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ENTREVISTA

Priante fala sobre parcerias e novo modelo de gestão na Prefeitura de Belém

Candidato do MDB, José Priante bate na tecla da parceria para governar Belém, principalmente com o governador Helder Barbalho, do mesmo partido. Outro diferencial que o candidato promete é ser mais presente na vida da cidade

Imagem ilustrativa da notícia Priante fala sobre parcerias e novo modelo de gestão na Prefeitura de Belém camera Celso Rodrigues/Diário do Pará

O quinto candidato à Prefeitura de Belém a apresentar suas propostas ao DIÁRIO é o advogado José Priante, que encabeça a chapa do MDB, em coligação com o PTB, PSL, Pode, PSC, PL e DC. Aos 56 anos, está no sexto mandato de deputado federal e já concorreu ao Executivo - para prefeito e governador - e em eleições anteriores. Candidatura publicamente apoiada pelo governador Helder Barbalho, da mesma sigla, Priante é taxativo em afirmar que não haverá administração bem sucedida em uma cidade tão necessitada de tantas melhoras se não houver uma união de forças entre os poderes.

Também garante ter boa relação com o presidente Jair Bolsonaro, a quem se refere como “colega de Câmara Federal por mais de duas décadas”, e antecipa que, se eleito, não terá qualquer constrangimento em pedir apoio a ele para executar as metas propostas em seu programa de governo. Confira a entrevista:

P: O atual prefeito fez uma campanha semelhante à sua quando se elegeu pela primeira vez, em 2012, pregando que ser aliado do governador à época, Simão Jatene, do mesmo partido, seria o melhor para Belém. O índice de rejeição da gestão dele hoje é acima de 50%... Por que dará certo agora?

R: Existe uma diferença muito grande. Na época, o então governador com o atual prefeito vendia uma ideia de que Belém estava em uma situação maravilhosa, de que iriam deixar Belém ‘duplamente maravilhada’. Foi um blefe que apresentaram para a cidade. Hoje nós estamos diante de toda essa crise e é preciso que tenhamos a responsabilidade de entender o tamanho do problema no qual a capital encontra-se mergulhada. Estou afirmando para a sociedade que a capital paraense está no atoleiro, e que para sair desse atoleiro nós precisamos construir parcerias. E para isso nós contamos com o apoio do Helder, para que junto com o Governo do Estado tenhamos uma força conjunta que consiga remover a cidade dessa situação. É bem diferente de vender os famosos ‘3 S’ [saúde, saneamento e segurança pública] que acabaram por sucumbir e criaram essa rejeição enorme à atual administração.

P: Em seu programa de Governo, é citada a necessidade de melhoria da qualidade da rede física das escolas e a característica negativa do desnível no desempenho entre uma e outra. Como o senhor pretende trabalhar essas questões?

R: Eu acredito que é possível, com o orçamento vinculado à Educação, se fazer bem melhor do que está sendo feito. Há indicadores dramáticos, que gritam. Em 2016, a Prefeitura ofertou cinco mil vagas em creches, e em 2019 essa oferta caiu para 3,5 mil. Quatro anos atrás já estava defasado, e ao invés de crescer, acabou por diminuir, em uma cidade que tem perto de 90 mil crianças entre 0 e 4 anos de idade. Vamos procurar estabelecer, desde o início da nossa administração, a construção de uma parceria com igrejas, entidades comunitárias da sociedade civil. Buscar espaços ociosos para não haver espera de tempo para a construção das creches, e assim enfrentar esse déficit. Por meio de convênios com as nossas universidades, garantir a qualidade pedagógica dessas associações, e fazer com que a nossa pré-escola, que é a primeira infância, receba melhor atenção para garantir um melhor aprendizado. Vamos procurar superar uma marca também terrível que a é de termos menos de 40% das nossas crianças em creches, porque faltam vagas para atender toda a demanda. São marcas dramáticas da nossa Educação, e precisaremos construir um caminho de equilíbrio.

P: O que se quer para Belém é um modelo de gestão diferente desse atualmente em vigor, diz seu programa. Quais mudanças são essas e de que maneira o senhor pretende implementá-las? Já teria um cronograma?

R: Eu não acredito na proposta de que o ‘eu sozinho’ pode superar as dificuldades que nós temos hoje. Existe um descaso, uma omissão, e Belém não pode correr o risco de caminhar para o isolamento. É por isso que eu tenho batido permanentemente que é muito importante o aspecto da parceria, e não é só com o governador Helder, que manifesta o seu compromisso com essa parceria inclusive publicamente. Mas a parceria também com os ministérios, com o Governo Federal. O presidente do Brasil foi meu colega durante duas décadas na Câmara Federal, eu não terei o menor constrangimento em bater na sua porta para falar das dores da nossa cidade. Tenho uma gratidão imensa pelo povo paraense e da cidade de Belém. São seis mandatos como deputado federal, tenho muita experiência, foi uma construção de uma escola do diálogo. Eu não acredito em uma fórmula para tirar Belém do atoleiro na qual se encontra que não seja o caminho da parceria, da união. E isso serve para todos os aspectos: saneamento, saúde, educação, até mesmo à limpeza da cidade, enfim, do seu dia a dia.

