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Educação pode retroceder até 4 anos, diz estudo sobre impactos da pandemia no setor

Estudo encomendado pela Fundação Lemann aponta os impactos da pandemia do novo coronavírus para a educação

Imagem ilustrativa da notícia Educação pode retroceder até 4 anos, diz estudo sobre impactos da pandemia no setor camera Dentre os pontos destacados consta que a necessária interrupção das aulas prejudica o aprendizado | Divulgação

Um estudo encomendado pela Fundação Lemann ao Centro de Aprendizagem em Avaliação e Resultados para o Brasil e a África Lusófona (FGV EESP Clear), vinculado à Fundação Getúlio Vargas (FGV), indica que a educação no Brasil poderá retroceder até quatro anos devido à pandemia do novo coronavírus. Dentre os pontos destacados pela pesquisa, consta que a necessária interrupção das aulas prejudica o aprendizado, em especial de matemática, e que os alunos dos anos iniciais da educação básica e com maior vulnerabilidade socioeconômica são os mais atingidos pelas consequências da crise sanitária.

A pedagoga e professora universitária Ana D’arc Martins de Azevedo prefere não delimitar em anos esse preocupante cenário, e sim considerar que, de um modo geral, tirar o aluno do hábito diário de ir à escola, interagir, estudar e vivenciar uma organização pedagógica, indiscutivelmente, prejudica o processo de aprendizagem.

“Há um retrocesso, uma parada, uma estagnação, porque o aluno vai encontrar, com a pandemia, um outro espaço, um outro local para obter conhecimento. A questão é que esse outro cenário é complicado por causa das condições de acesso às novas tecnologias e conexão de internet de qualidade”, avalia. “Apesar de que alguns governantes terem disponibilizado ‘chips’ com plano de dados, vejo entraves. Às vezes o aparelho (de telefone ou tablet) não é adequado, o sinal de internet pode falhar dependendo da região. O aspecto pedagógico é diferente quando é presencial. Não é só o ensinar, é olhar o aluno, sentir o emocional dele, saber quais estratégias de aprendizado adotar”, reforça.

Outro fator que torna a situação ainda mais complicada é o fato de que várias crianças brasileiras ainda dependem do lanche ou da merenda servida nas escolas. “Imagina o agravante que é isso para um aluno que vive em situação de risco, com problemas na família. Somando isso às demais perdas, se tem uma repercussão na aprendizagem, ele vai ficando um pouco para trás, ficando com essa lacuna. Talvez seja de quatro anos, talvez não, mas o fato é que essa recuperação irá demandar algum tempo”, analisa a doutora em educação.

Para Ana, a maneira como a volta ao ensino presencial, quando puder ocorrer, será executada pode, sim, ter peso nesse tempo de recuperação. “O retorno também será estranho, também haverá um processo de adaptação. Conheço casos de crianças que convivem com o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) que acumularam os sintomas por terem de ficar em casa - indo à escola, era possível controlar melhor”, exemplifica a educadora.

Portanto, além do apoio familiar para administrar esses ajustes, é essencial que as próprias escolas preparem essa recepção da forma mais adequada. “Será necessária uma reorganização do planejamento pedagógico. Ações, palestras, acompanhar a receptividade dos profissionais com as crianças, com o apoio de assistentes sociais, de psicopedagogos. É importante elaborar uma estratégia para ambientar novamente esse aluno, trazê-lo de volta àquele ambiente, pode ser por meio de mecanismos lúdicos”.

Ignorar essa realidade pode resultar inclusive em uma evasão significativa. “Se não fizer por aí, pode-se causar outras problemas, como a alta da evasão. As escolas terão de usar de criatividade pedagógica para acolher, ambientar e os pedagogos terão de pensar nisso para recuperar, fazer aulas de reforço. Será um trabalho pensando nesses processos, nesse atraso, levando em consideração as faixas etárias”, conclui.

Pará

Com o bandeiramento do Estado quase todo em laranja, com exceção do Baixo Amazonas, que está com bandeira preta, o ensino presencial público segue suspenso desde março de 2020. Em nota, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) informou que no ano letivo de 2021 será adotado o formato de “currículo continuum”, conforme a Resolução nº 020/2021, aprovada pelo Conselho Estadual de Educação (CEE), e reitera que o retorno das atividades escolares presenciais depende do cenário epidemiológico no Estado.

Apesar da pandemia, o vínculo aluno-professor foi mantido através do movimento “Todos em Casa Pela Educação”, com os áudios do Seducast, as videoaulas transmitidas pela TV Cultura, a plataforma educacional Enem Pará, o Para Casa, além dos cadernos de atividades estruturantes (impressos e virtuais), reforçando o compromisso da Secretaria em assegurar o aprendizado necessário para os alunos da rede estadual de ensino.

A reportagem buscou um posicionamento sobre o assunto também junto da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Semec), que responde pelas escolas públicas de Belém, mas não houve retorno.

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