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Ator em novela da Globo, modelo e assassino: homem que matou paraense João Sabóia nos EUA é preso no sul

Conhecido por artistas, em março de 1999, Márcio Scherer, então com 27 anos, viajou para os Estados Unidos como acompanhante do milionário João Sabóia. Lá, ele assassinou o paraense em um hotel de luxo.

Imagem ilustrativa da notícia Ator em novela da Globo, modelo e assassino: homem que matou paraense João Sabóia nos EUA é preso no sul camera Reprodução

Quase 22 anos após assassinar o economista e antiquário paraene João Alberto de Azevedo Sabóia, Márcio Fonseca Scherer, 49 anos, foi preso novamente. O gaúcho matou Sabóia, então com 56 anos, no Hotel Waldorf Astoria, hotel de luxo de Nova York-EUA.

Condenado a 22 anos de prisão, ele fugiu em 2003 da cadeia onde estava preso, no Rio de Janeiro, mas foi capturado na última quinta-feira (25), em São Leopoldo, distante cerca de 35 km de Porto Alegre-RS.

CAÇADA

A polícia gaúcha passou a buscar o paradeiro de Scherer desde setembro do ano passado, quando um denunciante o reconheceu andando de bicicleta no centro de São Leopoldo.

"Ele (o autor da denúncia) o conhecia da infância e sabia da história do crime nos EUA. Então nos forneceu o nome do preso. Com essas informações, montamos a operação. Várias diligências foram feitas até que descobrimos a casa onde vivia. Fizemos campana o dia inteiro até que no final da tarde o vimos na área desta casa" explicou o delegado Ivair Matos Santos, titular da 2ª DP de Novo Hamburgo, ao portal Zero Hora.

Scherer tentou fugir pelos fundos da casa, mas foi capturado a duas quadras da residência. Ao longo dos últimos cinco meses, a polícia enfrentou dificuldade para localizá-lo. O gaúcho não tinha imóveis nem veículo no nome e não emitia segunda via de documentos. A foto de Scherer no sistema integrado da polícia gaúcha é a de quando ainda era adolescente.

Os policias tinham a informação de que o foragido estava na faixa etária dos 50 anos, era alto – Scherer tem 1m94cm –, loiro e de olho claro. Ele não mantinha perfis nas redes sociais e não aparecia em fotos de familiares. Foi buscando endereços de parentes que os agentes chegaram até a localização exata do foragido.

ARTISTA, MODELO E ASSASSINO

Natural de São Leopoldo, Scherer é de uma família tradicional da cidade. Foi criado pelos avós, é bisneto de Theodomiro Porto da Fonseca, prefeito do município por 16 anos (1928-1944) e neto do general do Exército Mário Fonseca. Segundo o advogado, residia em São Leopoldo há 18 anos. Casou, teve dois filhos, vivia com a família e mantinha uma rotina discreta no Cristo Rei, bairro de classe média alta, a duas quadras da 1ª Delegacia de São Leopoldo

Scherer viveu por oito anos no Rio de Janeiro na década de 1990. Era artista plástico, modelo e tentava decolar na carreira de ator. Em 1996, chegou a fazer figuração para a novela Salsa e Merengue, da Rede Globo. Circulando na elite carioca e conhecido por artistas, em março de 1999, Scherer, então com 27 anos, viajou para os Estados Unidos como acompanhante do milionário João Sabóia.

O gaúcho recebeu US$ 500 por cada um dos nove dias que passaria com o empresário nos EUA num roteiro que incluía seis dias em Atlantic City e três em Nova York. Na última etapa da viagem, após uma discussão, Scherer matou Sabóia dentro do luxuoso Hotel Waldorf Astoria.

O assassinato de João Saboia chocou a população paraense na década de 1990.
📷 O assassinato de João Saboia chocou a população paraense na década de 1990. |Reprodução

Temendo ser julgado pela justiça americana, adiantou o retorno ao Brasil e fugiu para o Rio Janeiro, onde assumiu a autoria do crime. O corpo do empresário só foi encontrado no dia seguinte. O crime foi julgado pela justiça brasileira por tratar-se de um caso de extraterritorialidade condicionada — quando um brasileiro mata outro brasileiro no Exterior, o processo é de competência do local de residência do réu.

Na denúncia do Ministério Público consta que, após matar o empresário, Scherer roubou aproximadamente U$$ 30 mil, relógios, joias, bolsa de viagem e passagem aérea de retorno ao Brasil. A Justiça do Rio de Janeiro entendeu que o caso se tratava de um latrocínio – roubo com morte – e em 2002 condenou o réu a cumprir 22 anos em regime fechado.

O ASSASSINATO

A discussão que culminou com o assassinato do empresário iniciou por Scherer ter feito um programa com outra pessoa em Nova York. Na versão sustentada pela defesa, a briga começou por ciúmes.

Sabóia teria pego um furador de gelo e atacado Scherer, que teria sofrido um corte na mão direta. No segundo golpe, o réu teria revidado e atingido uma das artérias carótidas da vítima. Sabóia morreu no local e o corpo só foi encontrado quando amigos do empresário.

"Esse era o típico crime para ir ao Tribunal do Júri, ele não negou o fato, mas negava o roubo. Ele não matou para roubar, matou se defendendo de uma agressão entre pessoas que estavam se relacionando no Exterior. Não havia intenção nenhuma na morte, ele já havia recebido pela viagem, foi uma ação provocada por uma irritação de João", sustentou Paulo Gall, advogado de Scherer.

E AGORA?

O mandado de prisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro é válido até 2023 – quando a pena seria prescrita. Scherer permanece detido na DPPA de Novo Hamburgo aguardando vaga no sistema prisional.

Ele deve ser levado para penitenciárias de Sapucaia do Sul ou Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Quando cumprir um sexto da pena, Scherer poderá pedir progressão para o regime semiaberto. Se tivesse ficado na prisão, já poderia estar livre.

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