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DEMOCRACIA

Partidos e especialistas avaliam o resultado das eleições no PA

O MDB permanece como a maior força política, elegendo mais prefeitos e vereadores, seguidos pelo PSD e PL, da base de apoio do governo

Imagem ilustrativa da notícia Partidos e especialistas avaliam o resultado das eleições no PA camera Helenilson Pontes, Jader filho e Lúcio Vale | Reprodução/ Arquivo

Finalizadas as eleições municipais os cálculos mostram um importante realinhamento de forças político/eleitorais no Estado do Pará que será decisivo para a eleição majoritária daqui a dois anos. O Movimento Democrático Brasileiro (MDB) permanece como a maior força política do Pará, elegendo o maior número de prefeitos e vereadores, vindo em seguida o Partido Social Democrático (PSD) e o Partido Liberal (PL), todos da base de apoio do governador Helder Barbalho.

O MDB venceu a disputa em 61 municípios paraenses recebendo mais de 1,2 milhão de votos em todo o Estado, ficando responsável por governar 38% da população paraense. A performance do partido supera em mais de 3 vezes o PSD, que ficou na segunda colocação, tanto em número de prefeituras (18), quanto em número de votos (459.776).

Das 1.764 vagas de vereadores e vereadoras em todo o Pará o MDB elegeu 340, o que representa cerca de 20% do total. Em segundo lugar, ficou o PL com 166 (9,4%), vindo logo a seguir o PSD, que ficou na terceira colocação com 149 (8,4%).

“Podemos dizer hoje que a base de apoio do governador ultrapassa as 130 prefeituras, num universo de 144 cidades paraenses”, destaca Jader Barbalho Filho, presidente estadual do MDB. Segundo ele, o resultado é fruto de um trabalho muito árduo e articulado feito ao longo dos 2 últimos anos pelo partido. “Como candidato natural à reeleição, o governador deve buscar parcerias com prefeitos de todos os partidos, sem distinção, independente de cor partidária, coisa que aliás ele já vem fazendo”, diz.

Jader Filho lembra que o MDB venceu ainda em 5 dos 10 maiores colégios eleitorais do Estado: Ananindeua (2º maior) com Dr. Daniel; em Castanhal (5º maior) com Paulo Titan; em Parauapebas (6º maior) com Darci Lermen; Vitor Cassiano em Cametá (7º maior) e em Itaituba (10º maior) com Valmir Climaco.

APOIOS

“Não podemos perder de vista que o governador mantém excelentes relações político-partidárias com o prefeito eleito de Belém, Edmilson Rodrigues (Psol), cidade com o maior colégio eleitoral do Estado; assim como com o prefeito reeleito de Santarém, Nélio Aguiar (DEM), 3º maior colégio eleitoral do Pará. Sem falar que os prefeitos Tião Miranda (PSD), de Marabá, 4º maior colégio; e Renato Ogawa (PL), de Barcarena, 8º maior colégio, integram a base de apoio de Helder”, contabiliza.

O PSD elegeu 18 prefeitos no pleito deste ano, ficando atrás apenas do MDB (61), confirmando o status de segunda força política do Estado. Helenilson Pontes, presidente do diretório estadual do partido, diz que o eleitor procurou esse ano o equilíbrio e a moderação na hora de votar e optou por partidos e candidaturas de centro. Nos últimos 2 anos organizou o partido no Estado identificando pessoas com esse perfil para atender a esse eleitorado a partir dessa realidade.

“Isso resultou no crescimento do partido, que tem apenas 9 anos e participa apenas da segunda eleição no Pará. Já começamos a nos preparar para a eleição geral de 2022 para apresentar candidaturas ainda mais competitivas, incluindo aí uma candidatura majoritária”, destaca.

O vice-governador Lúcio Vale (PL) também faz uma análise bastante positiva da performance do partido que, segundo ele, agregou 220 mil votos em relação ao pleito de 2016 (passando de 193 mil para 413 mil), aumentando também o número de prefeitos e vereadores, que passaram de 14 para 16 e de 118 para 166, respectivamente.

“Elegemos prefeitos importantes nos municípios de Barcarena, Xinguara, Capitão Poço que são polos das regiões metropolitana, sul e guajarina, respectivamente. A evolução do partido é nítida e mostrou que estamos no caminho certo”, destacou Vale. Recados que vieram das urnas eletrônicas.

Recados que vieram das urnas eletrônicas

Analistas políticos vêm interpretando os resultados das eleições municipais desse ano como pulverização do poder em vários partidos, fortalecimento do centrão, perda de representatividade de partidos tradicionais como PSDB e PT, e enfraquecimento do bolsonarismo, tendo como grande novidade da esquerda o PSol. Para o cientista social André Farias, é necessário refinar esta análise. Mesmo que os dados quantitativos apontem redivisão de prefeituras para o centrão, ele analisa que MDB, PSDB e PT continuam com sua influência partidárias enraizada nos territórios.

Farias prefere não falar antecipadamente em “derrota do bolsonarismo” já que, segundo ele, as forças conservadoras e com discurso de anti-política continuam fortes. “Foi Belém que manteve acesa a chama progressista que venceu o discurso do ódio, da intolerância e da antipolítica”.

Farias, que também é especialista em Gestão Pública, Mestre em Planejamento e doutor em Desenvolvimento Socioambiental pela UFPA, lembra que o Psol, partido do prefeito eleito de Belém, manteve sua base de 3 vereadores na Câmara Municipal.

DESAFIOS

“Um dos grandes desafios do novo governo será construir uma base de sustentação no legislativo. A correlação de forças será difícil para o novo gestor (da capital). Uma alternativa será a estruturação de um potente instrumento de participação popular, dialogando com o governador do Estado, exigindo os investimentos federais, articulando com os congressistas do Pará as condições objetivas de uma nova Belém, justa e sustentável”.

Paulo Sérgio Ribeiro, sociólogo e cientista político, avalia que as urnas enviaram recados importantes: o primeiro é que não há mais espaço para o radicalismo entre os eleitores. “O candidato Eguchi (Everaldo) e sua militância foram derrotados na tentativa de radicalizar as eleições. O prefeito eleito, que no passado teve uma postura radical, mudou e obteve êxito”, analisa. O segundo recado que vem das urnas, diz, “é que os propagadores de fake news tendem a perder espaço e votos nas próximas batalhas eleitorais”.

Outro recado importante é que os candidatos não podem defender “pautas monocromáticas”. “Belém possui muitos problemas e a pauta do combate à corrupção passa por profundos investimentos na educação, aumento da transparência e uma ação efetiva dos órgãos de controle”, afirma Ribeiro. Mas o sociólogo avalia que o recado mais importante enviado pelas urnas está relacionado à necessidade de preparo por parte de candidatos. “O eleitorado de Belém foi bombardeado por muitas propostas absurdas que, com certeza, colocaram seus defensores como despreparados para governar a cidade”.

A vitória do candidato Edmilson Rodrigues, diz Paulo Ribeiro, representa uma grande derrota para o bolsonarismo na região Norte, oxigenando forças de esquerda por todo o Estado. “A vitória do candidato do Psol é uma renovação para a classe política local, pois permitirá a oposição e o debate qualificado no parlamento”.

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