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SEGURANÇA ALIMENTAR

Agronegócio: Campo resiste e produz na pandemia

Na contramão da crise mundial provocada pelo novo coronavírus, agronegócio brasileiro deve ter crescimento, em 2020, 7,6% superior ao ano passado no Valor Bruto de Produção. Covid-19 não parou o setor

Imagem ilustrativa da notícia Agronegócio: Campo resiste e produz na pandemia camera A pecuária está presente em todos os municípios paraenses e a carne produzida está em alta nas exportações. | Wagner Santana

Quase todos os setores da economia em todo o mundo sentiram e ainda sentem, de forma bastante impiedosa, os impactos relacionados ao novo coronavírus. Quem não fechou as portas teve de demitir; quem conseguiu se manter, estima, na melhor das hipóteses, um início de processo de recuperação para 2021, especialmente nas áreas do comércio e indústria.

Em um outro extremo, o Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) prevê crescimento no Valor Bruto de Produção (VBP) para o agronegócio brasileiro, em 2020, 7,6% superior a 2019: R$ 689,97 bilhões, sendo 65,7% (R$ 453,3 bilhões) para a produção vegetal (8,3% a mais que em 2019) e 34,3% (R$ 239,6 bilhões) para a produção animal (6,7% a mais que em 2019) - e isso já prevendo os efeitos negativos na produção, comercialização e exportação de produtos agropecuários.

Enquanto isso, nos Estados Unidos, por exemplo, os bancos de alimentos lidam com a demanda recorde e os supermercados lutam para manter as prateleiras estocadas. Alguns fatores ajudam a entender esse cenário, e o principal deles é fato do Brasil ter tamanha “segurança alimentar” a ponto de ser um dos grandes exportadores alimentícios do mundo - e por causa disso, mesmo com a pandemia, o setor praticamente não parou.

É curioso pensar que faz pouco tempo que o país ostenta essa tranquilidade de, mesmo na pior das crises, não depender de outras nações para garantir a comida. “Só para se ter uma ideia, na década de 1970 o Brasil importava praticamente tudo. Hoje o país alimenta 1,3 bilhão de pessoas em todo o planeta usando a capacidade de produção de apenas 8% de sua área.

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Casos de malária caem 45% no Estado

Entre 1990 e 2010, aumentamos em 170% a nossa produtividade, e desde 2015, o brasileiro gasta cerca de 15% dos seus rendimentos com alimentação, muito menos que os 45% que gastava anos atrás”, compara o zootecnista e leiloeiro rural Guilherme Minssen, também diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa) e consultor da revista Agropará, do DIÁRIO.

LOGÍSTICA

No entendimento de Minssen, os avanços na logística de escoamento no Pará, incluindo, por exemplo, as mudanças na BR-163, farão uma enorme diferença nos próximos anos. “A região do Tapajós, Itaituba, vai mudar tudo, porque surgem mais e mais negócios, periféricos e não só a verticalização. A carne paraense é a de maior qualidade com preço mais baixo, tanto que exportamos boi vivo para a Grécia, Turquia, Iraque, onde esse produto faz um sucesso danado. A mudança chegou e é irreversível”, avalia.

É claro que o público consumidor dá um baita de um empurrãozinho que favorece essa conta. “Se o [Produto Interno Bruto] PIB cresce 1% nos Estados Unidos, o americano vai trocar de carro, comprar o tênis da moda. Aqui o cara vai atrás do churrasquinho com a cerveja gelada e amigos”, compara Guilherme.

“O meio rural não parou por causa da Covid-19. Qualquer país se considera quebrado quando falta comida, não foi o nosso caso. E, no Pará, o agronegócio é uma mina, tanto que tem pecuária em todos os 144 municípios, somos os primeiros no ranking brasileiro de açaí, abacaxi, cacau...”, lista.

CLIMA BOM

O presidente da Faepa, Carlos Xavier, corrobora o peso das peculiaridades da área rural como um conjunto de vantagens nesse momento de isolamento social. “No meio rural as consequências foram menores. E o fato de que tomamos café, almoçamos e jantamos todos os dias durante essa crise é a prova de que a produção não parou”.

Xavier destaca ainda o clima tropical predominante no país. “O Brasil lidera porque estamos na faixa do Equador, temperatura média de 36 graus, quase nunca chegando a 40 graus, não temos geada, não temos neve. São as nossas vantagens”, confirma.

TRABALHO

Levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA) mostra que, de janeiro a maio, o agronegócio perdeu 86 vagas efetivas de trabalho, ficando atrás do setor de serviços, somente, que teve saldo positivo. O comércio, por sua vez, acumulou cinco mil vagas a menos nesse mesmo período. Economista e supervisor técnico da entidade, Roberto Sena, lembra que, diferentemente de outras frentes, a pecuária não é um grande gerador de mão de obras e boa parte dessas poucas vagas estão na informalidade.

É um setor que responde por metade do PIB e, portanto, tem uma importância gigantesca, mas que não gera postos de trabalho. Nos piores momentos da pandemia nós comemos, não faltou a carne, o hortifrúti, os caminhões continuam transportando. Claro que houve um baque na questão econômica que o agro sentiu, mas pela importância tão essencial, sentiu menos”, conclui.

Crescimento do pib do agronegócio

Abr/2020 Acumulado (jan-abr/2020)

Insumos 0,47% 0,97%

Primários 2,21% 8,22%

Agroindústria 1,08% 0,44%

Agrosserviços 0,27% 3,95%

Agronegócio (total) 0,36% 3,78%

Fonte: Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)

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