A Sólida Construção Ltda. foi aberta em junho de 2011 e teve
um crescimento exponencial nas duas gestões de Zenaldo Coutinho à frente da
Prefeitura de Belém. Conforme o DIÁRIO já mostrou, a empresa saiu de um
faturamento anual de R$ 8.692.050,77 em 2014, segundo ano da gestão de Zenaldo;
para R$ 35.218.785,46 em 2019, aumentando seu faturamento em mais de 4 vezes
num período de apenas 5 anos.
A empresa realizou várias alterações em seu capital na Junta
Comercial do Estado (Jucepa) desde que foi fundada em 2013 pelos sócios Dênis
de Barros Coelho e Cesar de Barros Coelho, com capital de R$ 200 mil no
município de Mãe do Rio, sudeste do Estado.
Atualmente a sede administrativa da Sólida funciona num
moderno edifício comercial no centro de Belém. Hoje, o capital social da
empresa é de R$ 15 milhões, o que representa um aumento no seu valor na ordem
de 75 vezes nos últimos 7 anos.
Mesmo sem nenhuma ilegalidade, esse grande crescimento da
empresa chama a atenção pelo sucesso empresarial, que possibilitou que ela
participasse de todas as milionárias licitações da prefeitura de Belém nas
áreas de macrodrenagem, dragagem de canais, limpeza de comportas e locação e
máquinas e equipamentos.
O DIÁRIO fez um levantamento do histórico da empresa nos
últimos anos. Em 8/03/2013, a empresa tinha R$ 200 mil integralizados de
capital social e sede na rua Cristóvão Santos S/N, bairro Centro, em Mãe do
Rio, já tendo como sócios Jarbas da Silveira Coelho Sarmento Filho e Paula
Malvina Coelho Sarmento da Costa Pinto.
Em seguida, os dois saíram da sociedade: Jarbas, que detinha
50% da sociedade no valor de R$ 100 mil cedeu todas as suas cotas para Temis de
Barros Coelho Sarmento. Já Paula Malvina também cedeu os R$ 80 mil da sociedade
que lhe cabia para Temis e outros R$ 20 mil para Irlandes Nicodemos dos Santos,
sendo Temis a sócia-administradora da empresa.
Em 21 de maio de 2014, numa nova alteração contratual, um
ano e dois meses depois, a empresa muda de sede: sai de Mãe do Rio e se instala
em Belém, mudando também o objetivo social, incluindo estratégicos serviços de
obras de terraplenagem e aluguel de máquinas e equipamentos para construção.
Nessa alteração, Irlandes sai da sociedade e doa suas cotas
para Iasmim Souza Andrade. Agora sócias, Temis Sarmento e Iasmim aumentam em
mais de seis vezes o capital social da empresa, que passa de R$ 200 mil para R$
1,3 milhão acrescentando aos bens da empresa apenas três guindastes. Com a
mudança, Temis passa a deter 90% das cotas da empresa no valor de R$ 1,170
milhão; e Iasmim Andrade com o restante das cotas.
SESAN
Em 2015, terceiro ano da gestão de Zenaldo Coutinho, a
Sólida Construção Ltda. recebeu mais de R$ 12 milhões da Sesan, chegando a
faturar mais de R$ 2,5 milhões apenas em abril daquele ano.
Em 2016, último ano da primeira gestão de Zenaldo, a empresa
faz nova alteração em que mais do que quadruplica o valor do seu capital, que
sai de R$ 1,3 milhão para 5,6 milhões, com a sócia, mantendo a proporção das
cotas entre as sócias.
Em 2017, primeiro ano da segunda gestão de Coutinho, a
Sólida faz mais um aumento de capital, que passou de R$ 5,6 milhões para R$
6,666 milhões, sem alteração da composição societária.
Sete anos depois,
sócios fundadores voltam a controlar empresa
Mas a maior mudança ocorreu em dezembro do ano passado,
quando a empresa faz novas movimentações, todas no mesmo dia: 9/12/2019. A
primeira ocorre no quadro societário: Temis de Barros Coelho Sarmento e Iasmim
Andrade Sarmento se retiram da sociedade.
Temis transfere, por doação, suas cotas no valor de R$ 3,3
milhões para o novo sócio, Dennis de Barros Coelho. Já Iasmim Andrade também
doa sua participação societária de R$ 3,3 milhões para César de Barros Coelho.
Nessa mudança, tanto Dennis quanto César retornam ao quadro societário 7 anos
após terem saído, numa alteração contratual ocorrida em 2012. A partir daí,
cada um dos novos sócios da Sólida Construção permanece com 50% das cotas da
empresa, que era de R$ 6,6 milhões.
A segunda movimentação ocorre, novamente, no capital da
empresa, que sofre novo aumento: Dennis e César permanecem cada um com metade
da empresa, só que o valor das cotas de cada um pula para R$ 7,5 milhões. Dessa
forma o capital social sobe para R$ 15 milhões, dobrando seu valor em relação a
2017 e crescendo seu capital em 75 vezes desde 2013.
Conforme o DIÁRIO já revelou, a empresa recebeu, de janeiro
a junho desse ano, o último da atual gestão, R$ 33.232.655,40 da Prefeitura de
Belém. O valor já é mais de 90% do total recebido pela empresa em todo o ano
passado. E ainda faltam 4 meses de pagamento para o término do atual exercício.
PERGUNTA
Quem reside em Belém e viveu o inverno desse ano na cidade
pode querer saber onde a empresa contratada pela prefeitura justificou esses
mais de 30 milhões de reais recebidos apenas esse ano.
“Onde estão essas máquinas que tanto trabalham, segundo a
Prefeitura? O Ministério Público e o Tribunal de Contas dos Municípios têm que
fiscalizar os contratos da Prefeitura e acompanhar de perto o trabalho dessa
empresa”, questiona Alexandre Costa, morador de uma das áreas da sub-bacia 1 do
projeto de Macrodrenagem da Bacia do Una, na Pedreira.
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