ingerir remédios de maneira errada e em demasia pode provocar efeitos colaterais muito fortes e adversos no organismo de uma pessoa a curto e a longo prazos”, relata.

Infectologista Marília Xavier
📷 Infectologista Marília Xavier |Divulgação

Em razão da pandemia esse fenômeno se agravou ainda mais. “Tivemos uma verdadeira epidemia de informações, muitas delas sem qualquer evidência científica. Criou-se o mito que ingerir medicamentos antiparasitários como a Ivermectina poderia prevenir a Covid e as pessoas passaram a tomá-los de qualquer maneira, o que é uma verdadeira mentira”.

A especialista diz que a ingestão indiscriminada de medicamentos não recomendados é muito grave. “Pessoas leigas incorporaram fake news e passaram a prescrever medicamentos sem qualquer orientação em mensagens e lives em redes sociais baseados em informações inconsistentes e em metodologias científicas inadequadas e muitos foram influenciados negativamente”.

O medicamento ingerido erroneamente, dependendo da dosagem e das comorbidades de quem o ingere, pode ocasionar reações adversas, diz Marília, que vão desde reações gastrointestinais a renais. “Tomar Ivermectina sem necessidade pode gerar intoxicação e insuficiência hepática. No caso da Hidroxicloroquina pode gerar alterações cardiovasculares que podem causar arritmias e levar inclusive à morte”, alerta.

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