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Quando podemos viajar, sair de férias e de planejar uma viagem?

O lazer preferido da funcionária pública Etiene Magalhães é arrumar as malas e embarcar com destino a algum lugar paradisíaco. A última viagem dela foi no carnaval, para Carolina (MA), com a família. O retorno, pouco antes da disseminação da pandemia de C

Imagem ilustrativa da notícia Quando podemos viajar, sair de férias e de planejar uma viagem? camera Fazenda Hotel Vitória | Divulgação

O lazer preferido da funcionária pública Etiene Magalhães é arrumar as malas e embarcar com destino a algum lugar paradisíaco. A última viagem dela foi no carnaval, para Carolina (MA), com a família. O retorno, pouco antes da disseminação da pandemia de Covid-19 pelo Brasil, já foi com outros dois passeios programados – para Recife (PE), em julho, e Fortaleza (CE), no Ano Novo. Planos que viraram uma dor de cabeça em comum para muitos viajantes que se dividem, agora, entre reprogramar roteiros e a incerteza de quando será possível escrever nas redes sociais a hashtag #partiu!

“De Recife, iríamos até Alagoas. Eu e minha filha compramos as passagens no início de fevereiro. Contudo, devido à pandemia, estamos bastante apreensivas e temerosas em viajar. Pernambuco teve muitos casos”, lembra Etiene, que faz parte do grupo de risco para a doença, pois é hipertensa. Contudo, a viajante não perde a esperança de conseguir fazer a viagem a partir de setembro, além de manter a de dezembro para o Ceará.

“Acho que as empresas poderiam flexibilizar as transferências de datas das viagens, tendo em vista que estamos vivenciando um período excepcional e todos estamos com muito medo”, pontua, ao admitir que tem dificuldades para reprogramar as datas.

Nos sites de agências de turismo e companhias aéreas o que não falta é publicidade que incentiva a programar viagens para o segundo semestre com facilidades no pagamento e flexibilização nas remarcações. O problema é saber se haverá mesmo possibilidade de fazer o passeio, como será feito o roteiro com tantas restrições em vigor, além de outras incertezas, como dólar nas alturas, companhias aéreas em recuperação judicial e destinos em regime de grandes restrições, como a África do Sul, fechada para o turismo internacional até fevereiro de 2021.

Etiene Magalhães e Nayara Salgado
📷 Etiene Magalhães e Nayara Salgado |Wagner Santana e Julia Martins

Situação preocupante, reconhece a presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav-PA), Rose Larrat. “Israel está fechado. É o carro-chefe da minha empresa”, exemplifica, antes de fazer uma recomendação. “Eu não planejaria nada para esse ano. Voltaria no ano que vem”, afirma, ao projetar que o setor deve voltar à normalidade a partir de março de 2021.

Para quem pretende afivelar as malas este ano, Rose recomenda não ir longe. “O que pode ser realizado são as viagens internas, as regionais. Não se pode pensar em exterior porque os aeroportos, a maioria, estão fechados”, diz. “A gente tem que ter cuidado e não elaborar roteiros que podem ser cancelados em cima da hora. Primeiro vamos trabalhar alguns roteiros regionais e em outros estados”, prevê, em um cenário a partir de novembro. “Temos que pensar na segurança e protocolo sanitário”.

Sobre os meios de transporte, Rose Larrat destaca que, nessa retomada, a viagem de carro é a mais viável. “Nossos voos estão fazendo ‘hub’ em Brasília e São Paulo. Então não sairá baratinho. Um voo para Manaus vai primeiro para Brasília ou São Paulo”, destaca, sobre a redução e reorganização da malha aérea atual. “O dólar nem se fala. Ninguém está vendendo pacote. É muito arriscado para a agência operar qualquer programação até dezembro”, alerta.

FUTURO

De qualquer forma, a turismóloga Nayara Salgado avalia que o viajante que quiser se programar a partir do ano que vem pode aproveitar as vantagens oferecidas. “Como a procura agora é zero, a partir disso as operadoras têm lançado pacotes para os próximos um ano ou dois anos a preços bem acessíveis”. Nayara sugere o que levar em conta na hora de escolher a primeira viagem pós-isolamento. “Lugares que não tenham aglomerações, abertos”, diz. “Eu aposto no crescimento do ecoturismo e do turismo de natureza”.

