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RECUPERAÇÃO

Reabilitação cardiopulmonar é essencial para pacientes que estiveram na UTI por covid-19 

Muito ainda precisa se conhecer sobre as sequelas deixadas pela Covid-19 de modo geral. Mas, do que já se sabe, especialmente em relação aqueles pacientes que evoluíram para o quadro mais grave da doença e precisaram ser tratados em Unidades de Terapia In

Imagem ilustrativa da notícia Reabilitação cardiopulmonar é essencial para pacientes que estiveram na UTI por covid-19  camera Reabilitação só pode ser iniciada quase um mês depois da alta | Ricardo Amanajás

Muito ainda precisa se conhecer sobre as sequelas deixadas pela Covid-19 de modo geral. Mas, do que já se sabe, especialmente em relação aqueles pacientes que evoluíram para o quadro mais grave da doença e precisaram ser tratados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), é que a reabilitação cardiopulmonar tem sido essencial para que voltem a ter uma vida normal.

O cardiologista Heitor Pereira Júnior, pós-graduado em medicina do exercício, explica que essa reabilitação, embora não esteja fazendo ainda parte do protocolo de cuidados pós-infecção pelo coronavírus, é essencial para a qualidade de vida desse paciente nos meses e anos que se seguirão. “Normalmente esse paciente que precisou passar pela UTI sai muito debilitado, às vezes tendo que reaprender coisas simples como falar, engolir e a andar”, diz.

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A reabilitação cardiopulmonar entra exatamente na chamada terceira fase, após a cura da doença. “Quando ele está na UTI lutando para viver, está na primeira fase. Depois, quando recebe alta e vai para casa, está na segunda fase, e após 28 dias, quando não há mais risco de transmitir o vírus para outras pessoas, entra na terceira fase e é justamente nessa que deve se iniciar essa reabilitação”, explica.

Padrão Ouro

Como se trata de um vírus complexo, para que haja uma reabilitação, o médico ressalta que é necessário atuar em várias frentes. “Esse trabalho precisa ser realizado por uma equipe multidisciplinar composta não só pelo médico cardiologista, como também pelo fisioterapeuta, enfermeiro, nutrólogo e psicólogo, porque quase sempre, depois de um longo período de internação, além dos problemas físicos, esse paciente acaba sofrendo com ansiedade, síndrome do pânico e outros problemas que precisam de tratamento conjunto”, afirma.

Para que a reabilitação cardiopulmonar seja iniciada, é preciso que o paciente seja submetido a alguns exames e testes. O principal deles é feito em um aparelho chamado ergoespirometria. “Ele é o que chamamos de padrão ouro para avaliar a questão cardiopulmonar do paciente. É esse aparelho que vai me dizer qual a situação real daquele paciente e a partir dos achados que ele indicar, é que será apontado o encaminhamento para a reabilitação”, destaca.

Processo inclui exercícios essenciais para recuperar funções perdidas

Para a segurança da equipe e do paciente, Heitor conta que são necessários alguns cuidados. “Aqui no centro, por exemplo, estamos atendendo a um paciente por hora. Antes da pandemia chegávamos a ter até quatro, mas agora resolvemos reduzir, por segurança”, ressalta.

De modo geral, a reabilitação inclui entre outras coisas, exercícios guiados que são essenciais para que as funções perdidas sejam recuperadas. “É preciso aumentar a força muscular desse paciente, já que o corpo todo é composto por músculos e eles são essenciais, por exemplo, na respiração”, detalha.

Ele destaca que as perdas para o organismo de um paciente em condição de UTI são inúmeras. “Para se ter uma ideia, uma pessoa internada na Unidade de Terapia Intensiva chega a ter uma perda de massa magra de 10% em sete dias. Daí a necessidade de fazer uma reabilitação cardiopulmonar nesse paciente, por exemplo”, cita.

Tempo de recuperação

O tempo necessário para que um paciente seja reabilitado pode variar bastante, de acordo com algumas questões. “O estilo de vida que a pessoa tinha antes de ser acometida pela doença, se era obesa, se praticava algum tipo de atividade física, com certeza tem uma influência nesse tempo de reabilitação. O que posso dizer hoje é que uma pessoa que tinha um cuidado com a saúde, fazia atividade física e acabou acometida pela Covid-19 e passou algum tempo na UTI, ela deve precisar de pelo menos seis meses para recuperar essa função. Já aquela pessoa com o perfil mais sedentário vai necessitar de um tempo maior, de até um ano, ou seja, esse tempo vai depender de cada caso e de uma série de fatores”, resume.

O médico alerta que as pessoas que, porventura não passem por essa reabilitação cardiopulmonar, podem vir a apresentar sequelas posteriormente. “Essa pessoa provavelmente vai demorar um pouco mais a voltar a ter uma vida normal e pode ter sequelas como a fibrose pulmonar. Além disso, as chances de que ela volte a apresentar algum outro problema e precise de internação novamente são maiores”, conclui.

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