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RESÍDUOS

Reciclagem: benefícios para o meio ambiente e para a renda 

Veja o trabalho desenvolvido por cooperativa e associação que atuam na reciclagem de resíduos em Ananindeua e confira como fazer a coleta seletiva

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Imagem ilustrativa da notícia Reciclagem: benefícios para o meio ambiente e para a renda  camera Maria Trindade Santana destaca que a reciclagem é fundamental para as cidades. | Wagner Santana

A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) estima que cada brasileiro produza, em média, 387 kg de lixo por ano e que de todo resíduo produzido no país, apenas 3% é efetivamente reciclado. Levando em conta também os resíduos orgânicos, o percentual não passa de 5% de tudo que é gerado no Brasil. Materiais Reciclados é o tema deste domingo da série Tecnologias Sustentáveis.

Apesar da reciclagem contribuir para a diminuição do lixo jogado pelas ruas e nos mares, diminuindo também a poluição do ar, esse tipo de beneficiamento é incipiente no país, mostrando que ainda carecemos de políticas públicas eficientes, estímulo de impostos e mais consciência da população. Caso isso ocorresse, cerca de 85% do lixo que produzimos poderia ser reciclado.

Por isso a criação de associações e cooperativas de reciclagem é tão importante. Um exemplo é a Cooperativa de Trabalho dos Profissionais do Aurá (Cootpa), que funciona num galpão no bairro da Guanabara, em Ananindeua.

A cooperativa foi fundada em 2001 e antes de se mudar para o galpão atual, funcionava dentro do antigo aterro sanitário do Aurá. Em maio passado completou 19 anos. Hoje a cooperativa funciona com o trabalho de 19 catadores que atuam na coleta seletiva em bairros e condomínios de Ananindeua e recebem material de entidades que atuam na área na Universidade Federal do Pará (UFPA).

Antes da pandemia a cooperativa conseguia recolher até 75 toneladas de material por mês (com exceção de vidro, isopor e material orgânico) que são separadas numa mesa de triagem, prensadas e pesadas dentro do próprio galpão. “Tivemos que parar por cerca de um mês durante essa crise de saúde. Agora estamos conseguindo coletar cerca de 50 toneladas. Durante o pico da pandemia tivemos que parar o porta a porta. As pessoas ficaram muito assustadas com a doença e não queriam mais receber a gente e, por outro lado, ficamos com receio de ficar manuseando o material no meio da pandemia”, diz Noêmia do Nascimento, presidente da cooperativa.

RENDA

Com a coleta normal, cada catador recebia, em média, R$ 1,4 mil mensais. Com a redução do trabalho causada pela Covid-19, a renda caiu para a metade. “Ficamos trabalhando praticamente apenas com triagem e ainda estamos tentando nos reorganizar e recuperar nossos ganhos”.

A reciclagem, diz, é fundamental para o meio ambiente e como fonte de renda para muitas pessoas. “Você imagina o que é retirar das ruas 70 toneladas de resíduo por mês de uma cidade como Ananindeua? O quanto que a prefeitura economizou em lixo que poderia ter sido levado para o aterro de Marituba e não foi?”.

CIDADANIA

Outra boa iniciativa na área na região metropolitana é a “Associação Cidadania Para Todos” que existe há 14 anos e hoje funciona no Conjunto Jaderlândia, também em Ananindeua. Entre catadores e catadoras atuam na entidade 25 pessoas que trabalham na reciclagem de plástico. Eles cumprem um roteiro porta em porta percorrendo as áreas da Cidade Nova, Distrito Industrial e Jaderlândia, coletando os tipos de produtos com matéria prima à base de papel, de plástico, ferro e alumínio.

Assim como em muitas áreas, a pandemia afetou a atividade de reciclagem. Até fevereiro, a associação coletava, em média, 80 toneladas de material por mês, quantidade que caiu para 35 toneladas em maio.