P As ilhas e os distritos de Belém são extremamente interessantes ao público local e de fora, e o senhor fala em incentivar a gastronomia e o turismo de Mosqueiro, Outeiro e Icoaraci. Na prática, os outros governos falharam e muitas foram as queixas relacionadas ao abandono desses locais. Como o senhor pretende fazer com que essa população de fato se sinta parte de Belém?

R Esse é realmente o sentimento de quem mora nas nossas ilhas, e são 39. Temos de ter uma agenda e um prefeito com a responsabilidade de tratar a cidade do jeito que ela é: como uma cidade amazônica. Não é possível termos uma cidade com todas essas marcas e a ausência de um transporte fluvial. Imagine você o que que é agenda de quem mora no Outeiro, em Mosqueiro, para se deslocar para o centro da cidade. É um problema seríssimo que nós temos, são gargalos. Vamos implementar na cidade mudanças estruturais na questão do trânsito e para melhorar a vida de quem precisa de transporte público. Fazendo uma leitura pelo Brasil, uma cidade com relação de muita proximidade de Belém é Fortaleza (CE), e lá o preço da passagem é o mesmo praticado aqui, R$ 3,60. A diferença é que lá tem ar-condicionado, tem até wi-fi. Aqui é o ônibus sucateado, pegando fogo a cada semana, superposição de linhas e ausência da autoridade municipal, do prefeito, para ordenar. É preciso fazer uma política que possa atender as nossas Ilhas e isso passa por uma série de ações. Quando no programa de Governo citamos a questão gastronomia é porque é uma das marcas que pode ser aliada definitiva da nossa cidade, para que possamos projetá-la com a nossa personalidade amazônica, a melhor amostra amazônica para todo o Brasil.

P Após o auge da pandemia, é visível o aumento do número de pessoas em situação de rua. Tem algo imediato que o senhor pretende fazer?

R Vamos ter de implementar uma política atenta à toda a necessidade estrutural da capital, mas sem deixar de cuidar das pessoas. Temos um indicador que difere da média nacional: perto de 54% das famílias aqui são chefiadas por mulheres. Mulheres em condição de vulnerabilidade, excluídas do mercado de trabalho. Então vou buscar a parceria do Governo do Estado e do Governo Federal através do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para que tenhamos o programa Mãe Guerreira, direcionado a essas famílias, com auxílio mensal de R$ 400 e garantia de qualificação para que possam retornar ao mercado. Daremos uma atenção especial aos vulneráveis que estão nas ruas, mulheres com crianças, esse cenário lamentável que Belém está vivendo, e vamos contar com a força da parceria para movimentarmos definitivamente a economia.

P Ampliar a rede de atendimento municipal pela construção de unidades básicas de saúde e ampliação e requalificação do PSM, em parceria com o Estado constam em sua proposta de administração. Não seria mais interessante modernizar, investir na gestão, no pessoal ou dá para fazer os dois?

R Um exemplo ruim de tudo isso é que no pior momento da pandemia, que já passamos, vimos uma gestão omissa do atual prefeito. Pessoas batendo na porta dos postos de saúde e dando com a cara na porta. Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) fechadas no cadeado. Se não fosse a ação firme do Governo do Estado em abrir as portas do Hospital Regional Abelardo Santos e da Policlínica Metropolitana para atender a população de Belém que buscava apoio na rede pública, o que seria da sorte de muita gente? Vamos buscar a parceria, sim, mas é claro que isso não descarta a responsabilidade de qualificar e colocar para funcionar o que existe. Quando uma pessoa procura um posto de saúde que não funciona, que não tem médico, que não tem remédio, que não tem enfermeiro, o que não tem mesmo é prefeito. O que está faltando é prefeito, e esse será o diferencial da nossa administração.

P Licitação do transporte, qualidade dos coletivos, ar condicionado, bilhete único. Por que a gente ainda não tem e por que o senhor acha que tem como viabilizar?

R Prioridade é pôr para funcionar esse bendito BRT. Acho que todos nós temos a curiosidade de saber porquê que não funciona. Passou a ser um entrave na cidade, ocupando corredores fundamentais e não funciona. É preciso ter ordem na casa, e aqui fica um recado aos empresários de ônibus: caso eu seja eleito, quem quiser trabalhar vai ter que mudar sua conduta e se submeter ao ordenamento da prefeitura. Essa é a primeira situação. Não há como continuar de maneira tão desorganizada. É um enorme transtorno, porque ônibus não tem horário, não tem conforto, em uma cidade que chove muito, faz calor. Esse BRT já é quase um adolescente e se tornou um corredor de acidentes, de mortes. E o prefeito fazendo de conta que não é com ele esse problema.

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