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Olha o gááás... Mais caro! O aumento do preço afetou revendas e clientes

Com o novo aumento de 6% autorizado pela Petrobras nas refinarias, o botijão de 13 quilos deve sofrer mais uma vez reajuste. Sindicato encontra dificuldades para não alterar o preço que é repassado ao consumidor

Imagem ilustrativa da notícia Olha o gááás... Mais caro! O aumento do preço afetou revendas e clientes camera WAgner Almeida/Diário do Pará

O consumidor deve se preparar para pagar mais caro pelo gás de cozinha. Na última quarta-feira (6), a Petrobras concedeu um novo aumento no valor do botijão de 13 quilos com o reajuste de 6% nas refinarias, que entrou em vigor ontem em todo o país. Estudos realizados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos no Pará (Dieese/PA), com base em dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), mostram que de 27 de dezembro do ano passado ao dia 2 deste mês, o gás era comercializado em Belém, em média, a R$ 80,88. O botijão com o menor preço encontrado na capital custava R$ 75 e o maior R$ 89. Segundo o Dieese, o gás de cozinha comercializado no Pará continua entre os mais caros do Brasil e os valores variam entre as regiões do Estado. Há locais em que a unidade do produto pode ultrapassar R$ 100. O aumento é reflexo da alta no preço do petróleo no mercado internacional.

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De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas Revendedoras de Gás Liquefeito de Petróleo do Estado do Pará (Sergap), Francinaldo Oliveira, ao longo de 2020 a Petrobras efetuou pelo menos oito reajustes no gás de cozinha, totalizando um aumento de 48,16% nas refinarias. Porém, ele garante que os revendedores não repassam essa alta em sua totalidade para o consumidor. “Com mais esse aumento de 6%, se considerarmos que em janeiro do ano passado o gás custava R$ 70, e se todos os reajustes tivessem sido repassados ao consumidor, o gás estaria custando R$ 110 hoje. E R$ 110 é considerando somente os reajustes da Petrobras. Se formos considerar os reajustes de salários dos trabalhadores e os impostos, isso chegaria a mais de R$ 120”, informou Francinaldo.

O presidente da Sergap disse ainda que os valores não repassados ao preço final do produto foram absorvidos pelos próprios revendedores. Em função disso, os empreendedores enfrentam dificuldades financeiras devido operarem com a margem de lucro reduzida. “A nossa esperança é de que o governo federal promova a abertura de mercado para que nós tenhamos o fim do oligopólio que existe na distribuição do GLP no Brasil. Mais de 92% do mercado se concentra na mão de três empresas. A abertura é para que outras empresas nacionais possam importar gás ao invés de comprar somente da Petrobras, que deixaria de ser a única fornecedora”, pontuou Oliveira.

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Proprietária de um depósito de gás de cozinha e água mineral no bairro da Pedreira, Conceição de Fátima, 51, estava revendendo até ontem o gás de cozinha na porta do seu estabelecimento a R$ 85 e para entrega custava R$ 95. Mas com o novo reajuste efetuado pela Petrobras, a empreendedora informou que precisará refazer os cálculos para saber quanto o produto passará a custar a partir de agora. “Só essa semana tivemos dois reajustes. Teve esse da Petrobras e o outro foi repassado pelas companhias. Ganho menos de R$ 10 na venda de gás na porta. Estamos sangrando muito a margem de lucro. Pago aluguel, funcionários, despesas em geral e tem horas que bate um desespero. O que me mantém viva aqui é a graça de Deus e a venda de água. Se fosse só o gás já teria fechado as portas. A gente não consegue repassar todos os reajustes. Para ganhar alguma coisa teríamos de vender de R$ 110 a R$ 120 para poder custear as despesas”, explicou.

Por outro lado, o atual valor do gás de cozinha tem pesado no bolso do consumidor, sobretudo para quem trabalha em lanchonetes e com vendas de comidas em geral. É o caso de Nilson Mendes, 66, que atua há 26 anos com a comercialização de comidas típicas e outros produtos alimentícios no bairro de Canudos, em Belém. Para manter a atividade, o trabalhador consome dez botijões de gás por semana, o que compromete boa parte do seu orçamento. O cozimento da maniva da maniçoba, por exemplo, consome gás a semana inteira.

Para driblar os gastos e não ter de repassá-los aos clientes, Nilson adotou uma estratégia em seu negócio. “Temos o prato de maniçoba de R$ 16 e agora temos uma porção menor por R$ 10, para o cliente comer aqui. Fazemos isso também com os pratos de vatapá e caruru, que têm os de R$ 14 e agora as porções de R$ 10. Inventei essas porções de R$ 10 para não perdermos a venda. Se for colocar só um preço nas comidas a pessoa vai deixar de comer”, comentou Nilson, ao acrescentar que em três anos reajustou em apenas R$ 3 as porções das comidas típicas.

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