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CRISE

Trabalhadores vivem angústia com fim do auxílio emergencial

A suspensão do dinheiro destinado pelo programa, muitos paraenses estão com problemas para pagar as contas e ir para as ruas é única opção

Imagem ilustrativa da notícia Trabalhadores vivem angústia com fim do auxílio emergencial camera Reginaldo diz que não recebeu todas as parcelas do auxílio e sobrevive da venda de café | Wagner Almeida

O cartaz na porta da agência da Caixa Econômica Federal na Avenida Presidente Vargas, no centro de Belém, informa que o último dia para o saque do auxílio emergencial foi 27 de janeiro. Nas seis folhas com avisos pregados na porta de vidro, nenhuma apresenta qualquer informação sobre um novo prazo para qualquer pagamento da ajuda que foi dada a milhares de brasileiros, para que estes enfrentassem a crise provocada pela pandemia de covid-19. O vai e vem de pessoas na agência também é bem menor do que se costumava observar nos dias de pagamento do auxílio.

O que aumentou por ali foi o número de vendedores que montam pequenas barracas ou usam carrinhos para vender água e lanches. Reginaldo Santana, 46 anos, era um dos ambulantes que estavam no local. Ele percorre todas as ruas do centro comercial vendendo café, chá e leite. Questionado se recebeu o auxílio e como está enfrentando a pandemia, já que fica exposto na rua, Reginaldo disse que recebeu apenas quatro parcelas. “Não sei por qual motivo bloquearam o auxílio e voltei a trabalhar. Dessa venda (de café) depende a minha família. Somos 4 pessoas em casa”, disse.

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Ele mora no bairro da Terra firme e não acredita numa possível volta do auxílio emergencial, mas gostaria que o governo federal olhasse com mais sensibilidade para a situação dos trabalhadores autônomos. “A gente batalha, não tem medo das dificuldades, mas o que tenho faturado mal paga as minhas contas. Isto porque as vendas estão bem mais fracas”, comentou.

Ester Penha, 43, recebeu as seis parcelas do auxílio emergencial, mas precisou retornar a trabalhar nas ruas quando a ajuda foi reduzida para 300 reais. “Os alimentos estão muito caros e a gente precisa pagar as contas também”, justificou. “Eu não tenho medo de trabalhar, desde que eu tenha saúde para isso e, graças a Deus, estou tendo para estar aqui diariamente tentando faturar o mínimo que seja”, prossegue sobre o trabalho.

Ester Penha voltou às ruas quando a parcela do auxílio diminuiu
📷 Ester Penha voltou às ruas quando a parcela do auxílio diminuiu |Wagner Almeida

Na banca dela, produtos e acessórios para celular e máscaras. “Mas as vendas estão fracas. As pessoas não têm dinheiro para comprar. O que estava movimentando o centro comercial de Belém era o pagamento do auxílio e isso você pode perguntar para qualquer vendedor, qualquer lojista”, desabafou sobre as dificuldades que enfrenta. “Não venho mais dia de sábado para cá porque o que vendo não cobre as passagens de ônibus e nem a marmita do almoço”, prosseguiu.

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CRÍTICO

O microempreendedor individual Murilo Lima, 34, disse que o atual cenário que enfrenta não lhe permite perder tempo pensando nos boletos que chegam todo mês. Atualmente ele está vendendo lanches. “Acordo todo dia às 5h para poder vir trabalhar. Tenho uma meta de vender pelo menos 80 salgados por dia”, destacou. É com a venda dos alimentos que ele tem conseguido equilibrar as contas da casa. “Moro com a minha esposa e tenho uma filha de um ano de idade”, disse.

Murilo está há 8 anos como vendedor de lanches e alega que neste tempo todo nunca enfrentou uma crise tão grave como esta que a pandemia impôs. “Recebei o auxílio emergencial e naquele período mais crítico, que foi em abril e maio, eu fiquei sem trabalhar porque teve lockdown e os casos de covid-19 estavam aumentando disparadamente. Eu precisava proteger a minha família porque se viesse trabalhar certamente levaria esse vírus para dentro de casa”, acredita.

A vendedora de lanches Cleonice Castilho, 53, voltou a montar a barraca de em frente a agência da Caixa Econômica assim que deixou de receber o auxílio emergencial, mas destacou que tem tido dificuldades nas vendas. “Agora quase não tem saído lanches, tenho até fechado mais cedo porque não adianta estender a jornada até o fim da tarde”, comentou. Questionada sobre como tem enfrentando a crise, respondeu que faz duas semanas que na casa dela ninguém come carne há dias. “O preço está um absurdo, não há condições”, definiu.

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