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EMPREENDER

Diversificar o negócio tem sido a saída para vários empreendedores

Sem alternativa para manter o faturamento em época de pandemia e distanciamento social, centenas de micro e pequenos empresários tiveram que agir rápido e diversificar seus negócios. Muitos estão conseguindo sobreviver e, o que é melhor: manter os postos

Imagem ilustrativa da notícia Diversificar o negócio tem sido a saída para vários empreendedores camera Wagner Santana/Diário do Pará

Sem alternativa para manter o faturamento em época de pandemia e distanciamento social, centenas de micro e pequenos empresários tiveram que agir rápido e diversificar seus negócios. Muitos estão conseguindo sobreviver e, o que é melhor: manter os postos de emprego que geram, buscando alternativas diversas da sua atividade original, com muito trabalho e criatividade.

É o caso da empresária Vivianne Vianna Huhn, 40. Formada em Letras pela UFPA e pela Escola de Moda Francesa (ESMOD), ela confecciona roupas de festa. “Perdi o semestre praticamente. Estou com 16 vestidos à pronta de entrega, de noivas, debutantes, aniversários de 15 anos...Tenho uma equipe com muitas mulheres. Emprego diretamente e indiretamente cerca de 33 pessoas”.

Ela conta estar passando pelo momento mais incerto da sua carreira. “Mas estou com o coração cheio de esperança de que estou fazendo o que é possível, mantendo toda segurança e dignidade das pessoas que participam do processo produtivo comigo”.

Vivianne trabalha com pesquisa e chega a lançar duas coleções anuais para pronta entrega, envolvendo pesquisa de elementos, de materiais, de tendências. A coleção sai com 55 a 100 peças distintas. “Tudo está parado. Para não demitir e fechar de vez, demos lugar a produção de máscaras de proteção e pijamas”, revela.

O medo não a paralisou. “Conheço fibras têxteis e tinha uma visão do que deveria fazer se fosse produzir máscaras, pois já vinha acompanhando o movimento da doença no mundo e sabia que não teríamos máscaras, aventais e respiradores suficientes para todos. Também sabia que a indústria de moda teria que mudar a abordagem e o produto, então surgiu

a história dos pijamas”.

Com a produção, a empresária conseguiu equilibrar suas contas e manter os postos de trabalho até aqui. “Percebi que o governo federal só me daria como alternativa a demissão ou endividamento e tive que me reinventar, senão quebraria”.

Ela também realiza um importante trabalho social: para cada kit de 3 máscaras que vende, doa outro kit para entidades de assistência social. Até agora mais de 1.000 máscaras foram doadas. “Garanti que os empregos fossem mantidos e que eu protegesse, de verdade, as pessoas, além de doar para quem precisa”.

MÁSCARAS

A artesã Ane Lobo vive do artesanato há 10 anos, tendo como atividade principal a fabricação de bonecas personalizadas por encomenda. “Com 10 anos no mercado, meu negócio parecia estar estabilizado. Já tinha um nome consolidado e o que ninguém esperava aconteceu: uma pandemia afetando a economia do nosso país e mundo. Mais de 90% das encomendas foram canceladas”, conta.

As vendas diminuíram, os pedidos pararam de chegar. Ane precisou tomar decisões, criar estratégias e buscar uma forma de continuar trabalhando. “As notícias davam conta que as máscaras estavam acabando e vi uma oportunidade de negócio. Minha matéria-prima principal é tecido e resolvi começar a fazer as máscaras”, conta.

Apesar das dúvidas sobre o uso das máscaras, Ane não desistiu da ideia e consultou seu filho Higor Henriques, que é médico, para tirar suas dúvidas. “Comecei a confeccionar em casa seguindo as normas da OMS (Organização Mundial de Saúde). Começamos vendendo 40 peças por dia, mas a demanda aumentou e a produção precisava ir no mesmo caminho”.

Em seguida a artesã mandou fotos das máscaras pra sua irmã, Erika Lobo, dona de uma loja de produtos de beleza na Pedreira. “Firmamos a nossa parceria: eu fabrico as máscaras e ela divulga nas redes sociais. Sempre busco soluções criativas para me destacar nesse mercado que se tornou competitivo”.

Ela criou ainda outro diferencial: kits de máscaras com tiara. “Nesse caso os elásticos ficam presos na tiara e dão um descanso para as orelhas. Lançamos para o Dia das Mães uma porta-máscara para colocar as máscaras limpas e sujas com segurança”, diz.

“Se a gente não se reinventar, ficamos de fora e o sonho acaba. Trabalhar com o que amo foi o que me fez não desistir”. A venda de 40 máscaras diárias no início subiu para uma média de 300 hoje, entre kits e máscaras.

