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EMOCIONAL

Depressão também está na lista das consequências da pandemia

A necessidade de se manter o distanciamento social, o medo e outras situações decorrentes da pandemia do novo coronavírus costumam afetar o psicológico da pessoa, sobretudo quem enfrenta algum transtorno depressivo

Imagem ilustrativa da notícia Depressão também está na lista das consequências da pandemia camera A pandemia age como estressor de grande magnitude. | Divulgação

A crise do novo coronavírus é cercada de incontáveis efeitos colaterais, e um deles afeta principalmente as pessoas que enfrentam algum tipo de transtorno depressivo, já que a necessidade do isolamento e do distanciamento social também trouxe a realidade da reclusão, da solidão e da dificuldade de estar com a família, amigos e pessoas da convivência frequente.

Por tratar-se de uma doença multifatorial (de causas biológicas, psicológicas e ambientais), a pandemia é um fator ambiental e psicológico de grande importância, pois age como estressor de grande magnitude. E para pacientes em acompanhamento psiquiátrico prévio, o estresse crônico pode ser um fator agravante do quadro ou descompensar quadros antes estáveis.

“Para pessoas que continuam restritas, o recomendado é procurar estabelecer uma rotina de vida, conforme a possibilidade de cada um. De sono, de lazer, de atividade física e de trabalho. Em caso de home office, se for possível, o ideal é encontrar um lugar na casa específico para o trabalho, o que ajuda nas possíveis distrações. Não podemos esquecer das possibilidades de sociabilidade, hoje com meios mais tecnológicos, que evitam o contato físico”, orienta a psiquiatra Sofia Cunha Rodrigues.

De acordo com a médica, não estabelecer uma rotina pode propiciar a sensação de estar perdido, e abrir as portas para um mergulho na desorganização de vida e dos processos mentais. Se a pessoa está em tratamento medicamentoso no momento, é imprescindível o acompanhamento com o profissional capacitado, que irá avaliar a rede de apoio (social e familiar), o suporte psicológico, o diagnóstico e as habilidades psicológicas individuais.

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“É necessário um acompanhamento mais atento do quadro atual do paciente, já que o momento envolve muitas incertezas e grande estresse emocional, além de físico. Há uma associação importante em relação à pandemia e o início de quadros psiquiátricos, como depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático. O estresse crônico se comporta como um importante fator de risco para inúmeros transtornos mentais”, alerta a psiquiatra.

Sofia Cunha Rodrigues, psiquiatra.
📷 Sofia Cunha Rodrigues, psiquiatra. |Divulgação

O fato de que nesses cenários há um sofrimento clinicamente significativo e redução da qualidade de vida, a telemedicina foi aprovada e autorizada pelo Conselho Federal de Medicina, justamente para permitir a possibilidade de atendimentos on-line ou presenciais, conforme a disponibilidade do médico. Em caso de urgência e emergência, quando há risco de morte, heteroagressividade, surto psicótico, por exemplo, há hospitais capacitados para atender esta demanda.

Sofia afirma que é difícil determinar o que pode ajudar a manter a depressão longe ou pelo menos sob controle. “É uma pergunta bem difícil de responder, pois o transtorno depressivo envolve várias questões, como a gravidade, recorrência, apresentação clínica, suporte do paciente, estratégias psicológicas individuais, ambiente. Se o acompanhamento médico já ocorre, é importante discutir todas essas dúvidas diretamente com o médico assistente, pois terá uma resposta mais específica, e receberá orientações individualizadas”, orienta.

A hora de buscar ajuda profissional

A psicóloga clínica Keila Alves corrobora a importância de pacientes com depressão manterem o foco e trabalharem os movimentos de seus comportamentos. “Nesse sentido, por exemplo, manter o trabalho, atividades físicas e atividades diversas que são direcionadas e trabalhadas no tratamento”, sugere, porém, sempre levando em consideração as restrições necessárias impostas pela pandemia em curso.

O retorno de sintomas que estavam controlados, como o choro “fácil”, a apatia, mudanças nos hábitos da higiene pessoal, alterações no sono e na alimentação também são sinais que sugerem a importância de buscar ajuda profissional, se não pessoalmente, por meios remotos.

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“Indico para essas pessoas que procurem atividades on-line ou atividades que possam ser conduzidas em casa. Também tem sido bem aceitos videoconferências com grupos para discussão de diversos assuntos”, relata a psicóloga.

O acompanhamento atento depende de paciente para paciente. Quem já faz terapia comportamental geralmente já se encontra capaz de manter uma rotina, apesar das limitações impostas. Já os pacientes que nunca apresentaram sintomas mas que estão sentindo as mudanças no humor e nas ações, devem buscar ajuda médica e terapia para controle dos sintomas.

“A explicação pertinente a isso penso que se deve a uma mudança brusca da rotina. Pessoas acostumadas a uma rotina intensa podem sentir gradativamente os efeitos do isolamento. Definitivamente, para controle da doença, é necessário medicação e terapia comportamental”, reforça Keila.

Sinais de que é preciso buscar ajuda especializada

Tristeza persistente ou perda do prazer ou do interesse nas atividades que antes existia

Problemas do sono (insônia ou hipersonia)

Lentificação psíquica

Perda de concentração

Sentimento de culpa ou inutilidade frequentes

Pensamentos de morte ou suicídio.

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