Por outro lado, ela explica o que evitar. “São os grandes polos, grandes centros e até mesmo lugares onde tenha muita incidência da doença, enquanto não houver uma vacina ou controle da Covid-19”.

Dentro do “novo normal”, Nayara lembra que tudo será mais rigoroso. “Os viajantes vão ter que enfrentar maior controle nas fronteiras, na higiene pública. As medidas de limpeza vão ser mais pesadas em aviões, acomodações, entre outros”, cita. “Muitos vão aproveitar esse momento para conhecer mais o seu Estado, o Brasil, e optar por viagens de carro, pela praticidade e segurança”.

LOCAL

Se o turismo interno deve ser a tendência nesse recomeço gradativo de volta às atividades socioeconômicas, os empresários do setor, no Pará, aguardam ansiosos para receber os viajantes, quem sabe, já a partir de julho, alta estação no Estado. Ao menos é o que espera o diretor do Fazenda Hotel Vitória, em Tracuateua, na região bragantina, Robson Martins.

Para reabrir, Robson garante que a Vitória vai funcionar com 50% da capacidade atual, voltado apenas para clientes do Pará em um primeiro momento, além de passar por um processo de informatização e rigor com as normas de saúde. “O ‘check in’ será on-line. O cliente vai receber o nosso cardápio pelo celular, pelo WhatsApp. Toda a nossa venda e serviço vai ser mandado antes da chegada da pessoa na fazenda, no próprio celular”, comenta. O diretor diz ainda que, em virtude da crise econômica, optou por não fazer reajustes nos pacotes e oferecer descontos para compras antecipadas. “Eu acredito muito que o turismo doméstico, que é o local, vai se beneficiar”.

PELO MUNDO

Veja a situação em alguns destinos internacionais mais procurados pelos brasileiros

- Argentina – Com fronteiras fechadas, as companhias aéreas podem comercializar passagens, a priori, a partir de 1º de setembro.

- Chile – Segue sem previsão de reabrir o receptivo de turistas estrangeiros.

- Emirados Árabes (Dubai) – Permissão de voos a partir de julho com saída de São Paulo. Do Rio de Janeiro para Dubai a partir de agosto.

- Estados Unidos – Entrada de brasileiros segue proibida, sem data de liberação.

- Israel – Fechado para turistas estrangeiros. Permissão somente para turismo doméstico.

- México – Voos a partir de São Paulo com previsão de retomada a partir de julho.

- Portugal -Entrada de brasileiros restrita a residentes e/ou cidadãos europeus. Liberado para União Europeia, exceto Itália e Espanha.

Quando podemos viajar, sair de férias e de planejar uma viagem?
📷 |

Rodoviário e receptivo

Sócio proprietário da Borali Viagens, Paulo Melo trabalha com excursões rodoviárias e conta que todo o cronograma deste ano foi reagendado para o ano que vem. “Todos os roteiros seriam feitos neste segundo semestre, já que o primeiro é um período de chuvas. Todas essas viagens seriam para o Nordeste. A partir de março a gente não conseguiu vender mais”, informa. “A gente preza muito pela questão da saúde e segurança e resolveu que o melhor seria adiar nossa programação de 2020. Conversamos com os nossos passageiros, expusemos para eles a situação. Todos compreenderam e acataram a decisão”.

O retorno, em 2021, será adaptado às normas de saúde. “O Ministério do Turismo elaborou um selo chamado Turismo Responsável. Para ter acesso é preciso seguir algumas medidas de prevenção que são pré-estabelecidas”, explica. “Vamos disponibilizar álcool em gel, fazer a limpeza contínua de corrimão, escada, banheiro, poltronas, todos esses itens”, planeja. “Resolvemos cobrar de nossos passageiros vacinação contra a gripe e contra a febre amarela. Um espirro dentro de um ônibus pode ser prejudicial para todo mundo”.

SETOR

Diretor do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Pará, Fernando Soares lamenta a situação do setor, inclusive no receptivo. “A exceção dos motéis, todos que dependem da cadeia do turismo terão muitas dificuldades. Círio, por exemplo, você é um paulista fiel, se prestaria a ficar confinado em um avião por três horas, aquela coisa fechada, chegando em Belém você vai para a rua com dois milhões de pessoas?”, pergunta.

“Qualquer outro tipo de turismo vai ter problemas. São muitos questionamentos. Perguntas que precisam ser respondidas com segurança”, avalia. “O problema mais grave é a confiança do público em retomar seu estilo de vida”.

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