Paraense denuncia agressão de namorado e abusos psicológicos 

Camilla Coimbra, 24 anos, bacharel em Direito publicou no último dia 30 de julho, em sua rede social, um relato sobre as agressões que sofria do namorado, Caio César Farias Neves, 23 anos. Eles namoravam a cerca de dois anos e seis meses, e segundo ela, as agressões e abusos psicológicos começaram em 2018.

"A primeira agressão foi em agosto de 2018, na Vila São José, no Jurunas, várias pessoas que moram lá presenciaram, ele me empurrava no portão, gritava comigo, falava que me odiava. Ele tava muito bêbado. E depois disso aconteceram muitas outras vezes, mas acredito que a mais grave, foi a da mordida que inclusive aconteceu na frente da família dele".

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Durante muito tempo eu me preparei pra esse momento. Sabem quando bate aquele SOPRO de coragem? É exatamente agora. É também um pedido desesperado de ajuda. Não sei ao certo quando eu percebi que estava vivendo um relacionamento abusivo, mas eu percebo que é hora de parar. Eu percebo que não estou bem, que não consigo dormir direito, que não consigo me alimentar direito, e eu que sempre fui forte, percebo que me perdi. Preciso falar como foi o meu início com o Caio, até hoje. Ele chegou num momento em que eu não precisava. Lembro exatamente de como relutei, e de como ali, ele passou a me envolver. E no início, ele foi tudo que eu sempre quis; me tratava bem, me colocava como prioridade na vida dele, fazia planos comigo, não mentia, não traía, conquistou além de mim, todos meus familiares e amigos.. Tinha como dar errado?! Eu me deixei envolver, eu assumo a minha responsabilidade. Parece tudo tão claro agora, mas eu fui cega durante 2 anos e 6 meses. Consigo dizer com PRECISÃO quando tudo COMEÇOU a dar errado; Fevereiro de 2019. O Caio se envolveu com estelionatários, pros amigos que não entendem a mudança às pressas, ele estava fugindo da polícia, por isso a mudança pra Moju, e está se “escondendo” lá até hoje. Importante ressaltar que eu não sabia de NADA, descobri mto tempo depois através de um amigo nosso. E o que já vinha enfrentando uma crise, passou a ser insustentável. Eu era TOTALMENTE dependente emocionalmente dele, na verdade, ainda sou, mas agora consigo perceber. Namorar à distância foi uma prova de fogo que fui OBRIGADA a passar, eu não escolhi isso, fui colocada nessa situação por escolhas erradas dele, que afetaram a minha vida. O combinado sempre foi se ver aos finais de semana, mas quando eu “aborrecia” ele, a maneira de me punir, era cancelando tudo, pra eu sofrer. E eu sofria, MUITO. E pasmem, sofro até hoje. Eu passei a me acostumar com a ausência, mas NUNCA com a forma que ele me tratava. Sabem o que é ser tratada igual um lixo? Igual um cocô? Sabem o que é se contentar com qualquer migalha de afeto que a pessoa te dá e como você se apega àquilo e passa a achar que merece aquele sofrimento? É isso. O Caio sempre foi agressivo,+

Uma publicação compartilhada por Camilla Coimbra (@camilla.coimbra) em 29 de Jul, 2020 às 7:31 PDT

De acordo com Camilla, a família de Caio sempre presenciou as agressões. "A família dele presenciava as agressões e nunca fez nada, ninguém me ajudava. Quando eu decidi denunciar, a mãe dele ligou me ameaçando, sendo que nem mora no Brasil, querendo me impedir de denunciar, dizendo que caso eu o denunciasse ele ia fazer um b.o contra mim também".

Em 2019, Camilla decidiu denunciar Caio, após sofrer mais uma agressão. "Eu fiz o B.O em outubro do ano passado na delegacia da Mulher daqui de Belém. Depois de mais uma briga, ele puxou meu cabelo e fez uma falha na minha cabeça, constatado por laudo. Quando eu o denunciei, anexei todas as fotos das agressões anteriores.

Camilla informa que o processo está parado, pois como ele mora no município de Moju, o caso foi transferido pra lá. " Ele foi intimado somente uma vez, mas nunca aconteceu nenhuma audiência, acredito que por conta da pandemia", relata.

Ela diz ainda, que depois de denunciar o namorado tem sofrido perseguição, ameaças e está sendo hostilizada na internet pelos familiares de Caio.