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DESAFIO

Ambulantes resistem à pandemia e se reinventam 

Assim como a grande maioria das outras áreas, os trabalhadores informais passaram por momentos difíceis em razão da crise causada pela Covid-19

Imagem ilustrativa da notícia Ambulantes resistem à pandemia e se reinventam  camera Tomé Costa tem uma banquinha de vendas de lanches há mais de 50 anos no Centro Comercial | Ricardo Amanajás

Eles já fazem parte da paisagem do Centro Comercial de Belém e ocupam grande parte das ruas nessa área, vendendo um pouco de tudo, desde roupas, brinquedos e mais recentemente máscaras de proteção, entre outras coisas. Durante o lockdown, com o fechamento das lojas no ano passado, precisaram se reinventar para conseguir garantir seu sustento, já que muitos não conseguiram receber o auxílio emergencial.

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Esse foi o caso do ambulante Carlos Pinheiro, 19. Morador do bairro do Jurunas, periferia da cidade, ele conta que assim que parou de estudar, sem ter oportunidade para entrar no mercado formal, procurou um curso para aprender a consertar celular. “Um amigo meu me indicou esse espaço aqui no comércio e resolvi montar a minha banca, há cerca de uns três anos”, diz.

Ele conta que com a banca consegue tirar em média de três a quatro salários mínimos por mês, trabalhando de segunda a sábado, o que, segundo ele, dificilmente conseguiria em um emprego com carteira assinada. Apesar de ainda morar com a mãe, há pouco mais de dois anos conseguiu comprar um terreno e iniciar a construção de sua própria casa. Tudo ia bem, até que as lojas do Centro Comercial foram fechadas e ele não teve mais como trabalhar. “Foi um momento bem difícil (época do lockdown) porque não conseguir pegar o auxílio emergencial e as coisas ficaram bem complicadas. A sorte é que sempre procuro guardar um pouco do dinheiro que ganho e foi com isso que consegui viver até as lojas reabrirem”, conta.

CRIATIVIDADE

Com uma banca localizada em plena Santo Antônio, no Centro Comercial de Belém, Reinaldo Mendes, 40, lembra que viu a sua situação mudar de uma hora para outra por conta da pandemia. “Não tenho do que me queixar, com o que ganho aqui consigo manter a mim e a minha família com uma renda que eu com certeza não ganharia na iniciativa privada, mas quando veio a pandemia a situação mudou um pouco, principalmente quando as lojas fecharam. Nessa época, precisei descobrir uma forma de continuar com uma renda, então comecei a trabalhar com a venda de máscaras, na feira da Cabanagem, onde moro, e posso dizer com toda certeza: ganhei muito dinheiro”, garante.

Para ele, contou muito o fato de conhecer bastante sobre vendas de rua. “Trabalhei por dois anos em lojas chinesas, era um trabalho árduo, onde mal tínhamos tempo de almoçar e o salário era o mínimo. Mas posso dizer que aprendi muito também. Hoje consigo tirar pelo menos três vezes mais do que naquela época”, conta ele, que há 25 anos atua como camelô, e só ficou afastado por cerca de dois anos para trabalhar de carteira assinada.

Um dos segredos para se manter em momentos de crise, como a pandemia, segundo ele, é trabalhar com produtos de época. “Nesse fim de ano vendi iluminação para festas e mantive a venda das máscaras. Mas agora em janeiro já vamos em busca de outros produtos. Estamos sempre em busca de novidades para atrair clientes”, explica.

Há mais de 50 anos, Tomé Costa tem uma banquinha na área comercial da cidade, onde vende água, refrigerante e guloseimas em geral. “Comecei com sete anos, porque naquela época éramos tão pobres que eu precisava trabalhar para não morrer de fome, vivia numa situação considerada bem abaixo da linha da pobreza”, revela.

Mesmo nunca tendo trabalhado de carteira assinada, com os direitos trabalhistas básicos garantidos, como férias remuneradas, décimo terceiro e Fundo de Garantia pelo Tempo de Serviço (FGTS), ele afirma ter conseguido sustentar a si e a sua família com o trabalho nas ruas. “Comprei inclusive uma casa própria e virei meu próprio patrão”, conta o camelô.

Por outro lado, ele se recente de algumas questões, principalmente nesses tempos. “Tenho medo de ficar doente, porque trabalhamos expostos (ao vírus), apesar de procurar tomar todos os cuidados, porque se ficar doente não tenho como vir trabalhar e se não trabalhar não ganho, situação diferente de quem tem todos os seus direitos trabalhistas garantidos”, afirma.

Quando as lojas do centro comercial fecharam e ficou difícil trabalhar, ele conta ter passado por um momento difícil. “Não foi fácil, espero que isso não aconteça mais, mas conseguimos sobreviver”, ressaltou.

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