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Ser ambulante virou um bom negócio em Belém

Quem trabalha com vendas dos mais variados tipos pelas principais ruas do centro comercial de Belém garante que é possível tirar o próprio sustento. Muitos abriram mão até mesmo do emprego com carteira assinada

Imagem ilustrativa da notícia Ser ambulante virou um bom negócio em Belém camera Mauro Mendes trabalha praticamente das 6h às 20h com venda de sombrinhas na esquina da Presidente Vargas com Manoel Barata | Celso Rodrigues

Belém é uma cidade que não deixa seus habitantes na mão. Em cada esquina há um vendedor ambulante com opções variadas de produtos e alimentos. Sombrinhas, aparelhos eletrônicos, máscaras, relógios ou o famoso “completo”, composto por salgado e suco, são algumas ofertas à disposição dos consumidores.

A rotina desses trabalhadores, no entanto, é extensa. Muitos iniciam a jornada de trabalho próximo das seis da manhã e encerram perto das 20h, com uma pausa rápida para o almoço. O descanso, geralmente, é apenas no domingo, e isso quando não resolvem mudar de ponto como estratégia de vendas, caso do ambulante Mauro Mendes, 48.

De segunda a sábado, a partir das 6h, ele ganha a vida oferecendo a sombra e a proteção dos guarda-chuvas aos que transitam pela esquina da avenida Presidente Vargas com a rua Manoel Barata, no bairro da Campina. “O sistema monetário está todo aqui e é onde transitam mais pessoas. O que ganho dá para suprir as minhas necessidades e é algo bem diferente de ter um salário mínimo, que é um valor fixo. Aqui, eu faço meu horário e consigo dinheiro todo dia”, conta o vendedor, que consegue uma renda em torno de R$ 170 a R$ 200 por dia.

Aos domingos, Mauro segue para a Feira Conceição, no bairro do Jurunas, pois garante que lá o movimento é melhor. “Levo meus produtos para a feira porque tem mais pessoas. Aqui na Presidente Vargas fica um marasmo”, diz.

Mauro tem curso de operador de máquinas e já trabalhou em uma empresa de autoescola. Após estas experiências e com o desemprego batendo à porta, optou por vender sombrinhas, pois afirma que o produto é necessidade de todo paraense. “Nem precisa estar no inverno amazônico para vender bem. No verão também vendo bastante porque as pessoas querem se proteger do sol. Além disso, costumo fazer manutenção de sombrinhas. Conserto o que for preciso quando os clientes trazem alguma com defeito”, detalha.

Não muito distante dali, quase em frente a um shopping da cidade, no bairro da Batista Campos, uma tela aramada com capas e película para celular, fones de ouvido, carregador e demais acessórios eletrônicos fica exposta para quem precisar de um item ou outro. No local, o vendedor Jemerson Silva, 22, aguarda os clientes serem atraídos pela necessidade dos produtos ou curiosos que tentam descobrir as novidades no mundo da tecnologia. “Muitos clientes já sabem o que desejam, mas ainda assim há aqueles que buscam por inovações. Por isso, sempre busco trazer itens atuais e que favoreçam as vendas”, conta ele.

Sem nunca ter trabalhado com carteira assinada, Jemerson atuou como garçom junto ao pai, em um restaurante, mas afirma que no comércio alcança uma renda melhor. “Estou há quatro anos nesta ocupação e optei por vender estes acessórios porque acredito que também são uma necessidade para as pessoas”, argumenta.

Para tentar bater a meta de arrecadar quase R$ 300 por dia em produtos, Jemerson segue uma longa rotina, que inicia às 8h e vai até às 20h, de segunda a sábado. “O movimento aqui é muito bom, é perto do shopping e tudo isso faz com que eu adquira um bom dinheiro. Muitos clientes sabem, em média, o valor dos produtos; tem alguns que ‘choram’ um pouco, mas no geral, as vendas são positivas”, declara o ambulante.

COMPLETO

Quando a fome bate, não há escapatória para um lanche “completo”, tão famoso pelos paraenses. Expostos nas estufas, os salgados e os sucos atraem os olhares dos clientes que, consequentemente, levam as mãos aos bolsos em busca de algum dinheiro para suprir a fome. É por conta deste consumo que o vendedor Júlio Magno, 56, consegue garantir a renda de todos os meses. Desde 2007, o desemprego o levou a estacionar sua bicicleta com lanches na esquina da rua Santo Antônio com a avenida Presidente Vargas. “Comecei vendendo salada de frutas e depois fiz parceria com um rapaz que vendia salgados. Com o tempo, ele desistiu do negócio e eu dei continuidade. Desde então, passei a contar com a ajuda de um fornecedor que traz os lanches nas primeiras horas da manhã para que eu venda”, conta Júlio, que também já trabalhou com alimentos no Mercado Ver-o-Peso.

De segunda a sábado, a partir das 7h, ele já está no ponto, e segue vendendo enquanto houver lanche, até aproximadamente às 15h. Contudo, faz o possível para não haver desperdício. Para isso, Júlio lança promoções, ou seja, o lanche que inicialmente custa R$ 3 passa a ser vendido a R$ 2,50 ou R$ 2, no período da tarde. “Claro que tem dias que vendo menos, e em outros, mais. E também arrumo estratégias, reduzo um pouco o preço para conseguir vender tudo e não deixar mercadoria sobrando”, alega. Em média, ele arrecada em torno de R$ 100 a R$ 120 por dia. “Apenas aos sábados é que as vendas caem um pouco mais”, diz ele.

A esquina onde vende seus lanches é ideal, segundo Júlio, pois além da visibilidade, tem fluxo maior de pessoas, variedade de lojas e empresas, além da possibilidade de fidelizar clientes sem precisar atraí-los com palmas ou gritos. “Gosto de trabalhar aqui e sei que é um local onde posso ter a minha renda. Conheço pessoas, faço amizades e já tenho até alguns clientes que sempre compram comigo”, encerra.

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