“Com o isolamento e o distanciamento não pudemos sair às ruas para coletar e tínhamos que contar muitas vezes com a boa vontade das pessoas para trazerem o material até aqui”, comenta Maria Trindade Santana de Araújo, uma das integrantes da entidade.

Segundo ela a pandemia também trouxe a redução do preço do quilo do material reciclado. “Antes cada trabalhador recebia uma média de R$ 1,2 mil por mês. Com a pandemia o faturamento de todos reduziu para a metade disso”, conta. O que é diariamente coletado é separado e vendido para empresas que processam e reaproveitam o que compram da associação. “Nosso trabalho é fundamental para as cidades, para vivermos um mundo melhor e menos tóxico, menos poluído. Gostaríamos de ter mais reconhecimento e apoio. Vinte e cinco famílias sobrevivem do que é coletado e trazido para cá”.

Reciclagem: benefícios para o meio ambiente e para a renda 
📷 |Wagner Santana

Como fazer a coleta seletiva?

O primeiro passo é se informar do dia e horário da coleta seletiva no seu bairro. Caso não tenha esse serviço, o ideal é procurar onde tem um ponto de entrega voluntária da prefeitura ou até mesmo de uma cooperativa para levar os materiais recicláveis.

O correto é separar em dois sacos, sendo um para resíduos orgânicos e lixo não aproveitável e outro para os materiais secos.

Os secos precisam estar mais ou menos limpos, com a retirada do excesso de sujeira. Existem municípios que possuem alguma iniciativa para fazer compostagem. Se tiver disponível na localidade, o correto é separar o orgânico do lixo não aproveitável.

É importante esclarecer que o lixo jamais será reciclado automaticamente pelo simples fato delas fazerem a separação dos objetos. É necessário fazer o resíduo chegar até o destino adequado.

Barcarena terá usina de triagem de resíduos em 2021

No próximo ano, está prevista a implantação da unidade de triagem de resíduos recicláveis de Barcarena. O projeto prevê que a unidade terá capacidade para processar 40% dos resíduos recicláveis coletados no município e taxa de triagem de 280 toneladas por mês. A iniciativa é da Hydro, dentro do Termo de Compromisso assinado entre a empresa, a Alunorte e o Governo do Estado, e faz parte das ações do programa Sustentar, uma parceria que envolve ainda a Prefeitura de Barcarena e a Albras. O material será oriundo de coleta seletiva a ser realizada pela Prefeitura. Além da construção da unidade, o Sustentar contribui para educação ambiental da população e capacitação dos catadores de materiais recicláveis.

Segundo pesquisa elaborada em 2018 pela consultoria do programa Sustentar, Draxos Consultoria e Gestão Ambiental, a quantidade per capita de resíduos gerados é de 0,604 kg por habitantes ao dia. Esta seria a quantidade de material disponível para ser coletado nos domicílios e beneficiado na usina. Os principais resíduos gerados são: material orgânico, plástico, papel, vidro e metais. A maior parte, 38% , é de plástico.

Recentemente, Barcarena instituiu a sua Política Municipal de Educação Ambiental, que possibilitará a estruturação da educação ambiental de forma articulada entre os diferentes órgãos da administração municipal, com a participação das empresas sediadas no território, as organizações não governamentais e a sociedade. O processo de elaboração do projeto de lei, sancionado pela Prefeitura em junho deste ano, também foi resultado de diálogos participativos promovidos pelo Sustentar.

A gerente sênior de Programas Sociais da Hydro, Luana Carvalhosa, ressalta que o programa foi pensando para apoiar no ciclo das políticas públicas locais. “Identificamos as oportunidades na gestão de resíduos em Barcarena, que vão desde a aproximação com os catadores para escuta de suas necessidades, identificação de forma de organização da categoria e até a consolidação desse projeto de lei”. Durante a pandemia da Covid-19, as atividades do Programa estão mantidas em formato on-line.

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