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Da fantasia à pandemia: paraense que vive na França discute mudanças causadas pela Covid-19

Era uma vez...No Brasil, tudo começou assim, como num conto de fadas. Uma mera fantasia. Parecia até que teríamos um final feliz. Mas com a chegada dos primeiros casos de COVID-19, a fantasia rapidamente se transformou em uma histeria popular, afinal,

Imagem ilustrativa da notícia Da fantasia à pandemia: paraense que vive na França discute mudanças causadas pela Covid-19 camera Morando há quase 7 anos em Courbevoie, região metropolitana de Paris, o paraense Felipe Pantoja compartilhou a sua visão com os conterrâneos | Arquivo Pessoal

Era uma vez...

No Brasil, tudo começou assim, como num conto de fadas. Uma mera fantasia. Parecia até que teríamos um final feliz. Mas com a chegada dos primeiros casos de COVID-19, a fantasia rapidamente se transformou em uma histeria popular, afinal, a expectativa era de que fosse só uma gripezinha, ou um resfriadinho. Com as primeiras mortes, casos viraram números. Números viraram nomes. Nomes viraram rostos. E parece que só nos assustamos ao ver que os rostos eram daqueles que conhecemos, convivemos e amamos. 8022 mortos. Mas ainda há quem diga: “E daí? Não sou coveiro. Não posso fazer nada”.

E o pior é que podíamos fazer algo. E felizmente ainda podemos, segundo a ciência, a qual é apartidária e democrática. E a palavra de ordem é: Fique em casa! Isto é, caso você queira contribuir para o bem comum. É claro, o confinamento traz consigo males que precisam ser discutidos e resolvidos. Afinal, nos primeiros dias, tudo são flores. As “mini-férias” vão muito bem, obrigado. Mas com o passar do tempo, perdemos os horários, perdemos a rotina, e acima de tudo, perdemos o controle e a sanidade.

Quando perdemos o controle, há uma necessidade de reavê-lo: é o que chamamos no meio científico de mecanismos compensatórios. Infelizmente, a sociedade vem criando medos, neuroses e obsessões em uma busca incessante pelo controle epidemiológico. E isso vai criando uma pandemia paralela que afeta as relações humanas. Observamos, sobretudo, a emergência de patrulhas do confinamento alheio, dos fiscais da higiene, e de outros panópticos fazendo vigilância 24 horas por dia, sete dias por semana. No primeiro dia, tudo bem. No segundo dia, olhamos com desconfiança e insatisfação. No terceiro dia, vem a explosão. É algo que cansa tanto o vigilante quanto o vigiado.

Da fantasia à pandemia: paraense que vive na França discute mudanças causadas pela Covid-19
📷 |
Em Paris
📷 Em Paris |Arquivo Pessoal

Nesta pandemia paralela, pais brigam com filhos, casais se separam e amigos se digladiam em redes sociais, exatamente quando mais precisamos de suporte físico e mental. Deste modo, é preciso estar preparado para não cair nestas armadilhas emocionais ativadas em tempos de escassez de liberdade. Não devemos esquecer que, cedo ou tarde, o confinamento vai acabar, e voltaremos pros braços daqueles que tanto queremos bem e que tanto sentimos falta nesse momento. É hora de pensarmos, sim, no presente, mas também no futuro, em como será depois de tudo isso. Afinal, a única convicção que temos é que a ciência encontrará uma saída para este problema em breve.

E por fim, em relação ao que eu espero pra esse momento futuro, eu não sou tão otimista quanto os coaches e digital influencers de plantão. Eu acredito que, no atual momento, já nos tornamos seres humanos psicológica e comportamentalmente piores nesta quarentena. Julgamos mais, as redes sociais viraram um antro de auto-promoção ainda maior, com seres pseudo-produtivos e detentores de uma falsa paciência e resiliência que é contraposta por comportamentos que demonstram justamente o contrário. Portanto, eu compartilho da reflexão de Luiz Felipe Pondé: eu só espero que depois desta pandemia, voltemos a ser o que éramos antes dela.

Texto gentilmente cedido por Felipe Pantoja, que é professor e pesquisador em marketing da EISEG School Of Management e mora há quase 7 anos em Paris

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