Obras na João Paulo II vão atrasar mais de um mês pelo menos

Passados os 30 dias do prazo inicial dado pela Prefeitura Municipal de Belém para a conclusão das obras de drenagem na avenida João Paulo II, próximo ao bairro Curió-Utinga, o que se vê ainda é muito trabalho a ser feito. Enquanto isso, a comunidade continua a sofrer com os transtornos e reclama da demora na conclusão dos serviços, que prometem cessar os problemas de alagamento na via principal e em suas transversais. Os serviços começaram no início de setembro. A via é importante para suavizar o fluxo de veículos na capital, sobretudo para quem deseja se locomover até as cidades de Ananindeua e Marituba, na região metropolitana.

Quem passa pelo local diariamente percebe que a situação ainda continua caótica. Hoje, parte da via no sentido Ananindeua-Belém foi interditada parcialmente para a circulação de veículos. Os condutores precisam pegar um desvio colocado entre as ruas Gaspar Dutra e Bartolomeu, para então seguir viagem até o centro da cidade. Mesmo com os perigos existentes, a reportagem não encontrou, na manhã da última terça-feira (21), nenhum agente da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) orientando condutores e pedestres.

Indignados com o andamento da obra, os moradores do bairro denunciam que o número de operários trabalhando no local não é suficiente para a quantidade de serviço que ainda precisa ser feito. “Quando iniciaram as obras a gente via uma grande quantidade de pessoas trabalhando aqui. Agora são bem poucas, cerca de dez homens para dar conta de tudo. Então não tem como o processo ser rápido se faltam funcionários para executar”, reclamou o morador João Antônio, 68.

Além da falta de operários na obra, a comunidade denuncia que faltam equipamentos e maquinário para dar suporte e segurança aos trabalhadores. “Como é que pode uma obra desse tamanho com poucos homens trabalhando e tendo de fazer tudo somente na mão?”, questionou José Afonso, 63, que mora no bairro desde quando nasceu.

Os moradores dizem ainda que os operários estão sobrecarregados, o que contribui para a demora na finalização dos serviços. “Sem equipamentos e máquinas, eles têm de bater o concreto na mão mesmo. Isso é um absurdo! A gente vê que eles estão cansados e muitos nem usam equipamentos de segurança adequados para a atividade”, completou José.

PROMESSA

Em nota, a Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) informou que a previsão de conclusão da obra da avenida João Paulo II é no final do mês de novembro, sem precisar uma data, e que as equipes continuam realizando a drenagem no entorno com o objetivo de eliminar os alagamentos.

A Secretaria disse ainda que entende que existem transtornos causados pela obra, mas pede a compreensão da população enquanto trabalha para melhorar a qualidade de vida dos moradores. Já a Semob informa que mantém agentes orientando o trânsito em pontos estratégicos da área em obras, como os cruzamentos da avenida João Paulo II com a rua do Utinga, com a avenida Dr. Freitas e também no cruzamento da avenida Almirante Barroso com a Dr. Freitas, e que a atuação dos agentes ocorre nos turnos da manhã e da tarde, sobretudo em horários de maior circulação de veículos.

Ainda por meio de nota, a Semob lembra que um novo semáforo foi implantado na área para auxiliar o fluxo de veículos e que a empresa responsável pela obra também reforçou a sinalização para canalizar o trânsito para vias alternativas até a conclusão dos serviços.