Desenhos e consultorias pelas redes sociais

O tatuador Deleon Santos de Brito, 38, emprega quatro funcionários, sendo 2 terceirizados. Especialista em trabalhos 3D e tatuagens realistas, já fez mais de 5 mil trabalhos em cerca de 20 anos de profissão. Antes da pandemia e da decretação do isolamento social, o movimento no estúdio era de 4 clientes por dia. Hoje o movimento caiu 50%. “Del”, como é mais conhecido, está trabalhando apenas com agendamentos. Para evitar aglomerações, atende apenas um cliente por vez, divididos na manhã e tarde.

“O prejuízo só não foi maior porque tínhamos trabalhos agendados para abril. Os serviços de estética corporal não são prioridade no momento pelo qual passamos agora, onde muita gente perdeu o emprego e ficou sem ter sequer como sustentar a sua família. Fazemos um trabalho pela manhã e outro à tarde. Assim que acabo limpamos tudo e vamos todos para casa”, conta.

Com a redução da clientela, o tatuador passou a fazer desenhos e ilustrações sob encomenda para reforçar o orçamento. “Recebo as ideias do que querem e botamos no papel. Muitos desses trabalhos serão emoldurados e pendurados numa parede. Outros podem se transformar em tatuagens futuramente”.

Ele também triplicou os cuidados com higiene e esterilização dos equipamentos, por trabalhar com agulhamento corporal. “A população deve escutar o poder público para que tudo isso acabe e possamos voltar à normalidade”.

Esposa de Deleon, a esteticista Ana Kelly Brito também sofre com a falta de clientes. “Meu público é principalmente formado por senhoras e o movimento caiu bastante, mas mesmo assim ainda consigo atender uma ou outra com hora marcada”, diz Kelly, que é especialista em micropigmentação capilar, bucal e de sobrancelhas.

A saída foi utilizar suas redes sociais como ferramenta de interação e de consultoria para clientes. “Dou dicas de como cuidar da pele em casa, indico e comercializo produtos homecare para cuidados com a pele. Assim vamos conseguindo driblar essa crise”.

Kelly desenvolve ainda um trabalho voluntário em parceria com a Organização Não Governamental dos Ribeirinhos Vítimas de Acidente de Motor (Orvam), na recuperação de autoestima de mulheres vítimas de escalpelamento.

“Fazemos micropigmentação nas sobrancelhas de vítimas de acidente de motor, que perderam o couro cabeludo e as sobrancelhas. Paramos o trabalho por causa da pandemia, mas vamos voltar assim que tudo se normalize”, garante.

Desenhos e consultorias pelas redes sociais

O tatuador Deleon Santos de Brito, 38, emprega quatro funcionários, sendo 2 terceirizados. Especialista em trabalhos 3D e tatuagens realistas, já fez mais de 5 mil trabalhos em cerca de 20 anos de profissão. Antes da pandemia e da decretação do isolamento social, o movimento no estúdio era de 4 clientes por dia. Hoje o movimento caiu 50%. “Del”, como é mais conhecido, está trabalhando apenas com agendamentos. Para evitar aglomerações, atende apenas um cliente por vez, divididos na manhã e tarde.

“O prejuízo só não foi maior porque tínhamos trabalhos agendados para abril. Os serviços de estética corporal não são prioridade no momento pelo qual passamos agora, onde muita gente perdeu o emprego e ficou sem ter sequer como sustentar a sua família. Fazemos um trabalho pela manhã e outro à tarde. Assim que acabo limpamos tudo e vamos todos para casa”, conta.

Com a redução da clientela, o tatuador passou a fazer desenhos e ilustrações sob encomenda para reforçar o orçamento. “Recebo as ideias do que querem e botamos no papel. Muitos desses trabalhos serão emoldurados e pendurados numa parede. Outros podem se transformar em tatuagens futuramente”.

Ele também triplicou os cuidados com higiene e esterilização dos equipamentos, por trabalhar com agulhamento corporal. “A população deve escutar o poder público para que tudo isso acabe e possamos voltar à normalidade”.

Esposa de Deleon, a esteticista Ana Kelly Brito também sofre com a falta de clientes. “Meu público é principalmente formado por senhoras e o movimento caiu bastante, mas mesmo assim ainda consigo atender uma ou outra com hora marcada”, diz Kelly, que é especialista em micropigmentação capilar, bucal e de sobrancelhas.

A saída foi utilizar suas redes sociais como ferramenta de interação e de consultoria para clientes. “Dou dicas de como cuidar da pele em casa, indico e comercializo produtos homecare para cuidados com a pele. Assim vamos conseguindo driblar essa crise”.

Kelly desenvolve ainda um trabalho voluntário em parceria com a Organização Não Governamental dos Ribeirinhos Vítimas de Acidente de Motor (Orvam), na recuperação de autoestima de mulheres vítimas de escalpelamento.

“Fazemos micropigmentação nas sobrancelhas de vítimas de acidente de motor, que perderam o couro cabeludo e as sobrancelhas. Paramos o trabalho por causa da pandemia, mas vamos voltar assim que tudo se normalize”, garante.

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