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GEOMONITORAMENTO

Estudo demonstra a importância da rastreabilidade da carne na redução dos desmatamentos na Amazônia

O Pará possui 45 plantas frigoríficas e/ou exportadoras de animais vivos. 32 dessas empresas assinaram o TAC da Carne do Pará, a partir do qual se comprometeram em reduzir a compra de animais de propriedades com áreas desmatadas ilegalmente, 10 delas

Imagem ilustrativa da notícia Estudo demonstra a importância da rastreabilidade da carne na redução dos desmatamentos na Amazônia camera O estudo é desenvolvido pela Amigos da Terra e trabalha a importância da rastreabilidade da carne na redução dos desmatamentos na Amazônia. | Reprodução

O Pará possui 45 plantas frigoríficas e/ou exportadoras de animais vivos. 32 dessas empresas assinaram o TAC da Carne do Pará, a partir do qual se comprometeram em reduzir a compra de animais de propriedades com áreas desmatadas ilegalmente, 10 delas participaram do estudo “10 anos TAC da Carne no Pará e Compromisso Público da Pecuária: a importância da rastreabilidade da carne na redução dos desmatamentos na Amazônia”, realizado pela Amigos da Terra, entre elas Masterboi, Mercúrio, Frigol, Rio Maria e Minerva Foods.

Os avanços conquistados por esses 5 frigoríficos são destaques que vamos abordar a seguir, no esforço de aferir resultados para que as adaptações necessárias à melhoria contínua das práticas empresariais avancem em conformidade com o desenvolvimento sustentável.

Pedro Carvalho Burnier, gerente de programa de agropecuária da Amigos da Terra, chama a atenção para o caso do Masterboi, o frigorífico com a maior redução de irregularidades entre a primeira e a segunda auditoria, momento em que também houve a troca de prestador de serviço.

Foi instituído o Departamento de Sustentabilidade e Programa de Operação Padrão (POP), que definiu uma série de normas e procedimentos a serem seguidos para reduzir a compra de gado irregular na planta frigorífica de São Geraldo do Araguaia (sudoeste do Pará), seguindo a consulta obrigatória do cadastro de fornecedores de gado no sistema SBMA – Monitoramento do Bioma Amazônico, para melhorar a rastreabilidade bovina.

“É muito bom contribuir com este projeto tão importante para a pecuária sustentável do Pará e assim servir de exemplo positivo para o restante do nosso país. Nós somos o exemplo prático de que é possível comprar gado com base nas boas práticas em prol da sustentabilidade, sempre com visão de futuro”, diz o diretor administrativo da Masterboi, Miguel Zaidan.

O frigorífico tem capacidade de abate de 1,7 mil bois por dia. Atualmente possui 2,7 mil funcionários distribuídos nas suas unidades do Recife, São Geraldo do Araguaia (PA) e Nova Olinda (TO).

O Mercúrio Alimentos, maior exportador do agronegócio paraense e líder no mercado de carnes premium e de hambúrgueres no Pará, movimenta uma enorme cadeia de fornecedores, gerando renda e alavancando mais de 2 mil empregos diretos. Por meio de um rigoroso controle de qualidade, a Mercúrio aplica políticas socioambientais elaboradas por técnicos altamente capacitados que validam as negociações e as escolhas dos melhores parceiros, não adquirindo animais de propriedades que tenham qualquer problema de embargo ambiental. Mantendo um rigoroso controle sobre a cadeia produtiva, a empresa garante o cumprimento das legislações que colaboram para o desenvolvimento de bons negócios, com respeito ao meio ambiente.

“Temos maior segurança jurídica nas operações de compra de matéria-prima, fornecedores mais selecionados de gado, melhor relacionamento com os bancos de crédito, varejistas e curtumes”, enumera as vantagens o diretor Daniel Freire.

Freire diz que foram criados setores de “compliance” ambiental e contratadas empresas de monitoramento via satélite, onde toda nova aquisição é checada e validada antes de ser efetivada, gerando arquivos auditáveis.

“O que precisa agora para evoluir é, de fato, abranger toda a cadeia de comercialização de gado no Brasil, diretos e indiretos, de forma que esse trabalho feito por algumas empresas seja uniformizado nacionalmente. Afinal o Brasil tem que preservar seus biomas. Somos contra o desmatamento ilegal. Os frigoríficos que andam apresentando resultados em suas auditorias com maior índice de conformidade precisam ser estimulados a continuar andando corretamente”, defende Freire.

