“Foi uma coisa sobrenatural. Eu nunca tinha visto algo parecido. Foi desesperador, estou me sentindo traumatizada com tudo o que aconteceu”, disse a vendedora ambulante Raimunda Ferreira, 53 anos, que mantém uma banca de cosméticos na rua 8 de Maio, no bairro da Agulha, em Icoaraci. A área onde ela trabalha foi a mais prejudicada pelo vendaval que aconteceu no final da tarde da última quarta-feira (9), e que destelhou casas, derrubou árvores e postes e provocou outros prejuízos para os moradores locais.
Ontem (10), 24 horas depois do fenômeno, comerciantes e moradores ainda buscavam contabilizar e reparar o estrago sofrido. À tarde, técnicos de operadoras de telefonia trabalhavam no conserto do cabeamento no local. Raimunda trabalhava ainda assustada. Olhava para os galhos das árvores que ainda não haviam sido recolhidos. “Voou tudo. Quando a árvore caiu sobre a fiação e derrubou o poste foi fogo para tudo que é lado. Eu tentei salvar a minha mercadoria e o pessoal gritava para eu correr daqui”, comentou.
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A lojista Zene Pinto também trabalhava sobressaltada. “Graças a Deus eu não tive prejuízos materiais, mas me escondi dentro da loja. A fiação elétrica arrebentou e explodiu tudo. Foi terrível”, descreveu. De acordo com ela, o serviço de energia elétrica só normalizou na manhã de ontem. O empresário Patrick Simões, 33, relatou que tudo aconteceu muito rápido. “O céu parecia que tinha anoitecido. Eu tinha acabado de estacionar o carro quando vi as telhas voando e caindo sobre o meu veículo”, apontou o prejuízo.
ENERGIA
Por todo o bairro da Agulha era possível ver operários trabalhando nos reparos de telhados. No Hospital Regional Abelardo Santos, onde uma parte da estrutura da fachada caiu, o fornecimento de energia elétrica era feito pelo próprio gerador da unidade. Segundo a Equatorial Pará, técnicos trabalharam durante a noite toda na área para reabastecer o fornecimento de energia. No caso do hospital, a concessionária respondeu que a queda das árvores prejudicou até o sistema interno. No entanto, equipes do próprio hospital já trabalhavam para restabelecer o serviço.
Em frente a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, onde uma mangueira caiu sobre a concha acústica, os escombros ainda estavam sendo recolhidos. Por sorte, não havia ninguém na estrutura na hora do acidente. O semáforo no cruzamento da 8 de maio com Augusto Montenegro ainda não funcionava de forma regular. Acionava apenas a luz de alerta (sinal amarelo piscando) e durante a tarde não havia agentes de trânsito orientando o fluxo de veículos por ali. O DIÁRIO solicitou uma resposta à Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (SeMOB). O órgão informou que não foi notificado do semáforo defeituoso e que manteve equipes no distrito normalmente.
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