Belém é uma cidade de oportunidades. A afirmação é de quem veio de outros municípios para trabalhar na capital paraense, consegue se sustentar e não trocaria a cidade por outra. “Foi aqui que construí família. Não troco Belém por outra cidade, só pra conhecer mesmo”, garante Said Trindade, de 42 anos. Ele chegou na capital quando tinha 10 anos, veio do município de Concórdia do Pará, nordeste do Estado, para estudar.
Morando com familiares, Said passou a vender coco na Praça Batista Campos e, hoje, é um dos comerciantes mais antigos do local. “O legal foi que consegui arrumar uma clientela de amigos, vi gerações crescer. Só com a renda do coco comprei meu apartamento aqui no bairro de Batista Campos, pago um bom colégio para o meu filho e sustento minha família até hoje”, detalha, ao lado da esposa, Silvana Souza, de 42 anos, vendedora junto com ele.
Em uma vivência bem mais curta em Belém, Edenilson Santos, de 25 anos, está há dois meses na capital, mas já pensa alto. Ele é do município de São João de Pirabas, também no nordeste paraense, e veio para Belém em busca de emprego. Há um mês, trabalha como entregador de lanche via aplicativo em uma bicicleta emprestada e já faz planos para trazer a esposa e os dois filhos, um de 4 anos outro de 5 meses, para morar com ele, no bairro de Canudos.
“Pretendo morar aqui, trazer minha família. Aqui tem mais oportunidades. Estou nessas entregas para não ficar parado em casa, mas consigo me adaptar em qualquer lugar e estou pronto pra qualquer trabalho. Oportunidade sempre tem, é só correr atrás que a gente consegue”, diz.
“Minha expectativa é arrumar emprego fixo, mas como está difícil, por enquanto vou me agarrando com o que aparece. Também pretendo terminar meus estudos que parei na sétima série e até, quem sabe, fazer faculdade de Direito”, acrescenta o ex vendedor de pescado.
RECOMEÇO
A experiência de vida e trabalho de Sebastião Souza, mais conhecido como Sabá, de 59 anos, é de recomeços. Aos 9 anos saiu sozinho do município de Salinópolis, nordeste paraense, para morar com a irmã em Belém. Nas últimas décadas, ele já foi vigilante, ajudante de pedreiro, teve quatro bares e agora é dono apenas de um estabelecimento, há 7 anos, no bairro de Canudos. Nesse tempo também perdeu duas casas por conta de incêndios, ficando somente com a roupa no corpo. “Levantei a cabeça de novo, graças a Deus. Já fiz de tudo, só não roubei. Agora, pretendo abrir outro bar perto do prédio onde moro, no Tenoné”, afirma.
Ao lado da esposa, criou quatro filhos e vê crescer sete netos. Segundo ele, a melhor decisão que tomou na vida foi aos 9 anos, quando veio para Belém. “E não troco por outra cidade. Para quem gosta de trabalhar é bom. Tem muita chance”, reforça.
Sustento da família com a venda de churrasquinho nas ruas
Pedro da Silva, de 50 anos, nunca precisou sair de Belém. Ele conta que vende churrasquinho nas esquinas do centro da cidade, perto de festas e estádios de futebol, antes acompanhado dos irmãos. A rotina dele hoje é sair todos os dias do distrito de Icoaraci às cinco da tarde e voltar na madrugada.
“Estou há 40 anos nessa vida. Vendo no comércio e em Belém toda, onde tiver movimento estou lá na frente. Antes eu só vendia no campo (de futebol), mas depois passei a vender na rua também. Eu e minha guerreira”, diz, apontando para a motocicleta que ele utiliza para se deslocar pela cidade servindo também de apoio para a estrutura básica de vendas que ele carrega.
“Consigo tirar uma renda de dois a três mil reais. Tenho minha casa própria, criei duas filhas e ainda tenho três netos. Dá pra manter a casa”, afirma. “Nunca morei fora, nem pretendo. Quero ficar só em Belém mesmo. Aqui tem muita oportunidade”, garante.
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