Com a liberação de saques e transferências de novas parcelas do auxílio emergencial para aniversariantes do mês de maio, novas filas foram registradas em diversas agências da Caixa Econômica Federal, na manhã de ontem, em Belém. Pelo menos quatro milhões de pessoas em todo o país fazem parte deste novo ciclo de pagamentos de R$ 600 (ou de R$ 1,2 mil para mães solteiras). Esse novo lote de beneficiários fez com que as filas se formassem e desse trabalho para que funcionários dos bancos evitassem aglomerações nos locais.
Na agência da Caixa localizada na esquina da avenida José Malcher com a avenida José Bonifácio, a enorme fila assustava e dava uma amostra da grande quantidade de pessoas em busca do benefício. No chão da agência, sinalizações apontavam o distanciamento recomendado em todos os lugares em razão da pandemia de Covid-19, enquanto funcionários distribuíam senhas e realizavam os primeiros atendimentos. Mesmo assim a enorme fila persistia por lá.
Entre as pessoas que foram até a agência sacar o benefício estava Geandro de Souza, 24, que está desempregado há três anos. Ele que mora junto com a mãe e o irmão foi o único que teve direito ao auxílio emergencial e foi até a agência para receber a terceira parcela no valor de R$ 600. Esta inclusive era a segunda ida dele até o banco, já que teve de encarar a mesma fila um dia antes apenas para desbloquear a conta. “É esse dinheiro que tem me segurado em casa, estou desempregado e com a pandemia ficou ainda pior. Moramos, minha mãe, meu irmão e eu juntos, o auxílio que nos ajuda até porque só eu estou recebendo isso. Nem o da minha mãe e do meu irmão foram liberados. Poderia ser pior, já que muita gente ainda não recebeu”, declarou o jovem.
BATISTA CAMPOS
Na agência da Caixa localizada no bairro da Batista Campos o cenário era semelhante, mas com o distanciamento social sendo ainda mais difícil de ser aplicado. Muita aglomeração e beneficiários em busca do saque do auxílio, que tem sido fundamental para superar a queda nas ofertas de emprego na pandemia.
Vilma dos Santos, 36, é moradora do bairro do Guamá e foi até a agência atrás da quarta parcela de R$ 600. Há pelo menos dois anos que ela não trabalha de carteira assinada. Para ajudar na renda mensal, ela chegou a montar uma barraca para venda de café da manhã, mas com a pandemia se viu forçada a parar a atividade logo após o período do carnaval.
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A mulher, que mora com o marido e a filha, foi a única da família a ter direito ao benefício. “Eu estou tentando sacar a quarta parcela e segundo a (aplicativo) Caixa Tem, eu teria direito ao dinheiro hoje, mas para isso teria de vir aqui. Eu tinha uma vendinha de café que ajudava no sustento, mas com a pandemia e muita gente sem trabalhar, eu tive de fechar. O auxílio tem me ajudado a me manter e está dando para segurar”, afirmou a beneficiária.
Mesmo recebendo a parcela do auxílio emergencial e entendendo o período arriscado de infecção pela Covid-19, Vilma declarou não ver a hora de voltar a trabalhar com sua venda de café. “Eu espero que os autônomos possam voltar à rotina de trabalho de antes. Eu vejo que até mesmo os vendedores do Comércio estão passando por dificuldade. Eu estou pretendendo a voltar em setembro porque estou desde fevereiro sem trabalhar. A última vez que trabalhei foi no carnaval na Cidade Velha e pretendo voltar o quanto antes. Se pudesse voltar amanhã eu com certeza voltaria”, completou.
Na mesma fila estava Sônia Fonseca, 59, que estava em busca da terceira parcela do auxílio emergencial. Apesar de ter de ir até o banco localizado na Batista Campos, ela disse que o pagamento tem sido feito na data certa e que a fila anda em boa velocidade. Se dando até mesmo ao luxo de ir à instituição um pouco mais tarde, já que também mora próxima ao banco. “Eu moro com meu esposo e neto, mas nenhum tem um emprego fixo e o auxílio nos ajuda a se manter. É melhor do que nada e já consigo pagar algumas contas”, afirmou.
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