O retorno das aulas presenciais em escolas públicas e particulares no Pará ainda não tem uma data definida. Contudo, o Sindicato das Escolas Particulares do Estado do Pará (Sinepe), está com um planejamento pronto para colocar em prática quando as atividades forem retomadas. Na semana passada, o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou um parecer recomendando às instituições públicas e privadas que evitem efetuar a reprovação dos estudantes no ano de 2020 por causa da pandemia do novo coronavírus.
O documento do CNE faz outras sugestões para organizar a volta às aulas no país. Dentre elas, está a possibilidade de antecipar o início do ano letivo de 2021 para recuperar a defasagem de aprendizagem ao longo deste ano. E prevê ainda que as famílias mantenham atividades não presenciais em casa, em situações específicas, como a existência de comorbidades.
Para Beatriz Padovani, presidente do Sinepe/Pará, a tendência é de que o segmento de escolas privadas encontre mecanismos para não penalizar os déficits de aprendizagem no ano letivo de 2020. “Se esses mecanismos seguirão essa lógica do Conselho Nacional ainda é cedo para afirmar. Depende de quando será o retorno presencial e uma série de outras questões, incluindo uma lei federal que está tramitando no Congresso e que deve regulamentar a carga horária mínima nas escolas, vai determinar sobre a possibilidade de convergir em um só os anos letivos 2020 e 2021 e outras questões específicas da educação infantil”, pontua.
A representante da entidade ressaltou que as escolas privadas vão dar soluções diferenciadas e que têm autonomia para deliberar quanto aos seus critérios de avaliação e promoção dos alunos. “Todos os mecanismos de flexibilização são interessantes para se enfrentar uma pandemia. As escolas da rede privada já fizeram investimentos, se prepararam e agora aguardam uma definição das autoridades competentes. De modo geral, o segmento privado está preparado para retomar com segurança as aulas, se isso ocorrer em agosto”, disse ela, acrescentando que as escolas vão analisar o parecer e outras definições nacionais para saber como incorporar e se vão incorporar essas recomendações.
DEFASAGEM
Além disso, Beatriz lembrou que eventuais prejuízos com a defasagem de aprendizagem, devido à suspensão das aulas presenciais e adoção de aulas on-line, devem ser detectados de forma individualizada, ou seja, avaliando a situação de cada aluno, promovendo avaliações diagnósticas. “Tanto a rede pública quanto privada terão de realizar processos de recuperação desses conteúdos, que podem ter sido prejudicados. No retorno às aulas presenciais terá de ser feito o trabalho coletivo e o individual com os alunos. A escola vai precisa ter essa capacidade de apoio mais individualizada”, afirmou.
A entidade pleiteia que as aulas sejam retomadas em agosto, desde que isso seja possível no âmbito da saúde. Segundo a presidente, o pior dos cenários é o abandono escolar. Por isso, a entidade recomenda aos pais que não desfaçam o vínculo do aluno com a escola. “Esse processo não foi planejado. Ou seja, vamos ter naturalmente uma perda, porque tirei o aluno de dentro da escola e não tive o mesmo desempenho, com perdas de socialização e conteúdo. Tão logo seja possível retomar as aulas será melhor para ambas as partes. Teremos que trabalhar dentro da possibilidade, com segurança, preservando a vida”, declarou.
SEDUC
Através de nota, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) informou que o retorno das aulas presenciais está previsto para 3 de agosto, porém dependerá da liberação das autoridades sanitárias. Sobre a recomendação do CNE, a Seduc informou que ainda trabalha com a perspectiva das avaliações letivas dos alunos.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar