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PANDEMIA

Abaetetuba vive incerteza entre medo e relaxamento

Enquanto algumas pessoas continuam preocupadas com o novo coronavírus, outras saem livremente até sem máscara pelas ruas da cidade, localizada no nordeste paraense. Comércio local reabriu cheio de restrições.

Imagem ilustrativa da notícia Abaetetuba vive incerteza entre medo e relaxamento camera As lojas do comércio só podem funcionar três vezes por semana, com horário reduzido. | Mauro Ângelo

Em Abaetetuba, nordeste paraense, a reabertura gradual do comércio começou esta semana, conforme o decreto municipal n° 483/2020 que determinou uma série de medidas que os comerciantes devem tomar para minimizar os riscos de proliferação e contaminação do novo coronavírus. Na cidade, as lojas e serviços não essenciais só podem funcionar três dias por semana (segundas, quartas e sextas-feiras) e com o horário reduzido, das 7h às 12h. O município registrava até ontem 1.799 casos confirmados de Covid-19 e 70 mortes pela doença.

No entanto, para a maioria dos moradores, estes números devem ser bem maiores, uma vez que, segundo a população, há um elevado índice de subnotificações relacionados à doença provocada pelo novo coronavírus. Apesar disso, a quantidade de pessoas que parecem não se preocupar com os riscos é bastante expressiva. Nas áreas mais distantes do centro de Abaetetuba, por exemplo, não é difícil encontrar homens e mulheres transitando sem máscaras de proteção. Muitas parecem nem se importar com a pandemia.

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Para o morador Assivaldo Negrão, 45, o pico da doença já passou no município, mas a preocupação é com contágio entre uma cidade e outra. “As pessoas estão levando o vírus de uma cidade para outra. Também para a zona rural”, alertou. “A fase que a pandemia está depende da educação e da consciência das pessoas para ser combatida”, disse. “As pessoas precisam se amar e amar ao próximo, se proteger”, completou.

O morador Assivaldo Negrão teme pela proliferação da doença no município
📷 O morador Assivaldo Negrão teme pela proliferação da doença no município |Mauro Ângelo

Com as lojas do centro comercial fechadas, os vendedores ambulantes tentavam vender máscaras de proteção. “É o único produto que estamos autorizados a comercializar. Qualquer coisa fora disso a mercadoria pode ser apreendida”, esclareceu o vendedor Manoel Vieira, 35.

Questionado sobre o movimento e a quantidade de casos na cidade, ele não escondeu a preocupação. “Eu vi muita gente morrer aqui, tanto com a doença quanto com suspeita. É terrível. O movimento (vendas) está fraco e a gente precisa trabalhar, mas está complicado”, continuou.

SEM PROTEÇÃO

Enquanto o camelô conversava com a reportagem, uma mulher se aproximou. Estava sem máscara e começou a escolher uma na banca de Manoel. Sem se identificar, disse que comprava o acessório de segurança para o filho. “Eu tenho a minha, mas agora saí sem ela porque precisei comprar a do meu filho que está usando a minha. Eu tenho cuidado, lavo sempre toda vez que uso”, comentou. A moradora também fez queixa sobre as subnotificações. Deve ter muito mais casos que já divulgaram. “Só eu conheci dois farmacêuticos que morreram por causa dessa doença (Covid-19)”, concluiu.

Perto dali uma loja ainda não reabriu as portas. Isto porque o dono dela está entre as vítimas fatais do novo coronavírus na cidade. Em frente ao estabelecimento uma faixa preta foi pendurada para simbolizar o luto. Flores também foram colocadas. Não havia nenhum familiar no local que pudesse contar a história daquele comerciante.

A Prefeitura reformou e entregou o Hospital São Tomé, que dispõe de 40 leitos para pacientes com Covid-19. Cinco destes leitos são de UTI. Ontem, o movimento de pessoas procurando por atendimento era baixo. No local ninguém quis dar entrevistas.

Uma enfermeira que trabalha na unidade comentou que a pior fase já tinha passado. “Só tinha a UPA para atender as pessoas doentes”, ressaltou. Ela não comentou sobre os casos, nem sobre o número de pacientes internados.

A reportagem fez contato com a Prefeitura de Abaetetuba, que informou que não era possível fazer entrevista por telefone com a secretaria Municipal de Saúde porque ela estava no atendimento a comunidades ribeirinhas, em localidades onde não funciona o sinal de celular. Não houve retorno até o fechamento desta edição.

70 mortes

É o número total de óbitos por Covid-19 registrados na cidade, que também tem quase duas mil pessoas infectadas pela doença desde o início da pandemia.

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