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CIDADE ABANDONADA

Zenaldo abandona até mesmo o Palácio Antônio Lemos, sede da prefeitura de Belém

O grandioso palácio instalado na Praça Dom Pedro I, em pleno centro histórico da cidade, é tido como uma das poucas construções da Belém do século XIX que ainda mantém sua função pública original. Erguido em 1860 para abrigar a sede do poder executivo mun

Imagem ilustrativa da notícia Zenaldo abandona até mesmo o Palácio Antônio Lemos, sede da prefeitura de Belém camera Apesar da grande importância para o patrimônio da capital, o Antônio Lemos não recebe a devida atenção por parte da prefeitura. | Irene Almeida/Diário do Pará

O grandioso palácio instalado na Praça Dom Pedro I, em pleno centro histórico da cidade, é tido como uma das poucas construções da Belém do século XIX que ainda mantém sua função pública original. Erguido em 1860 para abrigar a sede do poder executivo municipal, o edifício tombado é o responsável por acolher não apenas o gabinete da Prefeitura Municipal de Belém, como o Museu de Arte da capital, salvaguardando um acervo de cerca de 1.500 obras que remetem ao período áureo da borracha na capital.

Apesar da importância histórica e funcional do Palácio Antônio Lemos, o estado de deterioração evidenciado ainda na própria fachada preocupa quem compreende o patrimônio arquitetônico como parte da memória da cidade. Em meio a paredes desgastadas, vidraças quebradas e ao mato que já cresce em alguns pontos da fachada, uma placa instalada nos fundos do palácio indica a realização de obras para instalação de sistema elétrico e SPDA – sigla para Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas - do Palácio Antônio Lemos, no valor de R$1.833.630,87.

Habituado a frequentar a Praça Felipe Patroni – que faz fundo com o palácio Antônio Lemos -, o funcionário público Edivaldo de Souza, 52 anos, lamenta o estado em que se encontra o prédio histórico. Além de trabalhar nas proximidades, ele costuma passear com os cães de estimação pela praça e viu, pouco a pouco, o edifício ir se desgastando.

“Deveriam ter agido antes de chegar nesse estado. Quando a gente visita São Luís ou Salvador a gente vê que eles têm um cuidado com o patrimônio histórico deles. Por que a gente não pode ter aqui em Belém também?”, questiona. “Isso é a nossa história abandonada. Esse palácio já até pegou fogo e nada fizeram para protegê-lo. Para mim essa é a pior gestão municipal que Belém já teve”.

O episódio a que Edivaldo se refere ocorreu em março de 2017, quando um princípio de incêndio foi registrado em uma sala de recursos materiais localizada no segundo andar. À época, a nota encaminhada pela Prefeitura Municipal de Belém informava que a reforma do palácio estaria em fase de elaboração do projeto.

Em novembro de 2018 a Justiça Federal acatou um pedido do Ministério Público Federal (MPF) e determinou que o município de Belém realizasse obras de restauro e conservação no Antônio Lemos, considerando que o mesmo é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio cultural nacional. Segundo informações divulgadas pelo MPF à época, na ocasião o município chegou a alegar no processo que a realização das obras estaria dificultada por restrições orçamentárias.

PLACA

Na placa colocada no palácio, há a indicação de que as obras iniciaram em setembro de 2019 e que o prazo para a conclusão era de 180 dias. A Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb), reforçou que “a placa refere-se à obra de instalações elétricas já realizadas e finalizadas no palácio Antônio Lemos, para dar condições seguras de reforma no prédio” e que “a Prefeitura está providenciando processo licitatório para executar a reforma parcial do espaço e ressalta que, em 2018, foi realizada a reforma das salas e espaços que foram danificadas por incêndio”.

Enquanto as obras de reforma não iniciam, as consequências do tempo estão a olhos vistos pelo menos na área externa do palácio. Não é preciso muito esforço para observar as infiltrações que tomam conta dos cantos da construção, os degastes no conjunto de colunas e a ausência de vidros em algumas janelas.

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