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DESCASO

Prefeitura de Belém abandona ambulantes à própria sorte

Trabalhadores do centro comercial da capital reclamam da falta de estrutura e organização para que eles possam ter uma renda. Pandemia piorou situação econômica e muitos viram autônomos para sobreviver

Imagem ilustrativa da notícia Prefeitura de Belém abandona ambulantes à própria sorte camera Pelo centro comercial, falta estrutura de trabalho aos ambulantes, que tomam conta das calçadas | Mauro Ângelo

Quase a metade da população da Região Metropolitana de Belém atua na informalidade, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São 551 mil pessoas trabalhando sem carteira assinada - o equivalente a 49,9% da população dessa área. O estudo, divulgado em fevereiro deste ano, um pouco antes da pandemia de covid-19, apontou ainda que o Pará é o Estado com maior número de trabalhadores informais do país.

Além da carência de políticas públicas e projetos que possam garantir a geração de emprego e renda, Belém apresenta outro problema relacionado ao mercado de trabalhadores informais. A prefeitura não organiza os espaços urbanos para comportar os vendedores ambulantes, por exemplo, os chamados camelôs. São milhares de chefes de famílias que para conseguir seu sustento montam barracas em calçadas, ruas e praças.

No centro comercial de Belém, as ruas e calçadas estão ocupadas por estes trabalhadores. Por lá, em 2008 a prefeitura chegou a construir o Espaço Palmeira, um camelódromo com 324 barracas que foram entregues a vendedores ambulantes que trabalhavam ao longo da Avenida Presidente Vargas e outras vias transversais da área comercial.

O problema é que depois de entregue em 2008, o espaço não passou por manutenção e nem foi executado nenhum projeto que incentivassem a população a frequentar o local – o que obrigou os trabalhadores a voltarem para as ruas e calçadas. Wan Carlos Galeno, 43 anos, foi um destes trabalhadores informais que se viu obrigado a voltar para as calçadas. “Eu ganhei uma banca lá, mas não dava ninguém e a prefeitura não garantia a manutenção e a segurança do Espaço Palmeira. O jeito foi vir para onde as pessoas costumam comprar”, disse.

Wan atua há 20 anos como vendedor ambulante. Reclama do descaso por parte da prefeitura. “O trabalhador que tem dinheiro consegue boas bancas e locais mais estratégicos para vender suas mercadorias. Eu não consigo outra banca, preciso montar a minha assim, em qualquer lugar da rua”, disse.

CRISE

Desemprego levou Josiel a vender relógios
📷 Desemprego levou Josiel a vender relógios |Mauro Ângelo

Com a crise que se instalou com a pandemia de covid-19, muitas pessoas perderam o emprego e passaram a atuar na informalidade. Josiel Silva, 20, começou a trabalhar esta semana como vendedor de relógios. Montou a banca improvisada sobre a calçada próximo à rua 15 de novembro. “Estamos na luta. É o meu segundo dia de trabalho. Venho de Marituba para cá todos os dias”, disse.

A banca que ele usa é improvisada. Feita em compensado. “Onde der para montar a gente monta. Precisamos trabalhar”, comentou também se referindo a outros trabalhadores que estavam montando suas estruturas para arrumar as mercadorias.

A reportagem solicitou à prefeitura de Belém informações sobre os camelódromos e a organização dos espaços para os vendedores ambulantes, mas até o fechamento desta edição não houve resposta.

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