O câncer infantojuvenil é a primeira causa de morte por doença entre pessoas com até 19 anos de idade, mas os dados recentes mostram que o percentual de cura tem aumentado consideravelmente.
“As estatísticas têm demonstrado que o tratamento do câncer infantojuvenil obteve progresso significativo, com percentuais de cura que passaram de 30% para mais de 80% desde os anos 1960”, explica Fabíola Puty, oncologista infantojuvenil da Pró-Saúde.
Considerada uma das maiores administradoras hospitalares do país, a instituição gerencia desde a inauguração, há cinco anos, o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, onde a médica trabalha, na capital paraense Belém.
A doença foi lembrada nesta semana em todo o mundo, na segunda-feira, 15 de fevereiro, Dia Internacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil.
De acordo com a especialista, mesmo diante da evolução terapêutica e na qualidade de vida dos pacientes oncológicos, a oncopediatria ainda enfrenta um desafio que depende das pessoas para ser superado.
“É fundamental falarmos sobre câncer, seus sinais e sintomas. O conhecimento sobre esse assunto não pode estar restrito somente aos profissionais da saúde”, Fabiola alerta.
A oncologista acrescenta que compartilhar as informações explicando para a sociedade quais são os sinais do câncer infantil contribui para o diagnóstico precoce, condição fundamental para o sucesso do tratamento — algo como “empoderar” familiares e responsáveis pelas crianças para que saibam identificar sinais suspeitos.
“O paciente que chega com uma doença limitada, precocemente diagnosticada, tem o dobro de chances de cura se comparado a um paciente com a doença em estágio muito avançado”, ela compara.
NO PARÁ
Primeira unidade de saúde voltada, exclusivamente, ao atendimento de crianças e adolescentes na região norte, o Hospital Oncológico Infantil registrou, nos últimos três anos (2018—2020), um total de 576 casos de cânceres de diferentes tipos.
Hoje, a unidade possui 442 pacientes ativos em tratamento e 52 internados.
Leucemias (glóbulos brancos), tumores do sistema nervoso central e os linfomas (sistema linfático) representam os tipos mais comuns de câncer infantojuvenil.
É o caso da leucemia mieloide aguda (LMA), caracterizada por alta taxa de mortalidade e fatores prognósticos que ainda são incertos.
Porém, a realização de diversos estudos nas últimas décadas, trouxe progressos no diagnóstico, estratificação e tratamento, possibilitando o aumento e sobrevida dos pacientes, em algo próximo a 75% dos casos.
Muito comuns na infância, o retinoblastoma é tipo de tumor que ataca a retina do olho. Estatísticas indicam que a doença acomete uma criança dentre 12,5 mil a 25 mil nascidas por ano.
A doença tende a ter mais de 90% de cura se diagnosticada e tratada precocemente. Mas, em muitos casos, ainda é diagnosticada em estágios avançados, diminuindo a sobrevida dos pacientes.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o retinoblastoma foi o primeiro câncer a ser descrito como uma doença genética.
Este tipo ocorre na criança pequena. Em dois terços dos casos, os retinoblastomas costumam ser diagnosticados antes de a criança completar dois anos de idade.
A maneira mais eficaz desenvolvida pela ciência para detectar a doença precocemente é o “Teste do Olhinho” (feito ainda no berçário) e as consultas pediátricas nos dois primeiros anos de vida.
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