O Frigol, pioneiro na região, com sua primeira unidade de Água Azul do Norte que veio a ser o primeiro frigorífico no Pará, utiliza inteligência artificial para classificação das carcaças bovinas e tecnologia blockchain para a rastreabilidade completa dos abates nessa unidade.

Segundo o diretor financeiro administrativo da empresa, Carlos Corrêa, “no início as ferramentas disponibilizadas para monitorar fornecedores de gado que estavam em áreas desmatadas ou não, eram imprecisas, diferentemente das que existem hoje”.

Corrêa cita como exemplo, essa unidade pioneira no Pará, que utiliza inteligência artificial para classificação e rastreabilidade completa dos abates. “Com o uso da inteligência artificial e da tecnologia blockchain, os pecuaristas acompanham os abates em tempo real e as imagens, tiradas via aplicativo Trace Beef, revelam a confiança nos dados coletados. Essa tecnologia vai até o consumidor final, que também pode avaliar os cortes nos supermercados”.

Atualmente o Frigol, em todas suas plantas, vende para mais de 60 países distribuídos pela América do Sul, Europa, Oriente Médio, Ásia e África. O grupo gera aproximadamente 2,5 mil empregos diretos, tendo dobrado a capacidade de produção nos últimos cinco anos e atualmente processa cerca de 180 mil toneladas de bovinos e 7 mil toneladas de suínos por ano.

Para o Frigorífico Rio Maria, não pode ser diferente, lembra o gerente de produção Carlo Caruccio: “as ações adotadas pela empresa estão alinhadas com o TAC e refletem o compromisso com a conservação do meio ambiente, trabalhando exclusivamente com fornecedores cujas propriedades são livres de desmatamento, de acordo com o Prodes, o Projeto de Monitoramento do Desmatamento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite”.

Caruccio afirma que “atualmente existe uma preocupação mundial com a questão socioambiental, e todos os clientes também estão engajados neste tema e querem saber a origem da carne que estão levando para suas mesas”.

A empresa abate cerca de 150 toneladas de carne diariamente. Desenvolve uma política de conservação da natureza, com o projeto de reflorestamento, onde foram plantadas 60 mil mudas de árvores, sendo 12 mil mudas nativas para recuperação de áreas de preservação permanente.

Desde o início, 2009, o Minerva Foods aderiu ao TAC, quando ainda nem mesmo o MPF tinha um amadurecimento dos procedimentos e ferramentas e hoje a empresa atinge 100% de conformidade. Taciano Custódio, diretor de sustentabilidade da Companhia, revela que “os 100% de conformidade só foram atingidos há alguns anos e esse resultado foi possível porque, em 2012, a Lei 12.651 instituindo o Cadastro Ambiental Rural (CAR), nos deu maior orientação dos limites das propriedades que criavam gado em áreas desmatadas, sobrepostas e com uso de mão de obra análoga à escrava. Com acesso às informações, passamos a cruzar os dados com orientações da empresa de georreferenciamento”.

O Grupo atende cinco continentes com carne bovina e seus derivados e opera 25 plantas de abate e desossa, 15 escritórios internacionais, 14 centros de distribuição e três plantas de processamento.

Para Mauro Armelin, da Amigos da Terra, “o desempenho dos frigoríficos já está sendo avaliado e o próximo passo deveria ser avaliar também as empresas prestadoras de serviços de geomonitoramento, dada a grande relevância que desempenham nas políticas e práticas de responsabilidade socioambiental de seus clientes”.

"Acreditamos que há necessidade de ampliar o alcance do conceito de auditoria e estabelecer sistemas participativos de avaliação do desempenho de empresas que possuem grande nível de externalidades sendo produzidas, como é o caso das organizações no setor da pecuária e carne bovina, e que os atores relevantes do setor pecuarista devem se dedicar à construção de um sistema de avaliação e classificação das empresas de geomonitoramento que prestam serviços para os frigoríficos", conclui o diretor da Amigos da Terra.

Enquanto ilegalidades persistem na Amazônia, alguns frigoríficos paraenses vêm atuando para o desenvolvimento socioambiental sustentável, todos eles admitem que há muito a fazer, mas a disposição ao trabalho correto está presente nas ações das empresas, tanto nos processos internos como na cadeia de fornecedores que movimentam. As portas abertas por essas atitudes no mercado nacional e internacional darão o suporte para que as boas práticas continuem.

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