Ainda faltavam duas horas para encerrar o expediente na Policlínica Itinerante montada no estacionamento do Hangar Centro de Convenções, em Belém, quando a senha 307 havia sido entregue a mais um paciente com quadro suspeito de Covid-19. O número da vez indicava que o total de atendimentos, ontem, já tinha ultrapassado o limite de 300 senhas que costumam ser entregues diariamente na unidade. O quantitativo é um alerta para as autoridades de saúde e para a população, pois confirma que o número de casos da doença provocada pelo coronavírus voltou a subir na capital paraense nos últimos dias.
Para se ter ideia, antes das festas de fim de ano, a média diária na unidade da policlínica era de 130 atendimentos, segundo a diretora técnica da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), Carla Figueiredo. “Somente na primeira semana de janeiro, 270 atendimentos foram feitos diariamente. Hoje são, no mínimo, 300”, comparou.
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Além da estrutura no Hangar, a Sespa também mantém policlínicas Itinerante e também está com unidades montadas no Estádio Olímpico do Pará (Mangueirão) e nas Unidades de Referência Especializada (URE) Doca e Pedreira. No Mangueirão, o número de atendimentos diários está em 250 pacientes. Nas UREs 100 acolhimentos, cada.
Em Belém, a prefeitura divulgou que 2.387 casos de Covid-19 foram confirmados pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), somente este mês. Carla Figueiredo observou que a demanda de pessoas idosas apresentando sintomas semelhantes aos da Covid-19 tem sido expressiva nas policlínicas. “É o maior número de pacientes neste momento”, frisou. “Dias de segunda-feira e terça-feira a procura por atendimento é maior”, completou.
O aposentado José do Carmo, 69, que mora em Icoaraci, esteve na policlínica do Hangar, ontem. Nos últimos dias ele tem sentido tosse, dor no corpo e febre. “Não consigo sequer brincar com os meus netos que fico logo cansado”, disse.
O idoso procurou atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Icoaraci. “Lá fizeram o atendimento emergencial para dor e febre e me disseram para ficar em isolamento e atento aos sintomas. Aqui (na policlínica) voltarei para fazer o teste para confirmar se é covid-19 porque o médico disse que só poderei fazer após o quinto dia de sintomas, mas já sairei daqui com as medicações”, disse enquanto seguia em direção à farmácia para buscar a Azitromicina.
Sentindo febre e cansaço, o músico Walter Soares, 42, também procurou a policlínica. Está preocupado porque na casa dele já tem duas pessoas com diagnóstico confirmado para covid-19. “Minha mãe e minha ex-companheira. Na minha mãe, que tem mais idade, os sintomas estão bem mais fortes”, comentou.
Walter mora no bairro do Marco, onde está concentrado o maior número de casos confirmados de Covid-19 em Belém. Até ontem, 4.276 moradores do Marco foram infectados pelo coronavírus. É o bairro com o maior número de casos até então.
No bairro da Pedreira, 3.840 pessoas testaram positivo para Covid-19. No Umarizal, 3.149 pessoas foram acometidas pela doença provocada pelo coronavírus. Na Marambaia, já são três mil casos confirmados e no Guamá 3.250.
“As pessoas precisam se conscientizar e seguir com as medidas de segurança. Usar máscara, evitar aglomerações e usar álcool em gel”, orientou Carla Figueiredo.
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