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PANDEMIA

Clima de indefinição na rede particular de ensino de Belém

Com aulas presenciais suspensas em função da pandemia e com um alto índice de inadimplência, muitas escolas particulares estão em período de matrícula

Imagem ilustrativa da notícia Clima de
indefinição na rede particular de ensino de Belém camera Rosana Pinto e o filho, Gabriel | Celso Rodrigues/Diário do Pará

O decreto municipal baixado no final de outubro suspendendo as aulas presenciais na rede privada de ensino em razão do aumento do número de casos de Covid-19 na capital surpreendeu pais, alunos e proprietários de estabelecimentos de ensino, que criticam a prefeitura de Belém pela medida.

Apesar da carga horária estar sendo cumprida com aulas on-line, o ano letivo de 2020 teve apenas 4 meses de aulas presenciais e, até agora, não se sabe como será a realidade para os alunos e para a rede particular de ensino, também atingida este ano de pandemia com a inadimplência e saída de alunos.

De acordo com a União das Escolas do Pará (Unesc) as escolas que trabalham com o segmento infantil perderam mais da metade de seus alunos ao longo deste ano. Nas escolas com os ensinos Fundamental I, II e Médio a perda variou entre 20% a 30%. A inadimplência, no geral, chegou a 70% em algumas escolas, aponta a entidade.

Em razão desse quadro de indefinição, o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Pará (Sinepe) afirma que não se fala no momento em reajuste de mensalidades escolares para o ano que vem. Segundo a entidade, a política de preços das escolas varia e não haverá um acordo generalizado.

“Cada escola, conforme esse ano, fará sua planilha, sua previsão e implementará seu plano de reajuste ou de manutenção dos valores atuais, de acordo com aquilo que a escola puder fazer de melhor, considerando a situação da pandemia. Não haverá teto nenhum, o teto é a planilha. As escolas estão conscientes da situação de dificuldades da sociedade como um todo e os estabelecimentos devem agir de forma bastante conservadora nesse ponto, este ano”, afirma Beatriz Padovani, presidente do Sinepe.

MATRÍCULAS

O sindicato também não aponta perspectivas de matrículas e rematrículas para o ano que vem, afirmando ser ainda difícil fazer qualquer planejamento. “Temos perspectiva de retomada, mas o próprio Conselho Nacional de Educação já lançou um parecer ainda pendente de homologação, com possibilidade da manutenção do ensino remoto. O ano de 2021 ainda é uma incógnita, as escolas têm uma expectativa positiva na retomada das matrículas”.

Beatriz ressalta que a pandemia afetou muito as escolas. Ocorreram cancelamentos, o percentual de inadimplência, decorrente da situação financeira dos pais foi alto, bastante significativa para o setor, que aguarda uma melhoria em 2021. “Apesar de todas as dificuldades de ordem econômica, as escolas priorizaram a manutenção dos empregos de seus professores e funcionários”.

A indefinição acerca do ano letivo de 2021 vem provocando apreensão entre os pais de alunos. A analista de comunicação Rosana Pinto é mãe de Gabriel Pinto de Moura, 9. Para ela, 2020 foi um ano perdido no quesito aprendizagem. “Percebi que meu filho absorveu muito pouca coisa. A dificuldade de concentração na sala presencial já é grande, imagina na frente do computador”.

Gabriel estudou de março a agosto em casa. Em setembro e outubro voltou presencial e agora retornou para as aulas on-line, por determinação da Prefeitura. “Fui contra isso. A escola estava tomando todas as medidas de precaução e não tivemos casos lá. Acho que essa escolha deveria ser dos pais. Ainda bem que em casa tenho uma boa internet, computador e sala de estudo. Mas quem não tem?”.

A professora de artes Aelin Santos e os filhos
📷 A professora de artes Aelin Santos e os filhos |Acervo pessoal

A professora de artes Aelin Santos tem 2 filhos matriculados em escolas particulares em Mosqueiro: Álvaro Santos, 5, e Fernanda Santos, 13. Ela reconhece todo o esforço da escola em viabilizar as aulas on-line mas o aprendizado, no seu ponto de vista, foi complicado. “Mesmo nós, professores, não estamos acostumados com essa modalidade. Houve empenho dos colegas e administração da escola. Contudo, a presença do professor é de vital importância para a compreensão real dos conteúdos, criar as problematizações, os links com a realidade”.

Como mãe e educadora, Aelin acredita que 2020 deveria ser inexistente no campo educacional e que em 2021, com a vacina para a Covid-19, “possamos retomar o aprendizado, mais experientes sobre o uso dessa modalidade de ensino híbrido”.

EXPERIÊNCIA

Karla Cancela, diretora executiva do Colégio Equipe, ressalta que 2020 foi atípico para as escolas particulares em geral. “No início do ano, por conta do cenário econômico mundial, prevíamos que seria um ano pouco complicado, mas nada perto do que vivemos desde março. Em abril, com a decretação do lockdown e com a situação financeira difícil que os pais estavam vivendo, decidimos criar uma política de descontos antes mesmo do decreto estadual”.

Em seguida a escola estruturou o sistema de aulas remotas com aquisição de equipamentos e treinamento do seu corpo de professores, equipes técnica, administrativa e pedagógica com a criação e uma força-tarefa para organizar horários e aulas em plataformas digitais.

Quando foi liberado o retorno das aulas presenciais em setembro o colégio elaborou um planejamento com o retorno inicial de 25% dos alunos. “Todas as salas foram equipadas com equipamentos como câmeras de alta resolução e som. Além disso adotamos um rígido protocolo de biossegurança. Tudo foi devidamente decidido e compartilhado com os pais”.

A diretora avalia que o cenário de pandemia ainda será de longo prazo, mas ressalta que o colégio está preparado para a manutenção do sistema híbrido, onde os alunos e seus pais decidem a forma mais segura de participação.

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