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PANDEMIA

Após 100 dias do primeiro caso, Pará acumula 94 mil infectados pela covid-19

Há cem dias, em 18 de março, o Pará recebia a confirmação oficial de que o novo Coronavírus havia chegado ao Estado. O primeiro paciente a testar positivo havia passado pelo Rio de Janeiro, e nos 12 dias seguintes, os casos que surgiram se restringiam às

Imagem ilustrativa da notícia Após 100 dias do primeiro caso, Pará acumula 94 mil infectados pela covid-19 camera O uso de máscaras passou a ser um hábito adotado pela maioria da população desde o início da pandemia na capital | Wagner Santana

Há cem dias, em 18 de março, o Pará recebia a confirmação oficial de que o novo Coronavírus havia chegado ao Estado. O primeiro paciente a testar positivo havia passado pelo Rio de Janeiro, e nos 12 dias seguintes, os casos que surgiram se restringiam às transmissões importadas. No dia 30 de março, o Governo do Estado admitiu o início da transmissão coletiva, que é quando não se sabe a origem da contaminação.

Sespa informa 207 novos casos de Covid-19 e mais 15 mortes no Pará

Entre abril e maio, a população enfrentou o colapso precoce da rede de saúde de Belém, onde se tinha o maior número de infectados. Uma verdadeira corrida desesperada por leitos clínicos e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exigiu que o Estado interferisse para dar conta da demanda por causa dos prontos-socorros e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) fechados. No 99º dia após o início da pandemia, somávamos 94.036 casos confirmados, sendo que mais da metade conseguiu superar o vírus: 79.354 mil se recuperaram. O número de óbitos, em todas as regiões do Estado, embora em tendência de estabilização, ainda assusta: são 4.748 pessoas vencidas pelo novo Coronavírus, e um número igual de famílias em luto.

Estudos realizados pela Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) confirmaram, ainda no final do mês passado, que a Região Metropolitana de Belém havia tido seu pico de contaminação entre 20 de abril e 1º de maio e, a partir de então, uma consequente tendência de queda no número de novos casos, ocupação de leitos clínicos e de UTI, e de mortes.

Este cenário é creditado às medidas emergenciais colocadas em prática pelo governo em todo o Pará, o que inclui a criação de hospitais de campanha em Belém, Santarém, Marabá e Breves, totalizando mais de 720 leitos, inclusive de terapia intensiva; a mudança de perfil da Policlínica Itinerante, na capital paraense, para atendimento exclusivo de sintomas leves e moderados da doença, e que ganhou uma versão itinerante para viajar todo o Estado - já tendo passado por mais 30 municípios e realizado mais de 30 mil atendimentos; a mudança de perfil do Hospital Regional Abelardo Santos (HRAS) em Icoaraci, transformado em porta aberta para urgências e emergências relacionadas à doença; além de incrementos de leitos e equipamentos em hospitais regionais e municipais pelo interior.

Atualmente, o Pará conta com 2.297 leitos exclusivos para Covid-19, sendo 753 de UTI - eram apenas dois no início da crise sanitária. Ainda de acordo com as análises dos pesquisadores, o vírus se alastra pelas demais regiões do Pará, e cidades com Santarém, estão vivenciando a subida da curva epidemiológica rumo ao pico do número de infectados.

CONTINUAÇÃO

Não só a comunidade médica como várias autoridades de governo insistem que o fato de o número de casos na RMB ter diminuído não significa que os cuidados para evitar o novo Coronavírus devem ser abandonados - independente de já ter adoecido ou não. “Trata-se de um vírus novo. Não sabemos ao certo o tempo de duração da imunidade após a infecção. É importante entender que um resultado de sorologia com anticorpos positivos contra o vírus, hoje, não garante proteção. Enquanto o vírus continuar circulando e enquanto não houver vacina, devem ser mantidas as medidas de prevenção”, reforça o infectologista e mestre em Saúde na Amazônia pelo Núcleo de Medicina Tropical da Universidade Federal do Pará (UFPA) Bernardo Porto, que atua no Instituto Emílio Ribas, em São Paulo.

Ele encara com tristeza as cenas do dia a dia que mostram boa parte da população ignorando as recomendações de isolamento e distanciamento da Organização Mundial de Saúde (OMS) e dos demais órgãos reguladores em saúde pública. “Enquanto uns não o fazem por não ter acesso, não compreender a informação ou não dispor de condições financeiras e/ou sanitárias para segui-las, há quem não as cumpra por questionar a ciência e o trabalho sério de quem dedica suas vidas, literalmente, para proteger a humanidade da pandemia”, lamenta o médico.

Assim como a própria Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup) vive uma batalha diária na conscientização que todos precisam se proteger, o infectologista admite que sua categoria passa por dificuldades para fazer entender que as verdades científicas são mutáveis, especialmente quando se estuda uma doença nova e desconhecida. “É preciso entender que recomendações de isolamento social dependem do momento epidemiológico que se vive, e variam conforme o número de casos novos, o número de leitos hospitalares disponíveis e a taxa de transmissibilidade de um vírus respiratório. Falta informação e empatia, respeito ao próximo”, afirma Bernardo.

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