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QUALIDADE DE VIDA

Como o silêncio impacta no desenvolvimento dos bebês no ambiente hospitalar

Especialista do Hospital Materno-Infantil de Barcarena explica os fatores de risco à exposição sonora e como a unidade possui protocolos de controle de ruídos nas unidades de internação de bebês

Imagem ilustrativa da notícia Como o silêncio impacta no desenvolvimento dos bebês no ambiente hospitalar camera Ascom/Pró-Saúde

De acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o barulho em hospitais não deve passar dos 30 a 40 decibéis, com exposição mínima aos bebês, para não dificultar o processo de recuperação do recém-nascido e não influenciar no desempenho profissional e na qualidade de vida de todos.

Para Amanda Azevedo, fonoaudióloga do Hospital Materno-Infantil de Barcarena (HMIB), a poluição sonora é uma grande preocupação mundial e está presente em todos os lugares, principalmente em unidades de saúde, sendo essencial adotar medidas de controle.

No HMIB, unidade localizada a 114km da capital do Pará, uma das maiores instituições do País, foi implantado o protocolo “Meu desenvolvimento depende do seu silêncio”. A campanha é realizada nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatal e de Cuidados Intermediários e desenvolve o cuidado com ruídos para o bom desenvolvimento do bebê recém-nascido prematuro.

“Com o protocolo nós adotamos condutas que diminuem os estímulos no ambiente. Essa preocupação é uma forma de cuidado humanizado, que aliada a melhor tecnologia ao acolhimento e respeito, auxilia no ganho de peso, evita impactos negativos no desenvolvimento do recém-nascido e atrasos na alta hospitalar”, explica a profissional.

**Consequências sonoras**

A fonoaudióloga explica que os níveis elevados de pressão sonora podem causar danos graves aos bebês, principalmente o prematuro, que precisa de repouso auditivo devido a necessidade de energia para o seu desenvolvimento e crescimento.

“Segundo estudos, de dois a quatros bebês em cada 1.000, provenientes de UTI, apresentam perda auditiva neurossensorial bilateral. Normalmente, são bebês prematuros ou extremos prematuros que apresentam uma maior vulnerabilidade a lesões auditivas”, afirma.

A profissional ressalta que os ruídos em excesso causam diversos prejuízos ao paciente, como apneia, hipertensão arterial, taquicardia e alterações do fluxo sanguíneo cerebral. Além disso, causam estresse e irritabilidade, gerando desconforto e possíveis dores.

Os sons, em frequências incompatíveis, podem também produzir alterações comportamentais, que interferem no sono, alimentação e comunicação. “São ruídos que provocam reações fisiológicas e psicológicas, algumas vezes, irreversíveis e que vão interferir no dia a dia da criança e também na fase adulta'', comenta.

**Principais medidas de controle**

Para contribuir com a prática do silêncio no ambiente hospitalar, o HMIB, unidade pertencente ao Governo do Pará, desenvolve a “Hora do Soninho”, um horário dedicado ao descanso dos bebês em situação de risco. A boa prática é voltada ao bem-estar dos pequenos. O projeto é parte integrante do protocolo “Meu desenvolvimento depende do seu silêncio”.

Nesse período, a equipe assistencial e médica se empenha em reduzir, ao máximo, a rotina da UTI Neonatal, que exige manipulação frequente do recém-nascido para aplicação de medicamentos, colocação de eletrodos, coleta de exames e outros procedimentos.

“Com nossos protocolos percebemos que os bebês têm ganhado peso com mais facilidade, uma agilidade maior no processo de recuperação, ficam mais tranquilos e dormem melhor”, explica Joice Vaz, diretora assistencial da unidade.

Além da boa prática, o ambiente hospitalar também é modificado para o devido descanso dos bebês, em horários alternados: todas as luzes são apagadas, os telefones são retirados do gancho, e a visita é permitida desde que seja respeitado o silêncio. Há também estímulo de relaxamento com musicoterapia em nível ideal.

A equipe permanece no local, monitorando os pequenos, mas evita qualquer ruído ou intervenção que não seja necessária. Tudo isso visa garantir um clima propício ao conforto e completo relaxamento dos bebês contribuindo para o tratamento seguro e acolhedor dos pacientes.

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