Apandemia tem afetado as pessoas em vários aspectos, um deles está relacionado aos hábitos alimentares. Um estudo recente do Datafolha encomendado pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) comprova isso. De acordo o levantamento, brasileiros entre 45 e 55 anos estão consumindo mais alimentos ultraprocessados, com muitos ingredientes adicionados, como açúcar, sal, gordura, corantes ou conservantes artificiais.
Esse consumo passou de 9% em outubro de 2019 para 16% em junho deste ano. Embora o consumo sem controle desses alimentos possa trazer vários malefícios à saúde, eles podem ser facilmente encontrados em estabelecimentos comerciais. “Eles são feitos, principalmente, de substâncias extraídas dos alimentos, como gorduras, amidos, açúcares adicionados e gorduras hidrogenadas. Também podem conter aditivos como cores e sabores artificiais ou estabilizadores. Exemplos disso são refeições congeladas, refrigerantes, salgadinhos de milho, fast-food e biscoitos embalados”, diz a nutricionista Giovana Costa.
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Os alimentos processados conseguem chegar a todas as faixas etárias e são muito consumidos também por crianças. “Muitos pais acabam ofertando esses alimentos aos filhos, inclusive muito cedo. Pelo fato de serem alimentos que chamam atenção delas, por terem embalagens bem destacadas, coloridas e porque alguns trazem informações de que são fontes de vitaminas e sais minerais, muitos pais acabam comprando. Mas é importante dizer que a longo prazo, eles podem causar várias doenças, inclusive câncer”.
ACESSO
O aumento do consumo desse tipo de alimento durante esse período de pandemia, especialmente pela faixa etária que vai dos 45 aos 55 anos, segundo ela, pode ter várias explicações. “Primeiramente porque são alimentos de fácil acesso, com uma validade maior, o que obriga a menos saídas até o supermercado. Além disso, acredito que as pessoas estão em busca de algo que as sacie emocionalmente e esses alimentos acabam fazendo isso, porque são doces, gordurosos e isso acaba causando uma satisfação em quem come. Apesar de serem altamente prejudiciais, acabam levando a essa sensação de bem-estar”.
Para ela, é importante a pessoa ter conhecimento sobre os tipos de alimento que consome. “Podemos exemplificar bem com o milho. A espiga de milho é o alimento natural. Temos o milho enlatado conservado em salmoura, que é o alimento processado e temos o ultraprocessado que já seria o salgadinho de milho vendido embalado”, detalha.
Dada a facilidade com que esses produtos são ofertados, a nutricionista prefere não trabalhar com a palavra “proibido”. “Não vou dizer que as pessoas têm que cortar totalmente esse tipo de alimento das suas dietas, porque por conta de todas essas facilidades, acabamos em algum momento consumindo. Prefiro não dizer para o meu paciente ‘não consuma mais’, porque isso acaba despertando mais vontade. Nesse caso, costumo utilizar a palavra ‘moderação’ e pedir para que seja reduzido o máximo possível o consumo deles”.
O ideal, segundo ela, é procurar comer o alimento na sua forma natural. “Uma alimentação equilibrada não tem segredos, nela devem constar alimentos in natura, legumes, frutas, sucos naturais, arroz e feijão, que é o básico da nossa alimentação. Além disso, praticar exercício físico para manter o corpo ativo e manter a qualidade do sono”, indica.
Estudo
- Salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados foram os produtos campeões de consumo em comparação com o levantamento realizado em 2019, subindo de 30% para 35%.
- O segundo lugar no ranking ficou para margarina, maionese, ketchup ou outros molhos industrializados, cujo consumo subiu de 50% para 54% em 2020.
- Fonte: Idec
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