Com o aumento das chuvas no período de inverno amazônico, se
tornam mais frequentes ventos fortes, raios e trovões. Nas últimas semanas,
quando a quantidade de temporais que caiu na Grande Belém gerou diversos
transtornos à população, acendeu um alerta quanto aos cuidados que não podem
ser deixados de lado, já que a queda de um raio, por exemplo, pode provocar até
a morte.
Luiz Crispino, doutor em Física, explica que relâmpago ou
raio é como chamamos o clarão que pode ser visto - na maioria das vezes à noite
-, que são descargas elétricas na atmosfera terrestre. Já o trovão é o barulho
que ele provoca. Ele se forma dentro das nuvens de tempestade a partir das
cargas elétricas geradas pelo choque de partículas de gelo dentro dessas
nuvens. E existem três tipos mais comuns de raios: os que procedem das nuvens
para a terra, de uma nuvem para outra nuvem e os sobem do solo para as nuvens.
ESTUDO
Com a Física, o especialista afirma que é possível saber se
um raio caiu perto ou longe. “Isso significa que a luz percorre qualquer
distância entre dois pontos na superfície da terra em uma pequeníssima fração
de segundo. Por esta razão, quando você vir o clarão de um raio, este é
basicamente o instante que ele caiu. Vai levar um tempo até você ouvir o som. O
som se propaga no ar a uma velocidade muito menor. Sendo assim, cada segundo
entre o clarão [relâmpago] e o barulho [trovão], corresponde a uma distância de
aproximadamente 340 metros, ou, se você preferir, um quilômetro (mil metros) a
cada três segundos”, detalha.
De acordo com um levantamento feito pelo Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (INPE), o Brasil é um país com altíssima incidência de
raios no mundo, com cerca de 77,8 milhões de descargas no solo a cada ano. Há
também uma enorme incidência de raios na Amazônia, onde estão alguns dos
estados com maior densidade de raios (quantidade de raios por quilômetro
quadrado por ano).
Os dados impressionam e preocupam já que um estudo inédito
feito pelo INPE aponta o país na 7ª posição no ranking global de mortes
provocadas pelo fenômeno. Foram 2.194 mortes registradas desde o ano 2000, ou
seja, uma média de 110 casos por ano. Estima-se que entre 80% e 90% desses
acidentes fatais poderiam ser evitados com medidas de segurança.
Por isso, Crispino orienta que durante a formação e
ocorrência de tempestades, especialmente com grande incidência de raios, é
preciso redobrar os cuidados. “Devemos evitar ficar em lugares descampados,
assim como praias e piscinas. Quando ocorrer os relâmpagos, se não tiver para
onde correr, o ideal é se deitar no chão. Se uma pessoa for atingida por um
raio, ela pode morrer. Também não devemos utilizar aparelhos conectados por
fios à rede elétrica, muito menos falar em aparelhos telefônicos portáteis que
estiverem sendo carregados, conectados a uma tomada”, pontua o físico.
COMO SE PREVENIR
RAIOS
Busque abrigo durante a tempestade;
Evite sair para lugares abertos;
Evite entrar e permanecer na água de mar, rio ou piscina
imediatamente após a chuva;
Evite jogar futebol ou permanecer no campo;
Evite caminhar em áreas descampadas, como terrenos baldios,
cemitério, canteiro de obra;
Evite subir em locais altos, como telhados, terraços e
montanhas;
Evite ficar próximo de varal de metal, antena ou portão de
ferro;
Evite permanecer embaixo de guarda-sol, tendas e quiosques;
Evite ficar próximo a embarcações atracadas;
Evite realizar atividades de pesca navegando ou na beira da
água;
Não utilize equipamentos elétricos ligados à rede de energia
ou ficar perto de tomadas;
Não fale ao telefone com fio ou utilizar o celular conectado
ao carregador;
Não fique próximo à janelas e portas metálicas;
Evite ficar próximo à rede hidráulica (torneiras e canos).
Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
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