Infrações se multiplicam pelas pistas do BRT Belém

Por todo o trajeto da via expressa do BRT, é comum ver pedestres, motoristas, ciclistas e motociclistas se arriscando, principalmente, ao atravessar as faixas. Na manhã desta terça-feira (22), a cena era comum no trecho entre as avenidas Almirante Barroso e a Júlio César, onde ocorreu um acidente no dia anterior, no qual um ônibus colidiu com uma motocicleta e causou a morte da condutora.

A poucos metros da faixa de pedestre, a doméstica Maria das Graças Furtado, 52 anos, se arriscava com o sobrinho de três anos, para atravessar a pista. “Passo quase sempre aqui porque tenho medo de atravessar na faixa. Das vezes que esperei na faixa, o sinal abrir, observei que vinham carros e motos em alta velocidade e não dava tempo de eles pararem”, argumentou.

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A caminho do trabalho, o vigilante Edson Braga, 39, aguardava na via do BRT para seguir viagem e ressaltou a falta de atenção atrelada à imprudência das pessoas. “Isso acontece dos dois lados. Motoristas que não andam na faixa para chegar mais rápido ao seu destino, sem se importar com passageiros e pedestres, e motoqueiros que não prestam atenção no trânsito, querendo trafegar em faixas proibidas. No trânsito tem que haver respeito um pelo outro. Ninguém respeita mais ninguém”, desabafou.

De acordo com informações da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (SeMOB), toda a área do entorno da pista do BRT está devidamente sinalizada, em especial quanto aos locais de conversão e travessias seguras.

SINALIZAÇÃO

Ao longo da avenida Augusto Montenegro, a cena é ainda mais preocupante, sobretudo, no trecho próximo a um shopping da cidade. Pedestres, ciclistas e motociclistas se arriscam entre uma pista e outra e, as principais queixas são a falta de sinalização e de fiscalização no perímetro. “Deveria ter um semáforo próximo da parada de ônibus, mas colocaram muito distante. Aqui perto tem o shopping e o fluxo de pessoas é grande. Mas a gente acaba se arriscando ao atravessar. Sempre que venho por aqui com minha esposa é essa dificuldade”, contou Rodrigo Monteiro, 34, que trabalha como serviços gerais.

Quem compartilha da mesma opinião é o estudante Arnaldo Gavino, embora compreenda a possibilidade de colocar a vida em risco. “A faixa de pedestre fica longe. Sei que é imprudência nossa atravessar por aqui, mas acabamos nos arriscando em vez de andar e procurar uma faixa de sinalização. Mas, se tivesse uma fiscalização ou organização melhor do trânsito isso seria evitado”.

A SeMOB acrescenta que mantém agentes em ronda diariamente ao longo de toda a Augusto Montenegro e reforça a pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas de veículos em geral que respeitem as sinalizações da avenida e que não trafeguem sob hipótese alguma na pista do BRT, para evitar acidentes. Informa também que, quem não cumpre essas recomendações assume a responsabilidade de colocar a sua vida e a vida de terceiros em risco.